domingo, 9 de outubro de 2016

Entrevista de Felipe Surian

Não. O Só Futebol? Não! não está dando furo algum com entrevista de Felipe Surian. Não é esse o propósito deste blog. Fuçando a internet achei uma entrevista do provável novo treinador do América ao Correio Braziliense (especificamente a Marcos Paulo Lima, subeditor de esportes do jornal) ainda quando comandava o Volta Redonda no Carioca 2016. Vale conferir para conhecer um pouco mais sobre o atual campeão da Série D 2016.

"Você é o técnico mais jovem do Campeonato Carioca com 34 anos [atualmente conta 35 anos de idade]. Por que a carreira de zagueiro acabou tão cedo? 
Com 27 anos, eu tive um problema na coluna, eu tive hérnia de disco e isso me prejudicou um pouco e decidi encerrar a minha carreira como atleta.

Você chegou a jogar com o Fred no América-MG. Fala um pouco dessa amizade e por que vocês trilharam caminhos opostos...
Eu já estava no América-MG quando o Fred chegou. Eu era até o capitão do sub-20 na época. Jogamos juntos. Eu até tive uma participação boa na primeira contratação dele. Nós temos uma diferença de dois anos e depois de trilhamos caminhos diferentes. Mas a amizade sempre continua, a gente sempre mantém contato. Graças a Deus ele teve essa ascensão, chegou onde chegou. É um cara humilde, preservou a sua raiz. Nunca deixou a família e os amigos. 

Fred deve estar bravo com você. O Thiago Amaral tomou a artilharia dele. Me fala um pouco mais sobre esse goleador do Voltaço e do Carioca...
É um atleta experiente, muito dedicado, experiente, concentrado nas suas ações. Nos trabalhos, ele sempre está querendo fazer o algo a mais e se encaixou dentro do esquema que eu gosto de trabalhar. Ele tem aproveitado bem as chances que aparecem e hoje é o artilheiro. Que continue assim até o fim da Taça Guanabara.

O técnico português André Villas-Boas, do Zenit, começou na carreira de técnico tão cedo quanto você. Ele é uma das suas inspirações? Quem são as suas referências?
O futebol mundial está dando uma renovada, vem surgindo uma nova safra de treinadores não só no Brasil como no exterior. Você colocou bem, o André Villas-Boas começou bem, está ocupando o seu espaço e ainda tem muito chão trilhar também. As minhas influências são de treinadores com esse perfil. Gosto muito de estudar os adversários, gosto de transições rápidas, da potencialização do atleta para que ele renda, hoje, mais do que rendeu ontem. E amanhã, mais do que hoje. Não tenho uma referência específica, sigo vários treinadores e vou adequando cada estilo dentro da minha filosofia.

Por que o Volta Redonda é vice-líder. Qual é o segredo do sucesso?
Isso se deve à inteligência dos atletas. Em três meses de trabalho, eles entenderam a minha filosofia, o meu projeto de jogo. Isso é mérito totalmente deles. Além disso, estamos fazendo um trabalho sério, competente e com a união de todos.

O Volta Redonda derrotou Fluminense e Flamengo neste Carioca, deu trabalho ao Vasco e agora terá pela frente o Botafogo. Qual é a fórmula do sucesso contra os grandes?
Eu gosto de analisar bem os adversários e traçar uma estratégia. Às vezes, pode dar certo, às vezes pode dar errado, faz parte do jogo, mas, no caso dos três deu certo. Vencemos o Flamengo e o Fluminense e perdemos injustamente para o Vasco. Nós fizemos um bom jogo. Isso mostra que nós podemos chegar em um lugar grande dentro dessa competição.

Qual foi o trunfo do Volta Redonda especificamente na vitória sobre o Flamengo?
Eu havia observado os últimos quatro jogos do Flamengo. Eles estavam fazendo jogos intensos e a única maneira de vencê-los era a minha equipe exibir um jogo taticamente perfeito, com marcação forte, e tentar surpreendê-los no segundo tempo. Por isso, eu segurei dois atletas mais rápidos para os últimos 25 minutos e conseguirmos, numa jogada desses dois atletas, fazer o gol da vitória. Um deles era titular até o jogo anterior ao do Flamengo. Muitos não entenderam, ele também não, mas esse foi o nosso triunfo naquele jogo.

O Volta Redonda é vice-líder da Taça Guanabara. Dá para repetir o título de 2005 na GB de 2016 e ir além do vice no estadual daquele ano?
Ainda faltam quatro jogos, mas nós estamos buscando chegar na semifinal, na final, e até ao título. Todo profissional quer ser lembrado por onde passa e isso não é diferente comigo.

