segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Manchetes do dia (22/10)

A manchete do bem: Fala de Eduardo Bolsonaro é golpista, diz Celso de Mello.

As outras: Dona de direitos do Brasileiro tem sede em paraíso fiscal, Governo Trump quer excluir existência de pessoas transgênero da lei federal e Faculdades privadas querem que o novo governo aumente Fies em 10 vezes.

Bom dia a todos!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/22)

The headline for good: The week in tech: Executives pull out of Saudi conference.

The others: 'Transgender' could be defined out of existence under Trump administration, Turkey's president vows to detail Khashoggi's death 'in full nakedness' and Miscarrying at work: The physical toll of pregnancy discrimination.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

domingo, 21 de outubro de 2018

Parece brincadeira

Aparentemente, a Copa 2018 já está muito distante da memória da imprensa esportiva. Pelo menos é o que se depreende de reportagem da Tribuna do Norte deste domingo.

A reportagem exalta uma tal solidez defensiva do time de Tite, que não toma gols há 4 partidas. Pelo jeito, a memória falhou sobre o time brasileiro. É que o Brasil chegou à Copa como adversário irresistível dos seus pares das Américas, especialmente da parte sul. 

Agora exaltam uma tal solidez defensiva porque o Brasil não tomou gols contra Estados Unidos, El Salvador, Arábia Saudita e Argentina. 

O sofrimento brasileiro na Copa se deu contra adversários europeus. Portanto, qual (quais) dos adversários dos últimos amistosos é (são) europeu(s)?

É muita boa vontade para se iludir...

Boa experiência

A expectativa era grande, mas a divulgação não foi adequada. Para se ter uma ideia, eu só adquiri ingresso para o show do Balão Mágico na véspera. Muita gente deixou de ir por nem saber que o evento ocorreria.

Mas ele aconteceu. Mike, Toby e Simony, da formação original que encantou com músicas como Galinha Magricela, Ursinho Pimpão, Oh, Suzana, Você e Eu e por aí vai fizeram trintões e quarentões cantar e dançar com o mesmo entusiasmo de 33 anos atrás quando estiveram no finado Castelão em Natal.

Dos três, Toby é o que ainda mantém a inocência de criança. Sua voz é a que mais lembra o tom original das músicas, embora obviamente tenha amadurecido. 

Mike parece bem à vontade com várias funções no palco - também ataca de percussionista.

E Simony... Bem, Simony sempre foi Simony. É a estrela principal. Troca de roupa algumas vezes e domina a cena, inclusive com humor.

O trio esbanjou simpatia o tempo inteiro. Simony deixou logo bem claro que tiraria fotos com todo mundo que ali estava no pós-show. 

Eu só não gostei de uma certa falta de profissionalismo. Apostaram muito na emoção e deixaram detalhes técnicos importantes de fora, como um roteiro para o show. Havia momentos em que não se sabia quem dos três iria falar com o público. Num determinado instante me pareceu bem claro que Mike enchia linguiça - pela repetição das palavras - para dar tempo da troca de figurino de Simony.

O próprio início do show teve que parar e começar de novo por falha. 

Fora as inúmeras vezes em que um dos três errou a letra. Numa, Simony mesmo deixou claro o erro. Noutras, ouvimos palavras desencontradas com os três cantando ao mesmo tempo. E ainda houve aqueles erros de não saber até onde iria a repetição do refrão ou de uma parte dele.

Se o trio pretende encarar mesmo um retorno à carreira - merecido, afinal as letras são de extremo bom gosto -, levar a coisa a sério principalmente em shows em lugares como o Teatro Riachuelo, que não tem pena do bolso alheio, é vital para o devido sucesso.

Como sempre faço, compartilho alguns momentos abaixo. Muita gente voltando a ser criança.
































































Gostei e não gostei

Fiquei devendo uma análise sobre a estreia do América na Copa do Nordeste Sub-20 na última sexta-feira. Antecipei algumas coisas no Podcast de hoje sobre o futebol e vamos a mais detalhes por aqui.

