domingo, 27 de março de 2016

Podcast: Que miséria de futebol!

Podcast de hoje sobre a pífia campanha de América e ABC na Copa do Nordeste e o nível do Campeonato Potiguar.

https://www.spreaker.com:443/episode/8111741



Potiguar 2016: Baraúnas x Globo às 17h

Local: Estádio Nogueirão

Baraúnas (4-4-2): Érico, Victor, Nildo, Cláudio Baiano, Márcio Costa; Darlyson, Batata, Luís Felipe, Murillo; Robert, Marcelo Sabino. Técnico: Agnaldo Sales.

Globo (4-4-2): Rafael, Geovanne, Negretti, Jamerson, Renatinho Carioca; Leomir, Pablo Oliveira, Rivaldo, Eduardo; Romarinho, Vavá. Técnico: Higor César.

Árbitro: Alciney Santos de Araújo (FNF)
Assistentes: Edilene Freire da Silva (CBF) e Anderson Fagner da Silva (FNF)

Destaques do Baraúnas
Murillo - bom na movimentação e na finalização.
Robert - bom na movimentação.

Destaques do Globo
Romarinho - bom na movimentação e na finalização.
Vavá - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Baraúnas (7.°) conta com a motivação de um novo técnico para superar a marcação do Globo (6.°). Empate.

Potiguar 2016: ASSU x Potiguar às 17h

Local: Estádio Edgarzão

ASSU (4-4-2): Elias, Ila. Romeu, Gilmar, Ítalo; Jair, Lano, Vasconcelos, Adham; Paulinho, Fagner Lins. Técnico: Wassil Mendes.

Potiguar (4-4-2): Santos, Gilberto Matuto, Anselmo, Ramon, Duduzinho; Odair, Dunga, Jozicley, Vaninho; Bruno Gaúcho, João Manoel. Técnico: Bira Lopes.

Árbitro: Suelson Diógenes Medeiros (CBF)
Assistentes: Jean Márcio dos Santos (CBF) e Leandro Lincoln Santos Neves (CBF)

Destaques do ASSU
Gilmar - bom no cabeceio.
Paulinho - bom na movimentação.

Destaques do Potiguar
Bruno Gaúcho - bom na movimentação e na finalização.
João Manoel - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o ASSU (4.°) não é fácil em seus domínios, ao passo que o Potiguar (2.°) tem sido um visitante indigesto. Empate.

Potiguar 2016: Alecrim x ABC às 9h30

Local: Arena das Dunas (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX)

Alecrim (4-4-2): Messi, Allan, Geilson, Cleiton Potiguar, David; Carlos, Arêz, Diego Mipibu, Renato; Adalberto, Ranielson. Técnico: Fernando Tonet.

ABC (3-5-2): Vaná, Gabriel, Léo Fortunato, Jerferson; Filipe Souza, Zaquel, Erivelton, Lúcio Flávio, Alex Ruan; Jones Carioca, Nando. Técnico: Geninho.

Árbitro: Ítalo Medeiros de Azevedo (CBF)
Assistentes: Vinícius Melo de Lima (CBF) e Rômulo Bruno Campos Alves (CBF)

Destaques do Alecrim
Arêz - bom na marcação e no apoio ofensivo.
Diego Mipibu - bom na movimentação.

Destaques do ABC
Vaná - seguro.
Erivelton -bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: Alecrim (3.°) e ABC (1.°) enfrentam a dureza da temperatura dos últimos dias em Natal. Empate.

sábado, 26 de março de 2016

4 vira...

... mas o jogo acaba mesmo em 7x0. Esse foi o placar que o América impôs ao definitivamente rebaixado Palmeira pelo Potiguar 2016.

O América, para variar, começou sonolento, mas com Lúcio, Cascata, Mateusinho e Brendo resolveram a vida de Guilherme Macuglia logo no primeiro tempo, garantindo-lhe mais uma sobrevida. Lúcio e Cascata marcaram duas vezes cada.

No segundo tempo, as modificações determinaram um ritmo menor de gols. Maracás, Brendo e até o contestado Jefferson marcaram e deram números finais para o placar.

