O técnico Moacir Júnior analisou o empate na primeira partida entre América e Jacuipense na disputa que vale vaga nas quartas de final da Série D.
Jogo duro
Mata-mata de Série D, a gente não esperava nada diferente disso, um grau de dificuldade grande. Acho que todo mundo viu a maneira que o pessoal se portou. Teve um bom comportamento a equipe adversária. No que tange à marcação forte, eles fizeram mais falta que a gente. Foi um dos únicos jogos, principalmente na nascente das jogadas ali. E em relação à nossa parte ofensiva, a gente hoje procurou muito, mas não conseguimos. A gente estava com pouca inspiração em detrimento dos outros jogos. Mas a gente sabe também da força do nosso time. A gente reverteu algumas situações como essa. A Série D está provando isso. Foram dois, apenas dois resultados positivos em todas as rodadas até agora, só dois resultados positivos. Então é empate e a gente está tranquilo. Nós jogamos lá por dois resultados, jogamos pela vitória e jogamos pelo empate para buscar a vaga nas penalidades. Então isso também nos dá uma tranquilidade. Eles sabem que vão ter um time também muito competitivo pela frente. Temos ausências, temos retornos, a gente está trabalhando em cima disso. Num campeonato longo como esse, desgastante, você nunca consegue manter um onze. Então agora é ter tranquilidade, fazer uma semana boa, passar confiança para os jogadores como a gente fez lá em Mossoró, onde todos tinham uma desconfiança muito grande. Nós fomos lá, fizemos um grande jogo. Lá em Bahia de feira, todo mundo: "Ah, empatou aqui, foi lá, vai perder lá." Fomos lá, ganhamos o jogo e trouxemos a liderança. Agora temos que fazer isso. Sabemos da dificuldade, mas eles também sabem que vão ter um time muito competitivo e um time que vai brigar passo a passo, minuto a minuto, por essa classificação.
Estatísticas
Engraçada foi essa questão das faltas que eu te falei. Eles cometeram mais faltss que a gente, isso significa que eles pararam mais o jogo, pararam mais principalmente na criação, a nossa criação. Existe também uma situação que os jogadores, ao longo do tempo, eles vão se conhecendo muito. Aí, quando um não joga, o cara já levanta a cabeça procurando aquele um que, de repente, talvez não jogou. Mas eu gostei muito da postura do Alison, por exemplo. Fez uma partida irrepreensível. Em relação ao sistema defensivo, é mais um jogo que a gente não toma gol. Então isso é um outro fator que nos leva com muita esperança porque, se a gente não tomar gol lá, a gente está já na disputa pelos pênaltis. E aí se a gente tiver um pouco mais de inspiração... Eu acho que a palavra seria essa. Não faltou vontade em momento nenhum, mas faltou inspiração, sim, no sistema ofensivo, no que tange ao penúltimo passe, no que tange a aquele um-contra-um que a gente fala, que nós temos atletas para isso, mas hoje o pessoal deles conseguiu fazer uma boa barreira, marcou forte e não nos deu chance.
Hiltinho
A gente sabia, pelo período que ele ficou inativo, que poderia ser uma incógnita. Mas você joga em casa, você tem um meia que foi o melhor meia do Campeonato Potiguar, que foi campeão com a gente, que está totalmente inserido num processo, aí você abre mão de jogar com ele, se eu não coloco ele de cara, uma hora dessas vocês estariam me execrando: "Por que não começou com Hiltinho?" Então esse é o futebol. Batalhou, às vezes correu numa antemão de algumaa situações, mas ele, como todos, a gente não pode agora individualmente atribuir o empate como se também tivesse sido derrotado, a gente não pode atribuir a ninguém. Eu confio bastante no meu grupo. Vamos trabalhar forte. Sabemos do quilate do adversário. E o mais importante agora, como eu falei com vocês, se a gente não tivesse tido Mossoró, se não tivesse tido Feira de Santana, eu acho que poderíamos estar apreensivos. Mas como teve um comportamento muito bom do time numa situação idêntica a essa, a gente espera novamente que o time tenha o brio e a personalidade para ir lá e trazer a classificação para o último mata-mata.
Gramado na volta
Jogar como a gente jogou contra o Bahia de Feira, jogar como a gente jogou contra o Potiguar de Mossoró, que o gramado não era igual. Eu acho que, quando você está num campeonato e você precisa fazer a coisa acontecer, você não ficar escolhendo muito essa questão do local, não. Inverteu-se. Óbvio que se esse empate tivesse sido lá, a nível de expectativa de torcida, de imprensa, de tudo: "Ah, foi lá, buscou um 0x0 e vai classificar." E agora, de repente, o empate foi aqui, causa uma interrogação maior. E, de repente, a gente trabalha em cima dessa interrogação e a coisa acontece. A gente tem um time experiente e o gramado lá também está muito bom. O que nos preocupa lá não é o gramado. O que nos preocupa lá é a questão da logística de algumas coisas que a gente sabe, mas que só vai externar isso no momento certo. E vamos tomar todas as precauções para que nada seja como não foi aqui hoje. E outra coisa: parabéns ao árbitro Vinícius Furlan, uma arbitragem perfeita. Picotou um pouco o jogo, mas perfeita. Só errou no cartão do Leandro Melo, que aí foi com a bola, tirou, o América vai buscar, não sei se é possível ou não, mostrar essa imagem, não para denegrir a atuação do árbitro, mas mostrar que com aquele cartão foi tirado de uma forma injusta o atleta de uma decisão. Mas independente disso, é de novo reconsiderar. Eu vou ter de volta o Moreilândia, que está machucado, eu vou ter de volta o Fábio Souza, que voltou agora. Eu tenho treinado com outras situações também, sem inventar. O Geninho fez uma semana todinha de primeiro volante. Treinei ele. E de repente também a gente pode chegar lá e ter uma postura até mais ofensiva, não sei. Vamos aguardar. A gente sabe disso. Como você falou, tecnicamente o time deles mostrou qualidade, mas ele sabe também que hoje o nosso time, por um motivo ou por outro, faltou um pouquinho de ser mais incisivo. E nós vamos ser lá.