Primeiro, o América me pareceu organizado no jogo. Até tomar o gol, foi o senhor das ações do jogo. No segundo tempo, também, embora já não mais com tanta organização como no primeiro tempo.

Gostei desses 20 minutos iniciais dentro da nova realidade do futebol, cada vez mais parecido com handebol. O Fortaleza passou poucas vezes da linha divisória do gramado. E ainda tinha torcedor do América gritando para o treinador tirar a equipe de trás...

Não gostei da atuação de 2 jogadores especificamente: o zagueiro Matheus Machado e o volante Rennan. Este último demonstrou enorme dificuldade para dominar bolas e matou vários ataques de sua equipe. O zagueiro parecia estar no mundo da lua e tomar sempre a decisão errada.

Também não sou fã do esquema com 3 zagueiros, especialmente se os alas são frágeis na subida ao ataque. Murici e Diego não funcionaram como pontas como esperado, embora tenham atuado bem quando apareceram ofensivamente. Só que o buraco defensivo principalmente com Murici foi maior do que qualquer benefício alcançado, tanto que o gol adversário começou pelo lado direito americano.

Sobre Ewerton, Anthony e Thyago. Ewerton é um goleiro pronto e está naquele momento ideal para que a experiência confirme e até aumente seu potencial. Neste jogo, demonstrou os efeitos da falta de ritmo e nem assim comprometeu. Muito pelo contrário, salvou a equipe com intervenções primorosas inúmeras vezes. O América precisa considerar seriamente sua escalação como titular da equipe principal sob pena de desperdiçar de vez o momento propício do jogador. É o mais sábio ensinamento da Imperatriz Leopoldina a D. Pedro I: "O pomo está maduro. Colhei-o já, senão apodrece".

Anthony e Thyago poderiam ter brilhado bem mais. Mas aqui também entra uma observação sobre o esquema do time. Anthony passou a atuar enfiado, como um atacante, e não foi assim que rendeu no ano passado no sub-19, quando foi responsável por muitas assistências da equipe, tendo feito de Marcelinho artilheiro. E Thyago, também enfiado, sofreu com poucos avanços pelas laterais da equipe. Quando o time decidiu cruzar mais pelas laterais com Garcia, Thyago já havia sido substituído por Ronald, que não tem a mesma característica. Daí eu não entender mais a escalação dos velhos camisas 9 se ninguém pretende deixá-lo na cara do gol. Isso vale para Thyago e para Max, este no time profissional.

Judson esteve muito bem no jogo, como esperado, especialmente na segunda etapa, quando livrou a equipe de muitos contra-ataques. Quem também entrou muito bem foi o zagueiro Álvaro, que mostrou segurança de titular na maioria esmagadora dos lances. Aliás, bem que Jocian poderia ter sacado Matheus para colocar Álvaro e deixado o esquema de 3 zagueiros para uma outra oportunidade, afinal, a derrota se avizinhava.

Em resumo, não gostei da escalação de Matheus e Rennan e não gostei de nenhuma mexida ter passado por esses dois jogadores que estavam bem abaixo no desempenho técnico. A ida de Murici para o meio também se revelou infrutífera durante a partida, mas foi corrigida. Achei prematura a saída de Leandro, que bem ou mal, aparecia muito pela esquerda, e de Anthony e Thyago. Também espero um pouco mais de efetividade em transformar o domínio de bola em chutes a gol. Agora é esperar que Jocian corrija essas falhas de avaliação e de desempenho e que o América conquiste um bom resultado já na segunda rodada para que uma sequência de resultados ruins não ameace a evolução da equipe. 

Potiguar 2019 na TV União

A Tribuna do Norte deste domingo trouxe reportagem de capa no caderno de esportes abordando a proposta feita pela TV União para transmitir o Campeonato Potiguar 2019 e eu resumo aqui o que a emissora pretende e o que acho sobre o assunto.

