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sexta-feira, 12 de outubro de 2018
Dialética hegeliana
"Quando alguém vive um tempo no estrangeiro, tem comprometida para sempre sua noção de pátria. Sempre sentirá saudade de outro lugar. Viajar, para mim, significa partir. E partidas, assim como separações, são difíceis. Separar-se do mundo que se conhece é difícil, mesmo que temporariamente, contudo é um arrependimento momentâneo. Sei que só consigo apreciar minha casa quando estou no estrangeiro, e não consigo apreciar outras terras até ter voltado para casa."
Andrew Solomon, escritor americano, falando a Veja (12/09, pág. 81) sobre viajar e voltar para casa.
E o Museu Nacional?
Há exatos 1 mês e 10 dias o Museu Nacional do Rio se desfazia em chamas. Mais de 20 milhões de itens de seu acervo - um dos maiores de História Natural e Antropologia das Américas - seguiu o trágico caminho.
De lá para cá, o que mudou? Teria o brasileiro adquirido em fim amor por seu patrimônio histórico e cultural?
Para marcar esse mais de um mês de inércia, reproduzo texto de José Francisco Botelho, de título O Brasil não é um rebotalho e subtítulo Nossa cultura não pode ser engolida pelas chamas da estupidez, que foi publicado na edição de 12 de setembro de Veja (página 67), há um mês, portanto, e que muito bem retrata nossa situação de penúria cultural.
No primeiro ato da Tragédia de Júlio César, Roma é assolada por um dilúvio de portentos funestos. Batalhões de fantasmas marcham pelas ruas, feras espectrais rugem no Capitólio, meteoros rasgam os céus, ventanias dilaceram-se sobre o Tibre, por todo o lado há lamentos e ranger de dentes. Para Cássio, inimigo fidagal de César, os sinais celestes apontam a iminente aniquilação de Roma. À imagem de Troia e Cartago, a grande urbe do Lácio está fadada a arder. E, para o amargo Cássio, a destruição não se dará numa labareda de glória, mas num fogaréu de ignomínia. "Quem deseja acender um fogo às pressas começa com gravetos, palha frágil", esbraveja o acre orador, em minha própria tradução (publicada neste ano pela Companhia das Letras). "Que montoeira de lixo então é Roma, um bagaço, um refugo, um rebotalho, para servir de abjeto combustível a iluminar um ser tão vil?" Como todos os personagens da tragédia shakespeariana, Cássio sofre de uma incurável cegueira perante as brumas da história - no fim das contas, ele próprio ajudará a incendiar a cidade que deseja salvar. Ainda assim, ouso tomar emprestada sua interpelação retórica. Neste setembro ardente, em que o amor-próprio dos brasileiros parece ter descido ao fundo da fornalha, atrevo-me a indagar: acaso é nossa cultura um bagaço, um refugo, um rebotalho? Que vileza é essa que se desenha à contraluz no incêndio de nosso passado e na sombra de nosso presente? O que as chamas do Museu Nacional horrivelmente iluminam não é uma efígie nem uma sigla, mas as feições de uma doença espiritual - a mazela, o desnorteio e a incúria que nos impedem de conservar um dos patrimônios mais extraordinários do mundo.
Há décadas lavra-se no Brasil uma guerra inominada e ecumênica contra nosso legado artístico e histórico. Quantas igrejas, quantos casarios não foram derrubados em nome de um progresso retrógrado? Quantos monumentos não foram depredados em nome de causas confusas? Quantos tesouros não foram negligenciados em nome de modismos obtusos e custosos? O fogo do Museu Nacional não se acendeu por faíscas casuais. Suas chamas também projetam, em horrível claro-escuro, a silhueta de uma refrega ideológica que adoece o país, sobrepondo conclusões prévias à nítida consideração dos fatos e impedindo que identifiquemos - e sanemos - as raízes reais de nossas desgraças. Enquanto o patrimônio brasileiro servir de combustível descartável a jogos de poder e duelos de narrativas, continuaremos a arder.