Amanhã tem podcast. Como Alecrim x ABC acontece de manhã, acredito que entre 13h30 e 14h, comento ao vivo os detalhes do clássico e da maior goleada do Potiguar 2016. Aviso pelo Twitter.

Aluísio Guerreiro: "Por isso estão na Série C"

O furo aqui para o RN foi de Marcos Lopes. Foi ele que publicou no Twitter parte da resposta de Aluísio Guerreiro, ex-treinador do América, sobre sua passagem em Natal, em entrevista ao site Recanto dos Boleiros .

Aluísio, tido como de DNA americano, não poupou críticas ao clube. Interessante é que na página principal do site, ao clicar na aba entrevistados, aparece um resumo da carreira de jogador e de treinador do Guerreiro. Como técnico, só consta o América. E no cabeçalho da entrevista, diz-se que ele "levou a equipe da cidade de Natal ao título do primeiro turno do Campeonato Potiguar" (???). Confira trechos da entrevista abaixo:

"Outra passagem de destaque que você teve na sua carreira, foi pelo América-RN. Em 1977 você foi Campeão Potiguar, sendo o artilheiro da competição. Como essa temporada foi especial para você?

Foi muito especial porque de lá eu fui pro Ceará, fui Campeão Cearense e do Ceará eu fui pro Santos. Fiz gol em quase todos os times grandes quando eu jogava no América-RN, na primeira divisão. O América de Natal era da primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Fiz gol contra o Corinthians, contra o Cruzeiro, Fluminense, vários clubes grandes e o destaque também era muito grande.

E neste ano você teve a oportunidade de treinar o América-RN. Foi uma passagem com 7 jogos oficiais, sendo 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Mas, apesar desse bom aproveitamento, você não seguiu no comando da equipe. Por que essa sua trajetória no América não continuou?

Na verdade foram 10 jogos, porque tiveram 3 amistosos. Mas eu vou falar uma coisa muito interessante: o futebol brasileiro está muito nivelado por baixo, porque o treinador no futebol brasileiro não consegue fazer o seu trabalho. Quando o treinador começa a ganhar e aparecer, o dirigente começa a fazer ingerência por causa de empresários. Infelizmente aconteceu isso comigo no América de Natal. E agora eles estão colhendo os frutos: começaram a perder e empatar. Mas eu fiz um bom trabalho, tenho certeza disso, porque eu ajudei a equipe a conquistar a Taça Cidade de Natal, que é o primeiro turno do Campeonato Potiguar e que levou a equipe à Copa do Brasil do ano que vem. Eu nunca vi isso, o teinador chegar à final contra o vice-líder, jogando pelo empate e ser demitido por um diretor, porque o presidente estava na Europa. Mas Deus está vendo tudo e graças a Ele eu dou sempre a volta por cima e vai aparecer um novo clube com um trabalho mais profissional em que eu possa desenvolver o meu trabalho.

(...)

Em qual das suas três experiências depois de "pendurar as chuteiras"(Diretor de Futebol na Portuguesa Santista, Consultor Técnico no São Carlos ou Treinador no América-RN), você se sentiu mais à vontade e pretende seguir na sua carreira?

Então, por incrível que pareça, o trabalho no América-RN foi muito interessante, porque nós começamos no dia 14 de Dezembro, fizemos uma pré temporada, fizemos um trabalho muito bom. Eu estava já projetando uma equipe pra renovação, para o América subir para a Série B do Campeonato Brasileiro, mas infelizmente as ideias não bateram, eles ficaram na 'mesmice' e por isso estão na Série C. Infelizmente não consegui dar sequência ao meu trabalho lá.

Então quais são seus planos para a sua carreira como treinador?

O meu projeto, quando eu fui para o América-RN, era assinar um contrato de 2 anos. Eu acho que um treinador tem que ter 6 meses ou 1 ano de trabalho para poder mostar, realmente, o trabalho dele. Mas são raríssimos os clubes em que um treinador consegue fazer o seu trabalho. Eu espero que apareça esse clube que tenha ideias e projetos para que eu possa me adequar ao clube. Eu tirei uma folga de 10 dias com a família e agora estou voltando ao mercado. Já tiveram vários contatos, mas nada que me atentasse a fechar. Apareceram algumas coisas que eu não achei interessantes. Eu não gosto de aventura e espero que apareça alguma coisa que seja boa para mim e para o clube.

