terça-feira, 10 de maio de 2016

Votação da FNF com exclusões

Segundo Ítalo Anderson e Dionísio Outeda, os profissionais da TV União e da 98 FM não foram chamados a escolher os craques do Potiguar 2016.

Com a palavra a FNF.

Numa das finais pelo Brasil

Fim de semana de muitas finais no Brasil. Aí chegou até mim um disse-me-disse engraçado, naquela linha "conto o milagre, mas não conto o santo".

Pois bem. Numa dessas finais pelo Brasil, um torcedor estranhou ver o presidente de uma das agremiações na arquibancada e não numa cabine (hoje tudo virou camarote) do estádio. "Não vai para o camarote, não?", perguntou o torcedor, ao que o presidente respondeu "Não me misturo com m...". Podem imaginar uma palavrinha bem feia para completar a frase. 

Na referida cabine estariam, além de muitas outras pessoas, um treinador e um ex-presidente de uma das agremiações.

Os bastidores do futebol têm sua graça. São muitas estórias e histórias para contar.

Não é por nada...

...mas a tara americana por ex-ABC continua. Falando só de quem chegou neste ano: Camilo, Gabriel, Neto Potiguar, Sérgio China e possivelmente o meia Moisés. 

É de impressionar!

Compromisso inadiável

Hoje à noite o novo técnico do América tem um compromisso importantíssimo: assistir ao jogo do adversário de sábado pela Copa do Brasil. O Gama enfrenta hoje em casa o Paysandu pela final da Copa Verde e precisa de 3 gols de vantagem para ser campeão.

Sérgio China certamente estará ligado ou no EI MAXX ou no Esporte Interativo a partir das 20h para obter o máximo de informações que puder a respeito do adversário, uma vez que nem seu próprio grupo o treinador conhece muito ainda.

"Forças externas"

Em entrevista à TV VP ontem, o presidente do América refutou qualquer possibilidade de que os 4x0 impostos pelo ABC ao América na final do Potiguar 2016 fosse fruto exclusivamente da ausência de um técnico definitivo no comando da equipe.

Segundo o presidente, "forças externas" atuaram no Frasqueirão e era possível sentir "o cheiro de podridão no vestiário do América" ainda no intervalo.

Beto disse que os bastidores da decisão ficarão mais evidentes com as notícias dos próximos dias.

O presidente não quis ser mais direto sobre que forças externas seriam essas, o que dá margem a todo tipo de interpretação.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mais uma vez...

Mais uma vez o América aguarda um treinador que não vem. Em 2010, Ruy Scarpino nem telefone atendeu para fugir do compromisso. Em 2016, a história foi um pouco diferente. Desde o primeiro momento, Francisco Diá informou que cumpriria a palavra dada ao Campinense e ficaria até o final do agora suspenso campeonato paraibano. E Diá disse o que tinha de dizer pessoalmente.

Louve-se a atitude de Diá, que anda em falta no futebol brasileiro.

E mais uma vez a torcida do América vai dormir com um treinador e acorda com outro. No fim de 2015, foi dormir com Flávio Araújo, que chegou a ser procurado agora, e acordou com Aloísio Guerreiro. Agora foi dormir com Diá e acordou com Sérgio China.



Sérgio China virou treinador de verdade no ano passado. Antes dirigira o Náutico como interino por duas partidas em 2014. Foi em 2015 que assumiu o Salgueiro. Em 42 partidas, 11 vitórias, segundo o site O Gol. Foi vice-campeão de Pernambuco. Na Série C, caiu na 1.a fase, mas já chegou sem chances à última rodada. O Salgueiro foi o 8.° colocado do grupo A com apenas 4 vitórias - 3 em casa - em 18 partidas (7 empates e 7 derrotas).



Ainda em 2015, voltou ao ABC, onde fora campeão em 1993 como jogador. Dirigiu o time em 8 partidas da Série B. Ganhou 2.

Na atual temporada, foi 4.° lugar no Pernambucano, classificou-se para a 2.a fase da Copa do Nordeste  e caiu na 1.a fase da Copa do Brasil para a Ferroviária com uma derrota (fora) e um empate (casa). Foram 23 partidas e 11 vitórias.

Não sei qual foi a grande conquista de Sérgio China na Série C que o torne um treinador com cara de Série C, uma vez que o presidente do América afirmava que essa era a característica fundamental do novo técnico. Sérgio China só disputou uma Série C e ficou mais perto do rebaixamento do que da classificação para a 2.a fase.