De acordo com o que li, a TV União pretende uma parceria com os clubes. 28 partidas do estadual seriam transmitidas em pay-per-view disponível apenas para assinantes da Cabo Telecom. Dos valores arrecadados mensalmente com os assinantes do pacote, uma porcentagem seria direcionada aos clubes por meio de conta da Federação Norte-rio-grandense de Futebol. Os clubes poderiam negociar livremente as placas dos estádios e, obviamente, a exposição de marcas em seus uniformes. E os assinantes da Cabo Telecom também não teriam qualquer fidelidade, podendo cancelar o pacote a qualquer tempo,

A emissora também pretende disponibilizar jogos pela internet (inclusive em aplicativos de smartphones e Smart TVs) para sócios torcedores dos clubes de uma modalidade específica, que dará direito de ver os jogos do seu clube fora da cidade de mando de campo. Também teriam direito de acesso à programação da Oldflix, que pertence à emissora.

Todo o custo de transmissão seria da TV União e os horários seriam os determinados pelos clubes em conjunto com a FNF. Segundo Manoel Ramalho, superintendente do canal, "a TV União não irá pedir para modificar o horário de nenhuma partida."

Apenas acredito que os clubes devem observar bem os dois lados dessa moeda. Primeiro, sem canal aberto, não há tanta exposição da marca para atrair patrocinadores. 

Segundo, a base de assinantes do sinal de TV da Cabo Telecom já não é a mesma de outras épocas. Não imagino que o pacote possa ser ofertado a quem assina apenas a internet, por exemplo. Logo, haveria o custo de assinar a TV e o custo de assinar o pay-per-view, isso para um campeonato que acaba num espirro.

Terceiro, e até pelo exposto no segundo ponto, o grande boom de assinaturas ficaria com bares, o que de novo tiraria público e dinheiro dos clubes.

Acredito firmemente que esta é a hora dos clubes investirem em suas próprias plataformas de transmissão, como o América tem feito com a TV Mecão. A menos que uma emissora de sinal aberto queira realizar uma transmissão que aumente a captação de patrocinadores, esse deve ser o caminho. Acreditar em boom de pay-per-view de um estadual que caminha para a falência pode se revelar mais um belo tiro no pé.

Quando vamos superar?

A pergunta, além de pertinente, é preocupante. A angústia de não ter uma resposta traz um agravante - vamos superar?

Refiro-me a essa onda louca que transformou jornalistas e órgãos de imprensa em mentirosos contumazes e aquela mensagem escrita ou em vídeo encaminhada por números mil no WhatsApp em verdade absoluta, inabalável. 

Os Estados Unidos ainda não se encontraram a esse respeito. Desde a campanha que elegeu Donald Trump, que, sem o menor dos escrúpulos, defenestra os profissionais da imprensa que ousam publicar qualquer verdade que lhe cause desgosto, os americanos não sabem mais o que é paz. A divisão estimulada pelo chefe da nação já ameaça aquela que é tida como a maior democracia do mundo.

O roteiro segue aplicação exata no Brasil. A única exceção é que lá, Donald Trump não se recusou a comparecer a debates para se escorar apenas numa rede clandestina de ataques virulentos ao gosto de Steve Bannon e Cambridge Analytica. Aqui, Jair Bolsonaro segue confortavelmente subvertendo a democracia. As urnas são uma fraude, a eleição é uma fraude, debates são uma fraude. Dinheiro de caixa 2 (aquele que não é declarado à Justiça Eleitoral) para financiar impulsionamentos de mensagens pode. Fazer campanha em prédio público também pode. Negar o que disse, depois dizer de novo, e negar novamente também. 

No Brasil, impera o silêncio do candidato que lidera a campanha para a presidência a respeito de propostas concretas. Tanto dele como de seu vice e de seu guru econômico. A regra é evitar qualquer declaração sobre o que virá a partir de 2019 e que cause polêmica. Para que arriscar votos se o povo prefere a ilusão do salvador da pátria? Se o que basta é apenas aquele ser mitológico receber a faixa presidencial e tudo estará resolvido? (Isso lembra alguém?)

