quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Pensando na frente

Ele jurou que só está pensando no jogo de hoje contra o Potiguar, mas deixou escapar durante a entrevista que não é bem assim. 

Ontem o técnico abecedista Geninho revelou que tirou o atacante Nando para evitar desgaste físico e que a escalação de Marquinhos na esquerda é preparação para o jogo contra o CRB no próximo fim de semana. 

Mais para frente, ele deixou escapar que pretende poupar mais jogadores na última rodada do estadual para que o time titular chegue mais inteiro à final do 1.° turno. Tudo isso, claro, se o ABC vencer hoje o Potiguar, o que não parece nem um pouco difícil.

Geninho está sim pensando no jogo de hoje à noite, mas isso passa longe de deixar os próximos jogos para depois. E a escalação de hoje à noite é prova disso.

Inédito

Hoje América e Audax se enfrentam pela primeira vez na história. Mas não é só isso que é inédito no confronto. Pela primeira vez em 2017, o América jogará fora do RN sem qualquer cobertura da TV e das rádios de Natal, cuja atenção estará voltada para ABC x Potiguar pelo estadual. O jeito vai ser procurar uma rádio de Osasco pela internet.

Também hoje é a estreia desse novo modelo de Copa do Brasil, em que só há uma partida na primeira fase na casa do clube em pior posição no ranking e com vantagem para o visitante. A renda será dividida. Essas invenções da CBF que deixam todo mundo com o pires na mão. 

O forte Audax vem de ótima estreia no Paulistão, quando goleou o São Paulo por 4x2 e figura como 2.° colocado entre os 16 clubes do estadual. Mas hoje ele também enfrenta a situação inédita de ser obrigado a vencer sob pena de cair fora da competição.

O América ainda busca a melhor formação. Lidera o grupo E da Copa do Nordeste e está em 5.° lugar no estadual. O técnico Felipe Surian já disse que não vai mudar o esquema, mas que vai jogar sim com o regulamento embaixo do braço. E, cá entre nós, um 0x0 seria uma goleada ante o desnível entre os times e a situação atual de pressão constante no América.

Se eu fosse escalar, escolheria Vinícius, Osmar ou Richardson, Maracás, Paulão, Danilo; Filipe Alves, Michel Benhami, Marcos Júnior, Jean Patrick, Dija Baiano; Tony. Mas é Felipe Surian que conhece o estilo Fernando Diniz, o Audax e o próprio elenco americano. Só ele sabe qual escalação pode trazer melhor resultado com tanta dificuldade. Talvez Michel Cury apareça no time titular. Talvez Memo. Talvez Everton. Talvez Fred. Até Somália já foi regularizado, apesar de não ter aparecido na lista de relacionados. 

Apenas de uma coisa eu tenho certeza: vai ser sofrido. Preparem o coração.

Potiguar 2017: ABC x Potiguar às 19h15

Local: Estádio Frasqueirão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX)

ABC (4-5-1): Edson, Levy, Léo Fortunato, Cleiton, Marquinhos; Anderson Pedra, Jardel, Erivelton, Echeverría, Gegê; Caio Mancha. Técnico: Geninho.

Potiguar (4-4-2): Rafael Dida, Glaubinho, Luiz Alberto, Marinho, Viel; Sidney, Batata, Jozicley, Márcio Tarrafas; Giovanni, Cleiton Júnior. Técnico: Dário Lourenço.

Árbitro: Zandick Gondim Alves Júnior (CBF)
Assistentes: Vinícius Melo de Lima (CBF) e Jean Márcio dos Santos (CBF)

Destaques do ABC
Anderson Pedra - bom na marcação.
Echeverría - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Potiguar
Rafael Dida - tem dado conta do recado.
Jozicley - bom na marcação e no apoio ofensivo.

Prognóstico: o ABC (1.°), apesar de poupar vários jogadores, não deve ter dificuldades para superar o Potiguar (7.°). Vitória do ABC.

Manchetes do dia (08/02)

Vamos começar com a manchete do bem: Construção civil espera retomada.

Agora vamos às outras: Concurso abre 70 vagas para Corpo de Bombeiros, Sejuc foi alertada 3 dias antes da rebelião de Alcaçuz e Zona Norte entra em rodízio de abastecimento d'água.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Contra a tendência

Longe de mim me meter na negociação dos outros, mas vejo como falta de inteligência de ambas as partes Sky e Fox não entrarem em acordo e os canais desta saírem daquela.

Na Cabo, os canais Fox já se foram há um certo tempo. Agora fiquei sem eles na Sky também.

E onde está a falta de inteligência? É público e notório que os canais de TV em geral vêm perdendo audiência para a internet. Isso é uma tendência de comportamento. As pessoas, principalmente da nova geração, gostam de programação individualizada, que se pode assistir a qualquer hora e em qualquer lugar. Começou com o YouTube e deslanchou mesmo com a Netflix.

