terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Felipe Surian: "As coisas entrarão no eixo daqui pra frente"

Ainda na entrevista coletiva pós-treino, o técnico americano abordou vários pontos a respeito do rendimento de sua equipe. Vejamos alguns trechos:

O momento do América
Quando os resultados não vêm de acordo com aquilo que a gente trabalha e imagina, é normal que venham as perguntas, as dúvidas, a pressão. Então, é ter tranquilidade, equilíbrio pra que nós, comissão técnica, diretoria e jogadores juntos possamos fazer melhores jogos e, consequentemente, buscar os resultados positivos. (...) Cabe a nós, que somos os responsáveis diretos em tirar o América dessa situação, trabalhar um pouco mais para que os resultados possam vir o quanto antes e fazer com que o torcedor abrace e confie ainda mais no elenco.

A ausência de Michel Benhami e Dija Baiano
Ainda estão no DM. Não recuperaram. Parte muscular é complicado. O jogo foi muito pesado na quinta-feira contra o Botafogo-PB. Uma competição também difícil, não como o estadual, mas uma competição ainda mais difícil, um nível de exigência maior. Então sofreram uma lesão um pouco... relativamente grave e infelizmente amanhã [na quarta] eles ainda não estarão em campo. (...) É o que mais nos preocupa porque são dois jogadores muito importantes dentro do equilíbrio tático que eu gosto de trabalhar. Então a gente torce para que eles voltem o quanto antes, de repente,  já no jogo de sábado contra o Sergipe.

Os ajustes no time
Tem nem como trabalhar tanto, com tanta intensidade. Trabalhei mais parte tática para ajustar, para dar um equilíbrio no sistema defensivo e também ofensivo da equipe. Foi mais uma parte tática e nada com intensidade. Bolas paradas também nós trabalhamos. Porque o jogo já é amanhã à noite, já temos jogo no sábado, então, qualquer tipo de trabalho com mais intensidade, junto com os jogos que já passaram, pode criar aí um acúmulo de desgaste e a gente perder outros jogadores. Precisamos ter esse equilíbrio junto com o Departamento Médico para que não venhamos a perder ninguém. (...) Nós fizemos um bom jogo contra o ABC. Contra o Potiguar jogamos bem e não conseguimos fazer gols. Vencemos a partida, mas poderíamos ter feito mais gols. No primeiro jogo tivemos a infelicidade de termos um jogador expulso. E no jogo de domingo, esse sim foi um jogo bem abaixo do que nós estávamos apresentando. O resultado contra o Santa Cruz não veio, ao meu ver, devido à perda de um jogador logo de início. Mas nos demais jogos era o que nós esperávamos de evolução. Fizemos um jogo já melhor contra o Potiguar. Contra o ABC, uma boa apresentação. Depois veio o Botafogo-PB, vencemos, convencendo, o jogo. A partida em si foi do primeiro minuto ao final fazendo um bom jogo. E no domingo nós fizemos um jogo bem abaixo. Estamos buscando entender. Claro, não justificar, mas entender o que aconteceu. Já detectamos algumas falhas que aconteceram no domingo e já corrigimos. E tenho certeza que as coisas entrarão no eixo daqui pra frente.

Engatilhados

O técnico Felipe Surian revelou na entrevista coletiva pós-treino desta terça que o América já praticamente fechou contratações para o lugar de Luiz Eduardo e Jussimar:

"Já estamos quase fechados com alguns atletas. A diretoria tem se empenhado, tem buscado nomes também, mas que venham agregar, que venham vestir a camisa. Não adianta a gente buscar qualquer nome alheio, que não encare esse desafio também. Então temos que trazer atletas que venham e assumam a responsabilidade e joguem à altura do que o torcedor pede."

Arrisco dizer que vêm mais de duas contratações por aí. 

Sem TV

Pela primeira vez na temporada, os canais Esporte Interativo não vão transmitir jogo algum do Potiguar 2017, nem mesmo o clássico América x Alecrim na Arena das Dunas.

Quem quiser acompanhar os quatro jogos ou cola o ouvido no radinho, ou vai para a arquibancada. Ou as duas coisas. 

Duas vagas no América

Luiz Eduardo não é mais jogador do América. Uma proposta da Caldense fez jogador e América acertarem a rescisão contratual.

Uma rescisão na agulha para sair é a de Jussimar.

Com isso, o América abre duas importantes vagas no elenco, tanto tecnicamente como financeiramente.

P.S.: cantei essa pedra no Podcast de domingo.