Vejo gente dizer, com alegria, que a programação de TV, especialmente da Globo, não será mais como tem sido. Outros propagam o fechamento de jornais, como a Folha de S.Paulo. Ou seja, defendem com entusiasmo a censura. Acham que há espaço no Século XXI para uma volta a 1964.

Outros defendem que uma religião determine o modo de viver de todos os cidadãos, sejam eles adeptos ou não daquela seita. 

Há também os que sonham com um país em que cada cidadão tenha uma arma pronta a ser disparada sempre que seu detentor entenda estar em perigo, o que pode acontecer no trânsito, no meio da rua, numa festa, dentro de casa. Talvez até no meio do sono.

Não consigo entender o que leva uma pessoa a acreditar que ter uma arma é proteção. Um fuzileiro naval da reserva tinha duas e foi morto nessa semana dentro de casa no RN. Levaram as armas. O próprio Bolsonaro estava arrodeado de gente armada e ainda assim foi esfaqueado.

Não temos mais discussões. A qualquer argumento contrário, basta disparar "fake news". "Mas foi o seu candidato que falou isso em entrevista ao vivo!". "Montagem, truncagem, mentira, mídia vendida, gente que vive do dinheiro desviado da Lei Rouanet.

E assim, a desfaçatez do discurso dito e negado. A clareza do jogo sujo. A verdade da mentira ou a mentira da verdade. 

Como ou quando superaremos isso? Superaremos? Queremos superar?

Livros, jornais, revistas, canais de TV, estações de rádio, todos fadados a uma insana fogueira inquisitorial.

Ah, mas isso não começou agora. Não mesmo. Essas coisas começam devagarinho. Às vezes até achamos engraçadinhas quando vêm do lado que apoiamos. O problema é que tais coisas crescem sem anteparos e terminam por nos engolir a todos.

Como voltaremos a ser uma democracia plena em que a liberdade de expressão seja respeitada, e também respeite a dignidade da pessoa humana, e seja defendida até por quem não concorda com o que está sendo dito, como tão sabiamente Voltaire pregava?

Quando olharemos para os nossos próximos sem receio, mas com compaixão pela dor alheia?

Quando entendermos que esse mundo virtual não nos dá licença para a selvageria desmedida e que faz com que sejam ditas, ou escritas, coisas que jamais seriam faladas cara a cara?

Libertar-nos-emos desse hipnótico mundo virtual que nos afasta da realidade e nos joga em bolhas intransponíveis?

Temo dizer aqui que não vislumbro resposta a tais perguntas. E sei que muitos como eu vivem uma angústia que não passa pelos rumos que estamos tomando como civilização.

O que nos resta é tentar manter o mínimo de lucidez, de sanidade mental, para não sermos tragados de vez para dentro dessa bolha. 

A humanidade tem que superar esse apocalipse da consciência. Se assim não for, abriremos mão de toda a evolução iluminista em nome de conhecimento raso, rápido e absolutamente enganador. Será o fim, não de uma geração, ou de uma nação, mas da humanidade como projeto em constante evolução. E o famoso livre arbítrio nos fará abrir mão da racionalidade e escolhermos voluntariamente a irracionalidade, irmanando-nos com os animais tidos como menos evoluídos. Que triste fim!

Podcast: Primeiros sinais

A temporada 2019 começa a mostrar seus primeiros sinais aqui no RN.


Manchetes do dia (21/10)

A manchete do bem: PF vai investigar notícias falsas a pedido do TSE e PGE.

As outras: Câncer: número de mortes triplica em 15 anos no RN, TV União faz proposta para transmitir o Campeonato Estadual 2019 e Mostra Senai de Arquitetura aborda soluções baratas para decorar a casa.

Bom domingo, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

Today's headlines (10/21)

The headline for good: Immune-based treatment helps fight aggressive breast cancer, study finds.

The others: Saudis' image makers: a troll army and a Twitter insider, Afghanistan votes for parliament under shadow of violence and Stone Mountain: the largest Confederate monument problem in the world.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times