sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Remo sim, América não.




O repórter Wellington Campos publicou hoje no Twitter e no Instagram foto da primeira página da petição em que o Remo apresenta Notícia de Infração em face do Botafogo-PB. Duas coisas chamam atenção:

1) o escritório contratado pelo Remo é mesmo o do famoso "advogado do Fluminense" (Bittencourt & Barbosa Advogados & Associados);

2) o América não acompanha o Remo como autor da peça jurídica.

Como já vinha dizendo, me parece que o América fez uma escolha processualmente estratégica, embora o setor jurídico do clube afirme que ainda vai entrar com sua própria notícia de infração contra o Botafogo-PB.

A Série C corre sério risco de ser paralisada, vez que, além dessa questão envolver dois jogos das quartas de finais, o Tombense também denunciou o Juventude hoje no STJD, o que afeta outra disputa da fase.

Manda o bom senso que o STJD seja célere com as questões, mas...

Podcast: Só Ladeira

Os estranhos problemas desta semana.


Diretas já!

O grito que embalou uma nação que clamava pelo fim da ditadura nos anos 1980, segue ecoando na memória coletiva sempre que algo não parece respeitar o que entendemos como parte da democracia.

A situação horrorosa por que passa o América levou muitos torcedores a discutirem uma saída que não só acabe com o sofrimento atual, mas também aponte para um futuro em pé de igualdade com a tradição do Orgulho do RN.

Nesta semana, o torcedor Tainar Matos praticamente me intimou a iniciar o debate. Vejam:


Adoro discutir ideias. Aceitei o desafio e escrevi A hora é agora, mas não sem antes também convocar Tainar a expor suas próprias ideias a respeito. E ele escreveu o texto que passo a reproduzir abaixo. Antes, aproveito para lembrar que, como sempre expus na definição deste blog, o Só Futebol? Não! foi criado para isso mesmo: debater, discutir, tudo sem agressão. Fica aqui o convite para quem mais quiser trazer sua opinião, seja a favor ou contra, sempre sem levar coisa alguma para o lado pessoal. Viva o debate de ideias!

O preço do amadorismo
Por Tainar Matos, torcedor do América


Atualmente, o preço a ser pago pelo amadorismo que perdura em alguns clubes do futebol brasileiro, é muito alto. Seus efeitos são observados desde o rebaixamento às mais precárias divisões do campeonato nacional, ao esfacelamento patrimonial para manter o clube ativo - embora, uma coisa possa levar a outra-. Quiçá, a falência.

O futebol  exige dos gestores, os quais comandam os clubes, características peculiares aos de bons administradores: Visão empresarial, profissionalização dos setores, maleabilidade e etc. Estes são alguns requisitos básicos e essenciais para boas gestões, e salutar para os clubes.
Além disso, o fortalecimento da relação clube - torcida, é imprescindível. Visto que a participação dos torcedores influencia nas fontes de renda, pois, ajuda a atrair patrocínios, geram renda com bons públicos, compras de camisa e artigos em geral, além de acrescer o programa de sócio torcedor. Entretanto, para o sucesso deste último, o associado não quer apenas  o direito a "compra antecipada de ingressos". E sim, voz ativa. O associado quer sentir-se parte do clube, quer estar presente nas decisões que envolvem o futuro do clube, quer transparência. A privação e/ou limitação desse direito implica em uma "onda" de consequências que passa por tudo que foi exposto acima (insucessos no campo, falta de fontes de renda, consequente, esfacelamento patrimonial e etc.)

No caso do América, há décadas o clube vem sendo "cobrado" pelo amadorismo no qual está mergulhado.  Ano após ano, os mesmos se revezam no poder. Com isso, os modelos arcaicos de gestão têm continuidade, e a "conta" progride. Resultado, esfacelamento patrimonial (venda da pousada do atleta, fragmentação da Sede social, Centro de treinamento precário - apesar de extenso -), insucesso nas quatro linhas (quatro rebaixamentos na ultima década, vários anos escapando do descenso no sufoco), "migração" de seus jogos, falta de patrocínios, e debilitação do clube. Posteriormente à tudo, o sinal de alerta, após um ano pífio - pior de sua história -, eis que nosso clube cai para a Quarta divisão do campeonato nacional. Lembram-se da "onda" falada acima? Pois é. Já virou um tsunami cujo seu epicentro está localizado no "acordão" que o rege.