Muito a agradecer

Vivo agradecendo por aqui a atenção dessas gentis pessoas que acessam o Só Futebol? Não! Hoje o agradecimento vai para os pacientes ouvintes dos Podcasts. Há um ano comecei a produzir esses bate-papos em forma de monólogo inspirada nos tons bem informais dos amigos americanos. 

Pelas respostas que recebo, eu já tinha uma ideia de que principalmente os bate-papos fixos de sexta às 19h sobre assuntos variados e de domingo às 10h sobre futebol começavam a cativar alguns interessados. Até o Podcast em inglês conseguiu alguma atenção, mesmo sendo o de menor extensão e de maior troca-troca de horário em virtude de minha apertada agenda.

Conferindo as estatísticas dos Podcasts, vejo que os danadinhos já passaram das 3.000 reproduções. É muita alegria compartilhar ideias, espantos e contentamentos pelo Spreaker com vocês. Então, eu só posso agradecer e muito a todos que já dedicaram alguns bons minutos semanais para ouvi-los. Muito obrigada mesmo.


Aproveito para lembrar que a melhor forma para ouvir esses Podcasts sem "prender" o smartphone é através do aplicativo Spreaker Radio. Dá até para bater papo ao vivo durante a transmissão. Ou usar o celular para outras coisas enquanto o som é reproduzido. Mas pelo link e pelo YouTube também é possível ouvir, embora o YouTube tenha a dificuldade de "prender" a tela. 

E renovo o convite para sexta às 19h (assuntos variados), sábado às 8h30 (assuntos variados em inglês) e domingo às 10h (futebol). Até lá.

"O próximo adversário vai ter que pagar esse pato"

O site do América divulgou excelente entrevista que o repórter Francisco Inácio, da 98 FM, realizou com o zagueiro e capitão Paulão. 

Pelo  futebol que o América tá apresentando, houve um bom rendimento contra o Botafogo-PB, caiu contra a equipe do Globo, você acha que ainda falta muito para aquele velho e tradicional entrosamento acontecer com toda a rapaziada? Ou seja, para que o grupo tenha a leitura de jogo que quer Felipe Surian?
Temos conversado muito sobre isso: buscar esse equilíbrio, não oscilar tanto dentro das partidas. O grupo tá consciente disso. Nós vamos buscar dentro das próximas partidas dar essa sequência e não oscilar tanto.

Existe uma matemática que dá total direito ao América a sonhar, a querer a decisão do campeonato. Tem que focar somente nisso, buscar essa decisão?
Com certeza. É acreditar. Enquanto há possibilidades matematicamente, a gente tem que acreditar e trabalhar pra poder estar dentro dessa final.

Desses resultados que aconteceram, qual é a opinião do grupo pelo que você, capitão da equipe, tem visto? 
Nós precisamos fazer o nosso trabalho. Os resultados têm acontecido nas outras partidas, que colaboram, mas nós temos que fazer o nosso dever. Precisamos buscar passo a passo, a cada jogo, e não podemos nos preocupar com os outros. Temos que fazer o nosso trabalho e buscar chegar nessa final.

A gente sabe que são cinco jogos. Felipe Surian ainda tá buscando a formação ideal do grupo. Ele ainda tá buscando aquele "o time é esse, o banco é esse, e acabou". Porque geralmente o treinador tem isso quando ele encontra o onze perfeito. Você acredita que essas mudanças que têm acontecido, até em virtude dos jogadores que vão pro departamento médico, isso tem dificultado?
Sim, tem dificultado porque o Felipe não tem todo o grupo para colocar o melhor que ele tem. E acredito que ele vai variar de acordo com as competições que nós temos e buscar sempre, lógico, o melhor. Mas ele procurou nivelar - ele juntamente com a diretoria - atletas de qualidade para não oscilar muito quando houver essas trocas.

O América perdeu pro Globo, perdeu três pontos importantes. Quem vai pagar o pato é o próximo adversário?
Tem que ser. Tem que ser. Temos que buscar o quanto antes. O próximo adversário vai ter que pagar esse pato. O América é grande. O América precisa pontuar como todos os outros, mas, respeitando as outras equipes, nós temos que buscar os nossos resultados e o que nós queremos dentro da competição.

Na mira do ABC

O presidente do ABC Judas Tadeu acabou de confirmar no programa Arena da TV Ponta Negra que o atacante Adriano Pardal vai sim se recuperar de cirurgia no clube. O que Judas deixou escapar é que pode pintar um acerto com o jogador a depender da evolução de seu tratamento. 

Pardal já jogou tanto pelo ABC como pelo América.

Ah, a matemática...

