quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Não entendi o título


Acabei de assistir a Roma, concorrente ao Oscar de melhor filme, na Netflix. Preciso dizer que não entendi o porquê de ele ter esse título.

Para quem gosta de filmes comerciais, pode pular. Roma é todo em preto e branco e não tem a menor pretensão de ser um filme com um grande acontecimento do tipo bombástico ou um grande final. E seu início é até bem arrastado. Nada de trilha sonora também. 

Nem por isso ele é menor. Acompanhamos o México dos anos 70 pelos olhos de Cleo, uma empregada doméstica de origem indígena, à medida que sua vida segue na rotina de trabalho para a família que a emprega e de coisas banais ou não, vamos nos envolvendo com ela, a ponto de sentirmos o que Cleo sente.

Roma termina nos deixando com uma certa tristeza, melancolia. Eu diria que é o que se sente ao se folhear um álbum de fotografias da infância, por exemplo. Rindo ou não, ficamos nostálgicos. Cleo e, claro, o diretor Alfonso Cuarón nos levam a esse destino. E ao chegarmos lá, entendemos que valeu a pena enfrentar um início tão árido. 

A jornada, ainda que sofrida, é em si um alento. 

Em tempos em que a representatividade é sine qua non em qualquer produção audiovisual, o que inclui propagandas, Roma acerta o firo com uma mulher índigena latino americana. Mexicana, então... 

E em tempos de Trump e sua emergência nacional para construir um muro, enxergar além dele é essencial. 

Que seja uma festa!

Se o futebol do RN não anda lá essas coisas, as torcidas dos maiores clubes estão dando uma demonstração de que ainda há esperança de melhores dias por aqui.

Pelos números do fim da tarde ontem, a projeção já é de um público presente à final de hoje à noite de mais de 16 mil pessoas, um sopro de vida num estadual pífio e sem qualquer televisionamento. 

Sabendo que há uma parte considerável do público do futebol que deixa a compra do ingresso para a porta do estádio, não é loucura imaginar um público na casa das 20 mil pessoas hoje à noite.

Que cada um vista suas cores e ajude a mostrar ao país inteiro como um clássico deve ser disputado tanto dentro de campo como nas arquibancadas. 

E que as autoridades parem de ser surpreendidas e ajam em antecipação para manter tudo dentro dos trilhos da normalidade de qualquer grande evento esportivo do mundo, exatamente como tivemos na Copa 2014 na própria Arena das Dunas.

Enfim, que seja uma festa! Só isso.

"A gente vai dar alegria para essa torcida maravilhosa"

O atacante Jean Patrick falou da motivação do grupo para a final e a importância da conquista para a construção da confiança na temporada.

A gente fica feliz de ver o apoio da torcida, sabe que é muito importante para a gente trazer esse título, que a nível nacional pode não valer muito, mas a gente sabe o quanto a gente precisa desse título para voltar a ter uma boa confiança para o restante do ano. E para o América. A torcida do América está carente de títulos e o América é um time grande, não pode estar nessa situação. Com certeza a gente vai trazer esse título. Todo mundo motivado, todo mundo com um só pensamento. O grupo está fechado e a gente vai trazer esse título sim. A gente vai dar alegria para essa torcida maravilhosa.

Manchetes do dia (20/2)

A manchete do bem: Pesquisa sobre genética potiguar será premiada.

As outras: O Beco pulsa em cores vivas, Pleno do TJRN julga hoje a validade da 'Taxa dos Bombeiros' e Áudios confrontam versão de Bolsonaro.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte 

Today's headlines (2/20)

The headline for good: For gamers with disabilities, creative controllers open worlds.

The others: After New York City's war with Amazon, Uber could be next, Inside Trump's two-year war on the investigations encircling him, and Two Americans married ISIS militants. Now they want to come home.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Divisor de águas

Jogo de casa cheia, muito mais gente que quer se divertir do que quem quer confusão, o clássico América x ABC valendo o título do 1.º turno do estadual amanhã na Arena das Dunas é a última chance que se dá ao clássico rei com presença das duas torcidas. É assim que vejo.

Há muita gente, especialmente no América, que defende torcida única nos clássicos como forma de evitar problemas e até de aumentar a presença de público nas arquibancadas pela perspectiva de menos confusão. E o próximo clássico na tabela também tem mando de campo do América e será disputado na mesmíssima Arena das Dunas. Se houver confusão no clássico de amanhã, não haverá um só argumento que afaste uma decisão nesse sentido.