Não bastasse isso, a crise fez o povo redescobrir a TV aberta, já que mensalidades que levam um terço do salário mínimo para entupir a TV de canais religiosos e outros que jamais serão sintonizados não cabem mais nos orçamentos familiares.

Aí Fox e Sky, aparentando viver em outra realidade, brigam por valores a ponto de vários canais de uma deixarem de ser exibidos na outra. Nem percebem que podem estar morrendo abraçadas por beicinhos comerciais. Não conseguem enxergar que os atuais clientes, bravos resistentes à nova tendência, podem simplesmente aderir à corrente dos sem TV pela retirada do que já estavam acostumados a acompanhar. E depois que o pessoal descobrir que há vida sem Fox e sem Sky, voltar ao estado anterior será quase impossível. Que o diga a Globo.

Eis o ilógico mundo comercial.

A praga da dublagem



Há pouquíssimos casos de obras-primas em dublagem, quando esta soa bem melhor do que a voz original. A mais brilhante que me vem a cabeça agora é Darth Vader de Star Wars. A voz em português era assombrosa, imponente. No original, Darth Vader não passava de um cara com a máscara.

Como disse, são casos raros. E por isso mesmo não suporto filmes dublados, especialmente os novos. O trabalho do ator original vai embora. Há casos em que até o roteiro fica prejudicado. Não valem a pena.

No caso das animações, então, a desgraça aumenta. Especialmente quando se trata de dublar crianças/adolescentes. Por isso me recuso a ver animaçõe (que adoro!) no cinema. A indústria cismou que Natal não tem espaço para pelo menos uma sessão semanal legendada. É triste.

Mas recebi ingressos para ver A Bailarina. Como ainda estava em meias-férias, peguei a sessão da almoço no Cinemark e fui conferir. Para minha surpresa, quase não havia crianças. E a indústria não acorda para o potencial desses filmes se legendados...

A voz da personagem principal é absolutamente irritante. Se alguém assiste à novela das 9 na Globo, é no estilo da filha de Cláudia Abreu - um horror de artificialidade. Ainda bem que é a única. Os outros personagens importantes têm vozes mais condizentes com uma voz natural. 

A animação vale por ser ambientada na Paris que ainda construía a Torre Eiffel e finalizava o presente pelo centenário da independência americana - a Estátua da Liberdade. Também é interessante ver uma dança tão clássica como o balé ter suas dificuldades exibidas. É uma garota órfã que luta no estilo treinamento de Rocky Balboa para realizar seu sonho. Uma mudança de perspectiva super estimulante, mesmo com a vozinha terrível.

No fim, valeu a pena. E se os cinemas entendessem que adultos gostam de filmes de animação e também de legendas, certamente eu acompanharia com muito mais prazer tal estilo. Custava ter uma sessão semanal em horário desinteressante para os outros? 

Fica a torcida.

Indigesto

Desde o sorteio da Copa do Brasil eu ressalto a pedreira que sobrou para o América na primeira fase da competição. Enfrentar o forte Audax sem direito a uma partida em casa, mesmo tendo o empate a seu favor, é tarefa hercúlea ante a realidade que envolve os dois clubes: o América, reformulado e com orçamento de Série D, e o Audax, com base mantida, mesmo treinador e orçamento da 1.ª divisão do Paulistão.

A primeira rodada do Paulistão, por sinal, mostrou o tamanho da dificuldade: o Audax meteu 4x2 no São Paulo. Só isso já fala por si.

Mas um detalhe pode fazer a diferença: o Audax entrará em campo com a obrigação de vencer. Isso pode ter grande peso para um time acostumado a ver essa obrigação ser dos seus adversários, normalmente os gigantes do futebol brasileiro. Se quiser a vaga na próxima fase, ao Audax só resta vencer a partida contra o América, que, diante das limitações, comemorará muito um 0x0.

Tarefa nada fácil para os comandados de Felipe Surian. Porém, é bom lembrar que o América é chegado a missões impossíveis, a última delas na própria Copa do Brasil. E em 90 minutos tudo pode mudar. 

Manchetes do dia (07/02)

Manchete do bem: Minha Casa, Minha Vida amplia renda e quer financiar 610 mil imóveis.

Outras: Hospital universitário inaugura 5 leitos de UTI pediátrica, Aumentam ataques em cidade do interior e Com segunda menor queda da região, PIB do RN encolhe 4,2%.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

Aprovados

Se vão dar certo no América, só o futuro dirá. Mas Somália, Lúcio e Alisson (os dois últimos ainda não fecharam com o clube) foram aprovados pelo técnico Felipe Surian, como deve ser. Foi o que o próprio revelou ao Globoesporte.com

"É sempre bom ter jogadores que venham trazer qualidade para o grupo. Nosso grupo é pequeno e disputamos 3 competições. Precisamos de peça de reposição porque os jogadores atuais começam a se desgastar, a ter lesões. Tive uma conversa com a diretoria para trazer novos atletas. É muito bom que o Somália e o Lúcio estejam aqui porque eles dois têm uma história no time e um carinho com a torcida. (...) O Alisson não esteve aqui, não sei em quantas anda a negociação com ele, mas é um nome que eu pedi desde o início da pré-temporada. Na ocasião, a conversa não andou. É um jogador experiente, com bagagem de Série B, e é um momento no qual o América precisa de jogadores assim."

