O estudo divulgado pelo governo do estado a respeito do avanço da Covid-19 no RN foi tão brutal que eu resolvi acompanhá-lo com os dados oficiais. Mas é bom lembrar que o estudo engloba infectados não diagnosticados, triste realidade da extrema subnotificação existente no Brasil todo. Não seria diferente no RN.
Também é bom ressaltar que não tivemos testes automatizados nos últimos dias, o que travou bastante a notificação. Esses testes chegaram ontem e ainda não foram postos para utilização por detalhes acertados entre Sesap e Ministério da Saúde.
Vamos aos números.
No estudo divulgado em 7 de abril, e que eu postei os detalhes
aqui no dia seguinte, a previsão para 10 de abril era a seguinte:
- No cenário de inação, 17,4 mil infectados e 145 óbitos;
- No cenário atual de mitigação otimista, 2,1 mil infectados e 12 óbitos;
- No cenário de mitigação pessimista, 5,6 mil infectados e 31 óbitos;
- No cenário de supressão, 92 infectados e 1 óbito.
Ontem, os números da Sesap eram 263 infectados e 11 óbitos. Como já batida e rebatida a questão da subnotificação, é o número de óbitos, pelo processamento dos testes, o mais aproximado da realidade. De fato, estamos próximos do cenário de mitigação otimista, tido como nosso cenário atual.
Apesar de estarmos - felizmente - um óbito abaixo da previsão, é preciso considerar que atualmente há 8 mortes em investigação pela Sesap e outros 2.954 casos suspeitos de Covid-19 aguardando confirmação/descarte.
Como ao invés de seguir a orientação do sistema de saúde a população resolveu relaxar o isolamento social, que pela previsão traria o pico crítico para 6 de maio, medidas mais duras foram adotadas no RN, atendendo o apelo de várias autoridades de saúde do estado, a exemplo do presidente da Unimed-Natal Fernando Pinto.
Fazer a previsão dar errado é até simples: #FiqueEmCasa. Quanto mais cedo abraçarmos o remédio amargo, mais cedo vamos poder voltar a cuidar da nossa economia.