Você tem no elenco caras experientes como o Vinícius Pacheco e o Lopes. Qual é o papel deles nessa boa campanha do time?
São meias de armação, até um pouco com as mesmas características. O Lopes é um pouco mais forte do que o Vinícius Pacheco, mas as características são as mesmas. Eles fazem o jogo fluir, a transição entre o meio de campo e o ataque com infiltrações no meio da defesa adversária... A experiência deles vale muito para os meninos da base do Volta Redonda que estão jogando.

O Volta Redonda disponibiliza, desde 2015, a ferramenta do coaching esportivo. Até que ponto isso tem contribuído com a boa campanha do Volta Redonda?
Essa é mais uma ferramenta que o clube disponibiliza, que ajuda bem. A gente consegue detectar alguns pontos que poderiam passar despercebidos, mas é mais uma ferramenta. Todos têm a sua importância, desde a cozinheira, a lavadeira, roupeiro, o pessoal da fisioterapia, enfim, todos têm a mesma responsabilidade. Se hoje o clube está na vice-liderança é um mérito de todos, não só meu, não só da diretoria, dos atletas, ou de uma função específica. É uma ferramenta importante, mas todos têm contribuído.

Essa foi a entrevista. Sobre os dados da carreira, Felipe Surian começou como auxiliar técnico no Tupi. Em 2011, foi nesta função que ajudou o técnico Ricardo Drubscky a subir o Tupi como campeão da Série D.

Em 2013, foi alçado ao posto de treinador e conquistou o acesso de novo para a Série C com o Tupi. Em 2014, passou sem grande destaque por Anápolis (8 partidas, 6 empates e 2 derrotas) e Caldense (passou de fase na Copa do Brasil e acabou em 8.º lugar no Mineiro 2014). Em 2015, disputou o Mineiro com o Tupi. Caiu por ter conquistado apenas 7 pontos em 8 rodadas (7.º lugar,  tendo sido goleado pelo Mamoré, 4x0, na última partida). 

No mesmo ano, assumiu o Villa Nova-MG durante a Série D. Foram 6 jogos e apenas 1 vitória. O Villa Nova-MG ainda perdeu 14 pontos por ter escalado jogador de forma irregular. Em dezembro foi anunciado pelo Volta Redonda.

Em 2016, dirigiu a equipe do Rio de Janeiro em 33 partidas, sendo 17 vitórias. Foi campeão da Taça Rio vencendo por 3x0 o Resende e o artilheiro do Carioca era seu atleta. Na Série D, foi campeão de forma invicta (10 vitórias e 6 empates). Jogando no 4-3-3, goleou o CSA de Oliveira Canindé por 4x0, gols Dija Baiano (que está de saída do Volta Redonda), Marcos Júnior (2) e David Batista, com a seguinte escalação: Mota, Osmar (ex-América), Daniel Felipe, Gilberto, Cristiano; João Cleriston, Marcelo, Marcos Júnior (Luiz Gustavo); David Batista (Douglas Pedroso), Dija Baiano e Rafael Pernão (Michel Cury).

Podcast: Novos ares

O acesso de ABC, Guarani e os rumos do América.


Série C 2016: Fortaleza x Juventude às 19h

Local: Arena Castelão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX)

Fortaleza (4-5-1): Ricardo Berna, Felipe, Lima, Edimar, Willian Simões; Corrêa, Juliano, Rodrigo Andrade, Daniel Sobralense, Everton; Anselmo. Técnico: Hemerson Maria.

Juventude (4-5-1): Elias, Vidal, Anderson Marques, Klaus, Pará; Wanderson, Lucas, Wallacer, Romarinho, Roberson; Hugo. Técnico: Antonio Carlos Zago.

Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (PE)
Assistentes: Clóvis Amaral da Silva (PE) e Cleberson do Nascimento Leite (PE)

Destaques do Fortaleza
Ricardo Berna - experiente.
Anselmo - atacante que não perdoa.

Destaques do Juventude
Elias - tem dado conta do recado.
Roberson - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o Fortaleza conta com sua torcida para quebrar o tabu das quartas de finais e superar o defensivo Juventude. Fortaleza classificado.

Série C 2016: Boa x Botafogo-PB às 11h

Local: Estádio Dilzon Melo (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX)

Boa (4-4-2): Daniel, Leonardo, Bruno Maia, Edson Borges, Romano; Escobar, Itaqui, Felipe Mateus, Tchô; Samúdio, Daniel Cruz. Técnico: Ney da Matta.