Mais uma vez, parece que o América parte para o desespero de um plano B impensado. Pode dar certo. Sérgio parece um cara trabalhador. Mas que essa solução tem todos os ingredientes para dar errado, tem. Mais uma vez.

Diá em Natal e lista de reforços

O blog Vermelho de Paixão divulgou foto de Diá em Natal ontem reunido numa pizzaria com Walmir Nunes, Ricardo Bezerra e Paulinho Freire.

Nessa reunião, saiu uma lista de reforços para o América: Dida (goleiro, ex-América e atual Campinense), Alisson (Fluminense-BA), Moreilândia (volante, Salgueiro), Moisés (meia, ex-base do ABC, esteve no Palmeira e no Macaé agora em 2016) e Júnior Chiclete (não encontrei informação sobre ele). Por aqui, já vi Dida, Moisés e Moreilândia. A partir destes, imagino que os outros também sejam bons jogadores para a disputa da Série C 2016.

 Alisson
 Moreilândia 
 Dida
Moisés

Se de fato os nomes forem confirmados, o América começa a acertar o passo. A lista de reforços certamente aumentará. Mas é preciso apressar a vinda de Diá, já que qualquer ponto desperdiçado em casa pode significar frustração no fim da primeira fase, a exemplo do que ocorreu no ano passado.

domingo, 8 de maio de 2016

Futebol não perdoa

Quem não pode com o pote não pega na rodilha. Mamãe me disse isso inúmeras vezes quando eu ainda era uma criança. Sempre que eu parecia querer abraçar o mundo ou queria fugir de alguma responsabilidade, era assim que mamãe me chamava a prestar atenção na minha capacidade de fazer algo.

O América sabia desde o ano passado que 2016 seria um ano de vacas magras.  E no futebol isso significa ter muito critério nas escolhas a serem feitas. O menor tropeço pode precipitar fracassos. 

Ainda em 2015, contrariando grande parte da torcida, Beto Santos achou por bem não renovar com Roberto Fernandes. Primeira bola fora. Se o dinheiro andava pouco, era preciso cuidado para não espantar o torcedor. Mas, àquela altura, Beto Santos anunciava aos quatro cantos que buscaria a contratação de Flávio Araújo, outro técnico bem quisto pela torcida. O problema é que o salário de Flávio era maior do que o de Bob. 

A prioridade seria a Série B. No entanto, isso não dava ao presidente o direito de apostar tudo num nome sem qualquer apelo junto à torcida para o estadual. O problema era dinheiro? O povo até se conformava em ver Leandro Sena ou Diá para comandar a temporada 2016. No entanto, espantando a torcida, Beto Santos preferiu Aloísio Guerreiro. E com ele uma ruma de jogadores que mais pareciam a mais clássica forma de meter os pés pelas mãos. Neto Potiguar, Ramon e até um estrangeiro que nem existia. Era só uma questão de tempo para a torcida se voltar contra o time. Afinal, era uma verdadeira provocação a confirmação de tais contratações. Não deu outra: no primeiro tropeço, justamente no primeiro clássico contra o ABC, o caldo entornou.

O Guerreiro não aguentou outro tropeço, dessa feita contra o Globo. E foi demitido. Para o seu lugar, nada de Roberto Fernandes, Flávio Araújo, Diá ou Leandro Sena. Guilherme Macuglia foi escolhido. Macuglia tinha experiência. O problema foi a sua saída em 2009: problemas de relacionamento com a equipe. Saiu da mesma forma em 2016, pelo que vazou. O time desandou de vez, não conseguiu nem a mais fácil classificação para a 2.a fase da Copa do Nordeste, e ainda terminou como vice-lanterna de um turno do estadual - algo inédito na história centenária do clube.

Quando pensamos que o América teria seu rumo corrigido, já que haveria um intervalo de 17 dias até a primeira partida da final, eis que o clube segue outro caminho: o time seria dirigido por um trio de treinadores interinos.  

Achando pouco o menosprezo à disputa do tricampeonato, Beto Santos ainda afirmou em entrevista que o estadual já havia cumprido sua função, posto que já distribuira as vagas da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, numa clara sinalização de que de fato o título não fazia mais parte das ambições americanas. 

Depois, achou por bem anunciar aos quatro ventos que o time atual não seria nem de perto o time para a Série C. 10 entre 10 torcedores teriam a mesma opinião. No entanto, certas coisas não podem sair da boca de quem pertence à diretoria de um clube de futebol, especialmente do presidente. Pior que isso só se Moura fosse o autor da declaração, exatamente como Josué Teixeira, então treinador do ABC, fez às vésperas da partida decisiva em 2015. Ainda bem que o ex-camisa 10 americano manteve o bom senso e evitou qualquer declaração a respeito.

