segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Esperança, ainda que maltratada



Não costumo escrever sobre séries antes de ter terminado a temporada atual delas, mas duas me empurram para tanto com urgência: The Handmaid's Tale (O conto da aia) e The Good Doctor (o bom doutor).

A primeira é a famigerada distopia. Aborda como um país democrático como os EUA foram cedendo aos impulsos contra as liberdades civis em virtude de ataques terroristas e terminaram refém de um grupo religioso (?) que se aproveitou de todos os preconceitos existentes para escravizar a sociedade numa estrutura ultrapassada e de castas, com altíssimo custo para as mulheres. 

A visão da autora Margaret Atwood - procurei muito o livro na língua original para ler, mas não encontrei; a versão em português já entrou na minha enorme fila em casa - é fruto da desesperança com os recuos vistos ainda no governo Ronald Reagan, porém, de forma assustadora, parece ter alcançado perfeitamente certos instintos primitivos atuais ao redor do mundo. 

A série é dura, duríssima. A violência, chocante. A certeza de que várias das coisas ali mostradas são realidade em algumas partes do mundo ou que todas são, de alguma forma, sonho de muita gente é absolutamente inquietante. Entretanto, observar que há mulheres que não temem enfrentar uma realidade que lhe é desfavorável, cheia de atrocidades, ainda que isso lhes custe a vida, é um grande alívio para quem vive a sonhar com um mundo mais justo para todos.

Mais do que isso: a arte faz um grande alerta à vida - nenhuma ditadura chega repentinamente. Ela vai dominando todos os campos de forma sorrateira, testando certos limites aqui, outros ali, e quando se acorda para a realidade, todas as liberdades civis já quedaram destruídas.

A segunda traz um alento para o coração com o estudante de medicina autista que busca um lugar num mundo que não sabe lidar com todos, mas que acha que a solução é não discutir isso e seguir distribuindo preconceitos a torto e a direito. 

É quase impossível não se afeiçoar daquele médico de jeito esquisito, um tanto quanto inocente, que não entende sarcasmos, é de uma sinceridade cortante e enxerga sempre algo mais que nós, tidos como normais, não enxergamos. A mistura dos dramas do pessoal do hospital com os dos pacientes também é uma receita que dá certo desde a aclamada e longeva E.R. (Plantão médico). 

O único senão que destaco em relação a ela é que acho a representação das cirurgias um tanto quanto fracas para o padrão E.R. com o qual eu me acostumei. No mais, ela consegue ser leve, muito agradável mesmo.

Enfim, duas séries imperdíveis. The Handmaid's Tale está na 3.ª temporada e tem seus duros episódios transmitidos pelo Paramount Channel (517 na Sky) nos domingos, às 20h. Quem é cliente Sky ainda pode conferir todas as temporadas de graça no aplicativo Minha Sky e ficar atualizado. E The Good Doctor tem sua primeira temporada transmitida semanalmente pela Sony (537 na Sky), nas segundas-feiras, às 21h, e pela Globo, nas quintas-feiras, depois das 23h. Quem tem o Sony na programação pode conferir a temporada completa no site do canal e quem tem Globoplay também pode maratonar até a 2.ª temporada.

Memórias

A nota é de Lauro Jardim em sua coluna republicada pela Tribuna do Norte de domingo.

Uma história de amor
Mônica Benício, a viúva de Marielle Franco, está escrevendo um livro de memórias do seu relacionamento com a vereadora. "Marielle e Mônica: o amor é inimigo do fim" é o título provisório da obra, que sai pela Record. O livro vai contar a história do começo do namoro, a descoberta da sexualidade - elas levaram sete meses para contar aos mais próximos que estavam juntas -, as idas e vindas e a vida depois de assumirem a união. Mônica está escrevendo a mão, entre aeroportos e voos, quando consegue ficar off-line, numa espécie de catarse para passar pelo luto. Manuscritos e prints de conversas entre as duas estarão no livro.

Manchetes do dia (11/11)

A manchete do bem: Jovem cria escola de lona para aulas no Tocantins.

As outras: Lula inicia viagens pelo país; 1.ª parada é no Recife, Projeção de ganho do FGTS já é quase o dobro da poupança e Robert Norris, o cowboy da Marlboro que não fumava, morre aos 90 anos.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (11/11)

The headline for good: Netflix was the only service: Disney streaming service shakes an industry.

The others: Bolivian leader Evo Morales steps down, The F.B.I.'s new approach to combating domestic terrorism: Straight talk, and Warren would take billionaires down a few billion pegs.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

domingo, 10 de novembro de 2019

Podcast: Surpresas

Algumas surpresas da semana.




Já, já tem podcast

Em virtude da histórica transmissão de Brasil x China às 8h30 na Globo, o podcast de hoje sobre futebol vai ao ar já, já, às 8h.

Até lá.

Curtinhas do RN (10/11)

Governo do RN e Comissão do Senado debatem crime ambiental no litoral potiguar
O trabalho foi realizado em duas etapas, uma visita a locais atingidos pelo petróleo seguida de uma reunião técnica realizada na Governadoria.

Empresa francesa Total Eren anuncia novo investimento no RN
Ao todo, serão investidos cerca de R$ 750 milhões em produção de energia eólica no estado.

Fonte: Governo do RN

Manchetes do dia (10/11)

A manchete do bem: Ativistas alemães enviam pedaço do Muro de Berlim para Trump.

As outras: Pressionado por protestos, Piñera diz estar disposto a mudar Constituição do Chile, Meninas superam distância e concorrência para treinar futebol e Dobra o número de pessoas com faculdade sem emprego ou em trabalho precário.

Bom domingo, minha gente!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (11/10)

The headline for good: If people were paid by ability, inequality would plummet.

The others: Bolivian leader clings to power as Police join protesters, The C.E.O. of American Airlines has a problem: Boeing's 737 Max, and How voters turned Virginia from deep red to solid blue.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

sábado, 9 de novembro de 2019

Para o Brasil ver

A paraibana Larissa Pereira me enche de orgulho ao apresentar hoje o Jornal Nacional sem nenhum chiado forçado, tentando mascarar o mais transparente sinal de uma pessoa: seu sotaque.

Ela nem é do RN, mas como PB e RN são irmãos neste quesito, a jornalista me enche de orgulho ao apresentar o nosso sotaque para o Brasil inteiro apreciar.

Que as faculdades de jornalismo e empresas da área percebam o que a Globo já sabe: sotaque não é problema, forçar a barra sim.

Parabéns, Larissa Pereira! E parabéns a Globo pelo recado bem dado!