A matemática, essa danadinha, deixa muita gente com as calças na mão. Desde domingo ficou bastante claro que as chances do América chegar à final do turno diminuíram. Com 4 pontos, empatado com o Potiguar, e com mais 3 adversários à frente com 7 pontos e um com 10 pontos, de fato chegar à final não será tarefa fácil. Agora o Mecão só pode atingir 13 pontos neste primeiro turno.

Mas sabem como é a matemática, né? Puxa para lá, puxa para cá, de repente os tais 15-16 pontos nem são assim tão necessários para chegar à final do turno. Mas não se engane! A nova matemática dos 13 pontos não se aplica ao América, praticamente eliminado do 1.° turno. A conta é da Tribuna do Norte e veio na capa de hoje do jornal:


Segundo o jornal, o ABC já pode se classificar nesta quarta-feira com apenas 13 pontos para a final do turno. Para isso, basta vencer a partida contra o ASSU e torcer para que Globo e Baraúnas percam suas partidas. 

Interessante é que os mesmos resultados, desde que acompanhados de uma boa vitória do América no clássico contra o Alecrim na mesma rodada, também recolocam o alvirrubro a depender de suas próprias forças para chegar à mesmíssima final, para tanto tendo que atingir os mesmíssimos 13 pontos.

Teve até gente dizendo que era ruim para o Mecão ter dois confrontos diretos pela vaga (ASSU e Baraúnas) na reta final.

Ah, matemática danada... Às vezes até parece magia!

Jussimar de saída

Moura confirmou à imprensa ontem que o clube está mesmo providenciando a saída de Jussimar. O atleta não gostou de não ser relacionado para América 3x1 Botafogo-PB e pediu para sair. Segundo Moura, ao América só interessa atletas comprometidos com o clube. E quem quer sair não tem como se comprometer, né?

A saída de Jussimar abre a possibilidade de uma contratação mais interessante para o meio de campo. A questão agora é conseguir alguém bom, barato e em atividade - missão quase impossível. Talvez um empréstimo junto a grandes clubes, como já ocorreu com Régis, ex-São Paulo, e o saudoso Arthur Maia, ex-Vitória, seja a solução. É bom lembrar que Moura foi responsável direto pela vinda de Régis em 2013.

Reforçar é preciso. E se a vaga pintar, é unir a fome com a vontade de comer.

A pressão é grande

Ninguém esperaria um ambiente diferente do América em 2017 ante tudo o que aconteceu no ano passado. O rebaixamento de um clube centenário para a Série D é para transformar até vitória de 1x0 em motivo para reclamar.

Isso tudo era esperado. Mas é impressionante o desligamento da imprensa à realidade das coisas do América. Praticamente ninguém dentre os torcedores americanos reclama do trabalho de Felipe Surian. Pelo contrário, é impossível não reconhecer que o time já tem sim um jeito de jogar muito claro. A reclamação é pesada na direção do clube. O América tem um time, tem organização tática, mas não tem opções confiáveis no banco. Reforços são necessários.

Aí abro o Globoesporte.com e dou de cara com isso:

Como é que é? Falta de padrão tático? O América vem nessa mesma batida desde os jogos-treino! O time de Felipe Surian investe pesadamente em ataques pelos lados de campo. Tem paciência para armar o jogo desde lá de trás com os zagueiros e não tem vergonha de recomeçar por lá quando o negócio aperta. Em certos momentos sobe sua marcação e parte rapidamente para o contra-ataque. 

Foram 5 partidas oficiais. Em apenas uma, a última, o futebol produtivo inexistiu. E isso depois da expulsão do Globo porque, até lá, o América estava passeando em campo, mesmo sem dois importantes titulares, tanto que o Globo trocou um jogador pelo gol a ser marcado pelo Mecão (e se deu bem, diga-se de passagem!).

Não, amigos do Globoesporte.com, o torcedor americano não está irritado com a falta de um padrão tático. A chateação é com qualidade técnica mesmo e, principalmente, com a diretoria, por tudo que já sabemos. Tem gente, por exemplo, não engole a renovação que houve com alguns jogadores do ano passado. E Felipe Surian não tem nada a ver com isso.

Dentre os pesadelos do América, o pior é a Série D. Só há dois caminhos: subir ou ficar sem série. Felipe Surian já provou que entende desse negócio. Subiu mais de uma vez com equipes sem tradição, a última delas sem uma derrota na campanha. Parece muito claro que ele é a melhor solução para o América. Quer dizer, deveria parecer, porque uma afirmação dessa numa reportagem aponta para um caminho diametralmente oposto. Pior: bem longe da realidade de reclamações da torcida.

Já disse: a pressão no América é grande. Não precisa a imprensa entornar ainda mais esse caldo, não.