Já na saída da delegação, segundo imagens divulgadas pelo clube no Facebook, era possível ver o desânimo estampado na cara dos jogadores. Cascata já dera o tom ao se achar no direito de reclamar de uma possível apatia da torcida na partida da Arena das Dunas. Não sei se ele reclamou da apatia dos seus companheiros. Também não sei se ele achou ruim não ter acertado um só lançamento no Frasqueirão. Aliás, Cascata estaria satisfeito com seu rendimento desde que o América anunciou sua renovação ainda na Série C do ano passado? De lá para cá, não houve uma só partida do meia em que seu desempenho tenha sido à altura de seu potencial.

Outra coisa: alguém sabe explicar a entrada de Alan com o deslocamento de Gabriel para jogar como volante? De quem teria partido a invenção justamente na última partida do campeonato? 

Perder para o ABC é absolutamente normal. Mas perder daquela forma é motivo para um treinador quebrar um vestiário todinho no intervalo para mexer com os brios dos jogadores. E todos nós sabemos que tal característica não pertence ao eterno craque Moura. Faltou um técnico para evitar tamanho desastre.

Não vou citar as patacoadas das fotos no Frasqueirão. Já falei disso em outras postagens, inclusive no Podcast desta semana.

O desejo atual da maior parte da torcida é que haja uma reformulação completa do elenco. E até da diretoria. Já há notícia de que Boaventura será anunciado amanhã no CRB e Cascata, no Paysandu. Os líderes dessa equipe estão indo embora. Bom ou ruim, só o futuro dirá.

Quem poderia ficar? Talvez Pantera, Camilo, Zé Antonio, Gustavo, Mateusinho, Thiago Potiguar, Rômulo, Lúcio, Thiago Dutra. Muitos apenas como opção de elenco. Aos outros, tchau e bênção. 

O problema é que agora faltam 15 dias para a Série C e o América só tem duas certezas: não tem treinador oficial e o time que tem não ficará para a Série C, como disse seu presidente. Alguém já viu esse filme antes? Já sim. Em 2007, 2010, 2011, só para citar os mais recentes. Só em 2011 deu certo.

E se o possível novo treinador for Diá, podemos esperá-lo lá para junho, já que a semifinal do Paraibano entre Campinense e CSP está suspensa pelo STJD. Isso torcendo muito para que o caso tenha solução rápida. Como Diá já disse que só sai do Campinense no fim do estadual, é só fazer as contas do prejuízo para o América na Série C.

Para piorar, segundo Beto Santos, muitos sócios teriam renovação agora em maio. Dá para imaginar a debandada de revoltados com essa sucessão de erros de que o América tem sido vítima desde o fim do ano passado. Um verdadeiro buraco sem fim.

Já passou da hora de acertar esse rumo. E quem for empecilho a essa correção de rumo que peça para sair. Ou então podemos todos imaginar a ladeira para a Série D. Afinal, o futebol não perdoa tamanho acúmulo de erros.

Podcast: The day after

Podcast sobre as consequências do massacre que o ABC impôs ao América no Frasqueirão.
https://www.spreaker.com:443/episode/8452233



O Júri


John Grisham adora escrever estórias cabeludas envolvendo julgamentos. É mais um advogado americano que enveredou pelo mundo da ficção. Scott Turow é outro bom exemplo da categoria.

Grisham já teve suas estórias adaptadas por Hollywood. Lembro, por exemplo, do excelente A Firma, que colocou Tom Cruise no papel principal.

N'O Júri, John Grisham conta como a corrupção pode se embrenhar na formação de veredito de um júri, quando este é instado a decidir se uma fabricante de cigarros é responsável pelo vício e pela consequente morte de Jacob Wood, esposo de Celeste Wood, que pleiteia uma indenização milionária a respeito.

Vale lembrar que nos Estados Unidos até casos cíveis (não criminais) são decididos por júri, formado por cidadãos comuns, escolhidos aleatoriamente. No Brasil, esse tipo de julgamento é restrito aos crimes contra a vida, como o homicídio.

O livro então nos leva a todo tipo de golpe baixo para manipulação desse júri e termina de forma até certo ponto surpreendente.

O Júri levou muito tempo aguardando a vez na minha lista de leitura, mas é entretenimento dos bons para quem gosta de bastidores do Poder Judiciário americano e de um bom e intrigante enredo.