Não pretendo, contudo, ser cego e amargo como Cássio. A imagem de Dom Pedro II recortado nas labaredas, como que descendo aos infernos, é um convite quase irresistível ao desespero - mas desesperar-se, numa hira dessas, é recusar a boa luta. O Brasil está em chamas, o Brasil está em cinzas, mas o Brasil não é um rebotalho. Nossa cultura vale mais que o pandemônio e o palanque. Para apagar o incêndio de nossa cultura, é preciso encará-la como um fim em si mesma e lhe conferir uma defesa à altura do que realmente é: um patrimônio inestimável de toda a humanidade.
Manchetes do dia (12/10)
A manchete do bem: O chargista Rodrigo Brum, da Tribuna do Norte, venceu pela segunda vez o prêmio Vladimir Herzog, na categoria Arte.
As outras: Em 2018, número de queimadas aumentou 46% no RN, Volume de consumidores com contas em atraso aumentou 3,9% em setembro e Varejo registra aumento nas vendas em agosto.
Feliz Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, a todos!
Fonte: Tribuna do Norte
Today's headlines (10/12)
The headline for good: U.K. to allow prescriptions for medicinal marijuana from Nov. 1.
The others: From Wall Street to K Street, companies gauge the risks of doing business with Saudi Arabia, Russian rocket fails and 2 astronauts make safe emergency return and Winning bidder for shredded Banksy painting says she'll keep it.
Good morning, everyone!
Source: The New York Times
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Teste
A equipe sub-20 do América realizou jogo treino. O texto e a imagem abaixo são de autoria de Canindé Pereira, assessor de imprensa do clube.
"De olho na estreia na Copa do Nordeste Sub-20, nossa equipe de juniores realizou esta manhã (11), na Arena América, mais um jogo-treino contra uma equipe participante da Série B do Campeonato Potiguar, desta vez contra o Alecrim. Com gols de Anthony e Ronald, o time do técnico Jocian Bento empatou em 2 a 2. A nossa estreia no 'Nordestão' está marcada para o dia 20, às 15h, contra o Fortaleza, em Natal, com local a ser confirmado."
Manchetes do dia (11/10)
A manchete do bem: A partir deste sábado, bancos receberão boletos vencidos.
As outras: Extrema pobreza aumenta no Brasil e no RN, Feriadão tem previsão de 3,24 milhões de viagens e PF prende no RN suspeito de tráfico internacional.
Bom dia a todos!
Fonte: Tribuna do Norte
Today's headlines (10/11)
The headline for good: CVS Health and Aetna $69 billion merger is approved with conditions.
The others: Hurricane Michael leaves trail of destruction as it slams Florida's panhandle, WarnerMedia plans to unveil streaming service by end of 2019 and Stocks plunge, as fresh tensions with China batter tech shares.
Good morning, everyone!
Source: The New York Times
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Afastamento por unanimidade
Leio na edição de hoje da Tribuna do Norte (Notas & Comentários, página 3) que o CNJ manteve por unanimidade a decisão do Corregedor Nacional da Justiça Humberto Martins, que determinou o afastamento daquele juiz federal (Eduardo Luiz Rocha Cubas, do TRF1) que planejava conceder uma liminar absolutamente ilegal determinando que o Exército recolhesse as urnas eletrônicas em todo o Brasil para que não fossem utilizadas no 1.° turno das eleições.
O juiz em questão atua no juizado especial federal e já gravou vídeo ao lado de um dos filhos de Bolsonaro questionando a credibilidade das urnas.
O CNJ agiu a pedido da AGU, que questionou a ilegal tramitação de uma ação popular no juizado especial federal. O juiz afastado achou pouca a ilegalidade dessa tramitação e ainda determinou esdrúxulo sigilo judicial ao feito.
O caso merece investigação aprofundada.
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