Botafogo-PB (4-4-2): Michel Alves, Gustavo, Marcelo Xavier, Plínio, Jefferson Recife; Henik, Val, Pedro Castro, Marcinho; Carlinhos, Rodrigo Silva. Técnico: Itamar Schülle.

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)

Destaques do Boa
Itaqui - bom na marcação e no apoio ofensivo.
Daniel Cruz - atacante que não perdoa.

Destaques do Botafogo-PB
Michel Alves - seguro.
Rodrigo Silva - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Boa conta com o tabu do Botafogo-PB fora de casa para chegar à Série B. Boa classificado. 

sábado, 8 de outubro de 2016

Podcast: Upside Down

The world has been turned upside down.
https://www.spreaker.com:443/episode/9594979


Série C 2016: Guarani x ASA às 18h30

Local: Estádio Brinco de Ouro (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelos canais EI MAXX e TV Brasil)

Guarani (4-4-2): Leandro Santos, Lenon, Ferreira, Leandro Santos, Denis Neves; Auremir, Zé Antonio, Fumagalli, Marcinho; Pipico, Eliandro. Técnico: Marcelo Chamusca.

ASA (4-4-2): Thiago Braga, Júnior, Willames José, Rayan. Igor; Cal, Ramalho, Diogo, João Paulo; Rafael, Reinaldo Alagoano. Técnico: Paulo Foiani. 

Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO)
Assistentes: Leone Carvalho Rocha (GO) e Márcio Soares Maciel (GO)

Destaques do Guarani
Fumagalli - experiente.
Pipico - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do ASA
Thiago Braga - tem dado conta do recado.
Reinaldo Alagoano - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Guarani tem contra si o tabu que persegue seu técnico e a necessidade de fazer dois gols sem levar nenhum. O ASA sabe que um golzinho pode levar o adversário ao total desespero. ASA classificado.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Subiu

O jogo nem foi um primor. Mas quem se importa? O ABC de Geninho venceu o Botafogo-SP por 1x0, gol de Erivelton, no Frasqueirão e conquistou o acesso à Série B 2017.

Nem esquentou lugar na Série C: o alvinegro desceu e voltou.

Parabéns aos torcedores e a todos os que fazem o ABC pelo importantíssimo retorno à Série B!

PS: o alvinegro mira agora o título, que seria o segundo de sua história na competição.

Podcast: Difícil de entender

É preciso mudar o sistema eleitoral brasileiro. 
https://www.spreaker.com:443/episode/9590968


Série C 2016: ABC x Botafogo-SP às 19h

Local: Estádio Frasqueirão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX)

ABC (4-4-2): Edson, Filipe Souza, Gustavo Bastos, Cleiton, Marrone; Anderson Pedra, Felipe Guedes, Echeverría, Lúcio Flávio; Jones Carioca, Nando. Técnico: Geninho.

Botafogo-SP (4-3-3): Neneca, Daniel Borges, Filipe, Matheus Mancini, Diego Pituca; Rodrigo Thiesen, Derli, Zotti; Serginho, Diogo Campos, Isac. Técnico: Márcio Fernandes.

Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Neuza Inês Back (SC) e Alex dos Santos (SC)

Destaques do ABC
Edson - experiente.
Jones Carioca - artilheiro.

Destaques do Botafogo-SP
Neneca - experiente.
Serginho - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o ABC tem a faca e o queijo para garantir a vaga hoje. O Botafogo-SP conta com o peso do gol fora de casa. ABC classificado.

Brasil aqui

Saí de casa às 18h47. Foi quase uma hora de lá até passar pela catraca.  Ainda na Prudente de Morais o engarrafamento para entrar no estacionamento da Arena impressionava. 19h e poucos minutos e poucas vagas restavam. "Ainda bem que cheguei cedo", pensei.

Na entrada do estacionamento, um assalto. "R$ 25", disse a moça. "R$ 25?!". Não vi um aviso sobre o aumento de quase 70%.

Dentro do estádio, o de sempre. É muito gostoso assistir a qualquer jogo na Arena das Dunas. De qualquer lugar, a visão é show. E como o setor Sul é ventilado!

Olhei para o Leste com um certo aperto no coração. Não consegui comprar. Aí observei que muitos lugares estavam vazios justamente no setor que tentei (122). Estou tentando entender como estava esgotado e ficou com um terço vazio.