Logo, vejo o jogo de amanhã como um divisor de águas: ou a Arena das Dunas é o melhor estádio no quesito segurança para um jogo dessa magnitude, ou os clássicos serão de torcida única a partir de então. 

Amanhã, a partir das 18h30, quando serão abertos os portões, vamos começar a saber qual vai ser a do clássico rei daqui para a frente. 

Pode acabar hoje


Torcedor do Mecão que pretende ver a final no Setor Leste deve correr para comprar seu ingresso porque a informação é de que a carga do local já está pertinho do fim.

Quem não correr vai ter que assistir do Setor Sul ou torcer para que os setores Sudoeste e Noroeste sejam abertos.

Casa cheia mesmo

A torcida do América esgotou o Setor Leste inferior e, portanto, o Leste superior foi aberto hoje.

Também restam ingressos do Setor Sul.

Além disso, a torcida do ABC esgotou os 10% que lhe cabiam.

E ambas as torcidas também esgotaram o Setor Premium.

Sem a menor dúvida, a final de amanhã será um clássico como há muito não se via: com público superior a 10 mil pagantes.

Pelo andar da carruagem, 10 mil foi uma expectativa muito tímida. A Arena das Dunas poderá ter um público superior ao da final América x Globo em 2014, com mais de 18 mil pagantes e 21 mil presentes.

Que seja o jogo e a festa que todo mundo espera!

Não é bem assim


Ontem fui conferir A Favorita no Moviecom (sim, um filme exibido às 18h50 ali e legendado! É para glorificar de pé, minha gente!)

Começo pelo que gostei. As atuações do trio que segura a história da Rainha Anne e de suas damas de companhia em luta por sua preferência e mesmo dos coadjuvantes é competente. Aliás, a cada dia me surpreendo mais com as atuações de Rachel Weisz, que não muda de cara, algo que não gosto em atores, mas consegue imprimir uma alma diferente a cada personagem que interpreta com a mesmíssima cara. 

Olivia Colman arrasou. Nem lembro de tê-la visto em algum filme antes, mas é absolutamente convincente na interpretação de uma rainha insegura, um tanto quanto doida e atormentada por crises de gota.

Emma Stone não ficou para trás. Segue na balada de mudar de cara e também atuar de forma convincente. 

Sobre o filme, alguém ter posto que era uma comédia dramática e histórica quase arruinou o que dele eu esperava. Não há comédia. Só o trailer mesmo consegue ser engraçado. Há um drama com levíssimas pitadas de graça, nada que faça alguém como eu gargalhar no cinema. No máximo, um sorriso no canto da boca.

Também não sei se alguém acha graça no espezinhamento de um ser humano por ganância ou mesmo instinto de sobrevivência num ambiente como a corte inglesa, tão bem ilustrativa de um mundo que pode ser bizonhamente cruel com mulheres, ainda mais quando é o poder que está em jogo.

O filme vale pelo que mostra da História, pela atuação de seu elenco, mas passa longe de ser um filme agradável ou de comédia. Não, ele é bem incomôdo por quase não ter uma única demonstração de afeto genuíno ao longo de suas 2 horas de duração. 

O humor britânico é tido como ácido, diria até macabro em certas situações. Mas até para mim, que estou acostumada com as produções britânicas, e obviamente com o seu humor peculiar, não é possível enxergar esse olhar britânico cômico em A Favorita. É um filme duro, seco e assusta imaginar que seja inspirado em algo que de fato ocorreu. Mais: assusta imaginar que a realidade do século 18 não é nada distante nas relações do século 21.

O corte brutal no fim é mais um dos choques de realidade que o diretor impôs. 

Enfim, A Favorita não é comédia e exige que você aguente o tranco da dureza das relações de poder expostas. 

2 novidades

2 novidades que podem pintar tanto dentre os relacionados do América para a final de amanhã como para o próprio time titular são os volantes Gabriel Nunes e Leandro Melo, este último anunciado ontem pelo presidente Eduardo Rocha em entrevista.

Ambos também constam como meias, o que demonstra, pelo menos em tese, que o América foi em busca de volantes mais técnicos, exatamente a necessidade que saltava aos olhos no elenco. Aguardemos o desempenho em campo para confirmar o pensamento.