Por conseguinte, o América precisa, inicialmente, passar por uma reformulação drástica em toda sua parte executiva. Tendo em vista, o profissionalismo que o futebol atual exige. Aliado à tudo isso, tornar-se democrático.  Sendo este último, a saída precursora para a fuga ao amadorismo. Dessa forma, estimulando o surgimento de novos gestores, novas ideias, e a reestruturação na qual o clube necessita. Porém, para que isso venha a acontecer, é necessário a sensibilização dos que que encabeçam o conselho. E estes, não parecem interessados em ver o clube crescer. Por quê? Motivos desconhecidos parecem ser maiores que a instituição América Futebol Clube.

Portanto, parafraseio o "slogan" da Doutrina Monroe: "O América para os Americanos". Sendo assim, em prol do engrandecimento do América: Diretas Já!

Atenção, passageiros!

Com a barca atracada no porto do América, a chamada para embarque dos passageiros começou. Já embarcaram os zagueiros Gustavo e João Paulo, o volante Diego Silva, o meia Alex Henrique e o atacante Romarinho.

Até agora nenhuma palavra sobre quem será o treinador em 2017. Mas a barca continua aguardando novos passageiros.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

E o discurso não muda

Foi com tristeza que li a nota oficial do presidente do América Beto Santos. Tristeza porque ela é a confirmação de que a torcida do América continua a ser um mero detalhe para o clube.

Vejam que o América foi rebaixado no domingo à noite e a única palavra que se vê do presidente chega de forma escrita e 4 dias depois da tragédia. Nenhuma entrevista. Nada de viva voz. Nem mesmo videoconferência.

O discurso segue numa direção que parece distante da realidade: fala em rebaixamento injusto. Injusto? Um clube que só precisava de um empate dentro de casa contra o Confiança pode falar em rebaixamento injusto?

Além disso, o presidente afirma que foi eleito de forma unânime. Não foi. Não houve eleição. Por essas coisas que só acontecem no América, só houve inscrição de uma chapa para eleição, justamente a do presidente. Não houve disputa. Logo, ele não foi eleito unanimemente, mas sim aclamado presidente.

Beto Santos segue firme no comando do clube, mesmo isso significando prejuízo financeiro ao América, vez que a torcida não confia mais no seu discurso. Até porque o roteiro de 2017 segue, por enquanto, os mesmos passos do roteiro de 2016.

Deus salve o América.

A persistência no erro

Nada do que houve em 2016 deixou lição alguma para a gestão do presidente Beto Santos.

A exemplo do que houve neste ano, a temporada 2017 começa a ser desenhada sem que o América tenha sequer definido o treinador. No ano passado, ninguém sabia se Roberto Fernandes ficaria ou não, mas a montagem do elenco seguiu à revelia do comandante técnico.

A diretoria já começou a dispensar atletas, mas ninguém bateu o martelo se Diá fica ou não. Imaginando que não teremos mudança de comportamento se os personagens são os mesmos, aposto que Diá fica. É que no ano passado a maioria esmagadora da torcida queria a permanência de Roberto Fernandes, mas o presidente o dispensou. Agora a mesma maioria não quer a permanência de Diá, logo...

Nem sei quantos ditos populares caberiam aqui: "errar é humano; permanecer no erro...", "pau que nasce torto..." 

A barca atracou

A Tribuna do Norte de hoje trouxe informação de que o América vai começar a dispensar jogadores. Segundo Iury Bagadão, poucos jogadores ficarão para 2017.

Ainda de acordo com as informações da TN, conselheiros disseram que pelo menos 18 jogadores serão dispensados.

Ninguém confirma ainda se Diá permanece ou não. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Série C ameaçada

Claro que a questão do Botafogo-PB pode não dar em nada, mas se o STJD aceitar a denúncia, a Série C fica ameaçada.

É que a questão não envolve apenas o Botafogo-PB. Se o clube paraibano perder pontos, o ASA sobe para o 3.° lugar e o Remo assume o 4.° lugar. Isso significa que dois confrontos da nova fase estão ameaçados: Boa x Botafogo-PB e Guarani x ASA. Poderíamos ter novos confrontos: Boa x ASA e Guarani x Remo.

Talvez os confrontos Fortaleza x Juventude e ABC x Botafogo-SP não sejam suspensos. Mas a fase semifinal ficará aguardando ainda a definição das quartas de finais.

Pontos físicos de venda de ingressos de Brasil x Bolívia

Além da venda pelo site da CBF, que começa amanhã às 10h, os ingressos de Brasil x Bolívia também poderão ser adquiridos em pontos físicos de venda, mas somente a partir do dia 29/09 (quinta-feira da próxima semana).