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Acusou o golpe

Não sei se o problema foi o local onde foi realizada (que me parece ser um local movimentado, o que poderia ter influenciado no tom de voz) mas o fato é que na entrevista publicada pelo América, o técnico Felipe Surian parece ter acusado o golpe da derrota para o Sergipe e da pressão crescente. Pelo tom da voz, a impressão é de abatimento. Mais: há trechos em que ele demonstra grande chateação com as críticas, como a respeito da hora das modificações:

"A avaliação foi no sentido de que no primeiro tempo já estava pensando em mudar principalmente nosso setor de meio de campo, que não estava conseguindo marcar nem produzir na primeira etapa. Mas, mesmo assim não conseguindo fazer um bom jogo no primeiro tempo, não sofremos tanto perigo de gol. Então resolvi aguardar no intervalo e tentar reorganizar. Foi o que nós fizemos. Voltamos muito melhor para o segundo tempo, jogando em cima do adversário, buscando o gol. E no momento em que nós estávamos melhor no jogo, nós sofremos o gol por uma bola parada. Então isso nos prejudicou bastante. Então não tem por que você trocar somente para falar que trocou. Se a equipe voltou do intervalo melhor, buscando o gol, não tenho por quê. Se ela voltasse ainda com o mesmo futebol que estava fazendo na primeira etapa, com certeza com 5, 10 minutos, já teria trocado. Mas voltamos melhor, voltamos em cima. Em um gol de bola parada, desatenção, nós levamos o gol. E naturalmente quando você está atrás do placar, você tem que colocar sua equipe mais à frente. Foi o que nós fizemos. Tirei o Jean Patrick, que estava até bem na partida, mas estava já cansando. Coloquei Raul. Tirei um volante e coloquei mais um meia. E tirei um jogador, o lateral direito, que era o Richardson, que estava fazendo mais a linha de contenção, e coloquei um lateral mais ofensivo, que é o caso do Everton. São substituições que são normais para quando você necessita de avançar sua equipe. Então não tem o porquê de você trocar por trocar, se foi tarde ou se não foi. Isso aí vai muito da interpretação de quem não estuda, de quem não lê a partida."

Como já disse, a pressão em Felipe Surian está enorme. E há um movimento claro em busca de sua cabeça na imprensa do RN. Na semana passada, um site disse que a torcida tinha ido ao CT protestar pela falta de padrão tático, quando o povo lá foi para criticar jogadores. Nesta semana, um jornalista disse que o ABC na mesma crise (???) tinha contratado Geninho e que o América tinha trazido Felipe Surian. Não custa lembrar que o América está na Série D e trouxe apenas o campeão invicto da última edição, e que acumula 3 acessos nesta divisão: dois como técnico e um como auxiliar. Quem estaria mais habilitado do que ele para a missão?  

Aí também está a base campeã: Daniel, Osmar, Marcos Júnior, Michel Cury, Dija Baiano. Falta um ingrediente: engrenar. Uma melhor produção ofensiva traria bem mais confiança. Reforços estão chegando. Mas o caldeirão América virou prato cheio para a má vontade. Até uma vitória é cheia de "porém, mas, contudo, entretanto, todavia". Nada presta. Nada vai dar certo. O certo mesmo é reviver a roda viva do ano passado: a cada 3, 4 rodadas, um novo técnico e novas contratações. Não há trabalho que renda assim. 

Ainda é cedo para essa carga toda em Felipe Surian. Cabeça fria à direção e ao próprio treinador é mais do que necessária nesta maratona de jogos fora de casa que só se encerra em 19/02. A temporada não será fácil. Mas com muito esforço, a recompensa virá, mesmo que contra tudo e contra todos.

De minha parte, continuo botando a mão no fogo pelo trabalho de Felipe Surian. Ainda não vi um erro crasso de sua parte e para mim somente o jogo contra o Globo foi ridículo. O resto está no bolo de início de temporada. É bom lembrar que Roma não foi feita num dia. E já que a imprensa anda comparando a situação do ABC no ano passado com a do América neste ano, na Série C, o ABC de Geninho começou muito mal e ainda assim o treinador manteve o time e também foi mantido pela direção. Mas certamente essa comparação não interessa. Afinal, o América está na Série D, uma realidade bem distinta da do ano passado.