Num seminário no Tribunal de Justiça de MG sobre os 30 anos da Constituição, a presidente do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia não deixou de mostrar o lado espirituoso que todo bom mineiro tem.
Avaliando a proximidade do Poder Judiciário em relação a sociedade brasileira, a ministra comparou os ministros do STF aos jogadores da Seleção Brasileira masculina de futebol.
Tenho visto com muita frequência que os brasileiros conhecem muito mais os juízes do Supremo Tribunal Federal às vezes do que os jogadores que foram para a Copa nesta ocasião.
Ainda com bom humor, Cármem Lúcia contou sobre sua ida ao Mercado Central em Belo Horizonte.
Uma pessoa fez referência: 'O desembargador tá ali comprando abacaxi'. Eu disse assim: "No Judiciário já temos tantos. Não sei por que comprar mais um'.
Para encerrar as tiradas, ela falou sobre o (absurdo) número de processos no STF.
Em abril do ano passado em conversa com a ministra Sottomayor, da Suprema Corte americana, eu disse que tínhamos chegado a número mais baixo de processos que nos últimos anos. Tínhamos chegado a 70 mil processos. Agora estamos com 49 mil. E quando discutíamos 70 mil processos, ela disse: 'A senhora errou. São 70 processos'. 'Não, senhora. 70 mil.'
Informando que a Suprema Corte julgara 73 processos em 2017, Sottomayor perguntou-lhe: "Juiz brasileiro dorme?".
Dorme mal sempre. Porque não é possível dormir com essa responsabilidade, que é a vida do outro entregue em nossas mãos e uma grande espera por direitos fundamentais.