Os pontos físicos são a Arena das Dunas e as lojas Sport Master do Midway Mall e do Natal Shopping.

Confira os preços aqui.

A hora é agora

Tendo visto a temporada acabar em 18 de setembro da forma mais melancólica possível, é chegado aquele momento de reflexão por que todo mundo passa em algum momento de insucesso na vida. É hora de parar, refletir sobre erros e procurar o engrandecimento do América.

Dizem que 2016 é um ano para ser esquecido. Não é. O que ocorreu neste ano tem que ser muito bem processado e internalizado como lição para que nunca mais se repita.

Primeiro, é preciso que os gestores do América tenham consciência de que o clube não é uma extensão da sala de casa, onde se reúnem amigos e familiares. Certamente o América foi fundado assim e isso fazia todo sentido na época. No entanto, suas conquistas ao longo de sua história centenária o retiraram há muito tempo dessa categoria: o América é de Natal, é do Rio Grande do Norte, é do Brasil, não de duas, três famílias.

Essa balela de DNA americano sempre me pareceu uma forma de barrar qualquer outro candidato que não tivesse sobrenome ligado aos cardeais do clube. Ou alguém ainda acredita que o DNA americano se referia aos jogadores, se muitos ex-ABC foram contratados logo no início dos trabalhos (vide Camilo, Gabriel, Neto Potiguar...)?

Mas deixemos isso de lado. O que importa é o agora. O presidente do América declara diariamente que ninguém é mais americano do que ele. Pois bem. Chegou a hora de provar o seu amor partindo para o sacrifício. O América não vai mais se recuperar desse baque sob o seu comando. Nem é falta de competência; é questão de carisma mesmo. O América precisa se reconciliar com sua torcida. O América precisa que os americanos façam o sacrifício de abraçar o clube novamente. Mas a torcida vê sua presença como obstáculo.

Não há mais confiança no futuro do clube em 2017, seja na C ou na D. Basta perguntar a qualquer torcedor no meio da rua. Se escapar no tapetão da D neste ano, a torcida tem como certo o rebaixamento em 2017, vez que os personagens deste enredo não mudarão. 2016 teria sido apenas um preparatório.

Porém, engana-se quem pensa que basta a saída do presidente, da comissão técnica e dos jogadores. A saída é necessária e urgente, mas não suficiente. Discute-se uma mudança de estatuto no América. Aparentemente para inglês ver, posto que essa mudança passa longe de trazer a democracia para o clube.

Os que fazem o América recusam-se a admitir que os sócios torcedores escolham o presidente do clube. Essa categoria sempre chamada a se sacrificar pelo clube, que paga em cartão de crédito para não ter risco de ficar devendo e que vê no meio da temporada o clube dar-lhes um pé no traseiro ao trocar o mando de campo para outra cidade, não serve para definir o destino do clube. Entendam: seu dinheiro serve; seu julgamento, não.

A hora é agora. Esse fundo do poço (pelo menos até agora, porque o negócio pode piorar muito em 2017 e 2018, com a possibilidade de o clube ficar sem série) é o momento exato dos verdadeiros americanos, numa expressão sempre utilizada politicamente para que críticas sejam evitadas, colocarem o América no rumo certo do engrandecimento. Parafraseando James Monroe, é chegada a hora de termos o América para os americanos (todos).

O ABC saiu na frente nesta questão e o clube terá eleições diretas. É hora do América trilhar um caminho mais democrático, mais transparente, mais próximo de sua torcida.

E se o fato de aproximar o clube da torcida não comover o conselho deliberativo do América, que pelo menos olhem o lado financeiro. Um sócio que vota não abandona o clube quando os resultados são ruins ou não concorda com a gestão: ele permanece porque sabe que seu voto poderá estancar a sangria no clube. Esse vai e vem no número de sócios baseado na campanha ou no carisma do administrador diminuiria muito. O América enfim ficaria mais próximo de um planejamento financeiro confiável.

É preciso dar o pontapé inicial nas mudanças por que clama o América. É preciso que a atual gestão prove que seu amor pelo clube é maior do que a mera manutenção de poder. É preciso que os conselheiros provem que o América está acima da vaidade e abram as eleições aos sócios, ainda que seja exigida uma permanência mínima de 2 anos e obviamente a adimplência. É o futuro do América a partir de agora que está em jogo.

Sem vencedores ou vencidos, sem situação ou oposição, marchemos todos juntos em busca de um América do tamanho que sua tradição exige.

Americanos, uni-vos!