O aquecimento dos goleiros impressionou. Taffarel, além de bom goleiro, é simpático e não alisa seus comandados. Chutes potentes à queima roupa.

Depois entrou Neymar e seu puxa-puxa do short. A Nike deveria providenciar shorts mais curtos para os jogadores que não gostam do longão.

Interessante como Neymar se isola no aquecimento. Sempre que pode, fica sozinho com uma bola.

Hino boliviano respeitado. O do Brasil também. Sem edição, graças a Deus!

A torcida me pareceu mais fria do que as de América e ABC. Mas o Brasil tratou de despachar a Bolívia logo no 1.° tempo. 4x0.

O ponto alto do 1.° tempo foi o quarto gol do Brasil. Gabriel de Jesus marcou e comemorou à la Flávio Boaventura: voadora na bandeira de escanteio. Isso despertou os melhores e os piores sentimentos em americanos e abecedistas. Imediatamente americanos caíram na risada. Atrás de mim, um abecedista não gostou da comemoração de Gabriel de Jesus e pôs-se a gritar que aquele era um gol Série D. Como aquela voadora de Flávio Boaventura foi marcante para ambas as torcidas!

No 2.° tempo, lá vêm os reservas brasileiros para o aquecimento. Todos bem pertinho de onde eu estava.  Começaram a gritar "O ilha! O ilha!". E eu pensando, "quem djabo é esse?". Olhando detalhadamente para os reservas foi que entendi que os torcedores tentavam gritar "William". Nome difícil para o torcedor brasileiro...

Em seguida, o espírito presepeiro dos natalenses apareceu. Primeiro, gritaram  para os jogadores de origem corintiana que eles deveriam voltar para o Corinthians. Os jogadores entenderam como elogio. Depois gritaram para Lucas Lima que o lugar dele era no ABC. Risada geral. Aí alguém percebeu o cabelo de Firmino. O primeiro grito foi "Firmino Jiraya". Alguns risos. Mas aí a mesma criatura resolveu gritar "Firmino Safadão". Pronto. Os próprios jogadores não se aguentaram: foi aquela risada. Daí a "Uh, é Safadão" foi um pulo. Em seguida, o grito que pegou até o fim do jogo: "Vai, Safadão". Nasceu ali o apelido de Firmino. E não é que ele entrou e marcou um gol? Encerrou a goleada brasileira para cima da Bolívia.

Thiago Silva também teve seu nome gritado ali pela galera, sem malhação. Ele me pareceu deslocado, cabisbaixo. Posso estar enganada, até porque nem sou especialista, mas ele tem os clássicos sinais de uma personalidade depressiva.

Já perto do fim do jogo, a torcida do ABC resolveu botar as manguinhas de fora. Gritou "vamos subir, BC" no embalo da boa campanha do time. Nossa! Que vaia sonora! Houve até jogador olhando para a arquibancada achando que os apupos eram para eles.

Que nada! A Seleção só recebeu aplausos. Tite teve seu nome cantado inúmeras vezes, o que é uma raridade no futebol brasileiro.
Apesar dos elogios da imprensa e do gol marcado, eu esperava mais de Coutinho. Neymar fez o que se esperava dele: deu show e arrumou um cartão amarelo ainda no primeiro tempo. Neymar nervosinho é um saco! Prefiro a versão com a bola nos pés.

Como sempre, gostei muito de Felipe Luís. Fez um lançamento primoroso para Neymar em jogada de um dos gols, marcou o seu e sempre com aquela seriedade na marcação, mesmo enfrentando a fraca Bolívia.

O que ficou mesmo foi a ótima experiência para todos os envolvidos de ter a Seleção Brasileira de futebol masculino jogando uma partida oficial em Natal. 30.313 pessoas na Arena. Não custa nada dizer que América x Flamengo pelas oitavas de finais da Copa do Brasil 2014, naquele dia do mosaico mais impressionante do Brasil (Os Olhos do Dragão), botou mais gente: 30.575.

A saída do caríssimo estacionamento da Arena das Dunas me fez lembrar o porquê de eu preferir deixar o carro na rua mesmo: uma longa espera para alcançar o portão de saída.

Perto de uma da manhã, foi difícil achar algo para comer. Descobri um sanduíche de hambúrguer com abacaxi na Roberto Freire delicioso.

E assim a aventura de ver o Brasil jogar aqui em Natal, que começara ontem, acabou hoje. Mas valeu a pena. Confira as fotos de Janaina Moura e o vídeo que ela gravou na hora do hino. É de arrepiar!