Você pretende seguir a sua carreira aqui no Brasil ou no exterior?

Eu cheguei a fazer um estágio no Porto(de Portugal), assisti alguns jogos, participei em algumas situações, vi como eles trabalham e a gestão do Porto, para mim, é uma das melhores do futebol europeu. Acredito que essa experiência foi muito boa. Agora eu espero que, no novo clube em que eu venha a exercer a minha função, eu possa colocar em prática todo esse meu aprendizado. A princípio eu pretendo fazer um curso de inglês, ir me atualizando e estou até pensando em fazer um estágio em um time grande, com um treinador de ponta(Muricy ou o próprio Cuca). Eu conversei com meus filhos e eles querem que eu vá para fora, mas eu ainda vou esperar mais um pouquinho e torcer para o país melhorar um pouquinho para que eu possa trabalhar com dignidade, porque aqui tem muito "rolo", muito apadrinhameto, muito esquema e eu não tenho essa cabeça."

Aguardando o América responder sobre esse "'rolo, muito apadrinhamento, muito esquema", o dirigente que "começa a fazer ingerência por causa de empresários", e sobre o fato do trabalho no clube não ter o nível de profissionalismo que Aluísio esperava.

Potiguar 2016: América x Palmeira às 16h

Local: Estádio Barrettão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo Esporte Interativo)

América (4-4-2): Pantera, Gabriel, Maracás, Gustavo, Alex Cazumba; Pedro Ivo, Tiago Dutra, Bruno, Cascata; Mateusinho, Lúcio. Técnico: Guilherme Macuglia.

Palmeira (4-4-2): Yure Wendell, Augusto. Artur Potiguar, Jardel, Marcondes; Russo, Romário, Santa cruz, Tiago Bispo; Binha, Ramon. Técnico: Marcos Ferrari.

Árbitro: Zandick Gondim Alves Júnior (CBF)
Assistentes: Jean Márcio dos Santos (CBF) e Leandro Lincoln Santos Neves (CBF)

Destaques do América
Maracás - faz sua estreia.
Lúcio - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Palmeira
Tiago Bispo - bom na movimentação.
Binha - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: América (7.°) e Palmeira (8.°) tentam fugir da última colocação. Vitória do América.

quinta-feira, 24 de março de 2016

"Muda a postura ou muda a peça"

Essas foram as palavras de Beto Santos em entrevista a Marcos Lira da Rádio Globo. O repórter havia questionado sobre dispensas no América. O ultimato de Beto se refere ao jogo contra o Palmeira, no sábado, às 16h, no Barrettão. O presidente ainda ressaltou que ninguém é vitalício no clube.

Hoje numa reunião de 40 minutos no centro do gramado principal do CT entre Beto Santos, Jussier Santos, Iuri Bagadão, Walmir Nunes, comissão técnica e elenco, falaram Jussier Santos, o presidente, Cascata, Flávio Boaventura e Júlio Terceiro. Segundo Beto, o grupo recebeu uma injeção de ânimo e uma cobrança pela inesperada eliminação na Copa do Nordeste. 

De acordo com o presidente, financeiramente, agora somente o avanço na Copa do Brasil pode compensar a perda de dinheiro, quase quinhentos mil reais, dinheiro esse que fazia parte da conta para a Série C.

Sobre mudar peças, o prazo de inscrição do estadual já se encerrou há algum tempo. 

Para ficar claro

No mundo de paixões exarcebadas do futebol, é difícil, às vezes quase impossível, tentar expor de forma clara uma opinião. Tudo fica resumido numa lógica a favor ou contra fulano, num personalismo que não é saudável, basta ver o que ocorre no Brasil hoje.

O fato de eu comparar o futebol atual do América ao futebol desenvolvido quando o técnico era Roberto Fernandes tem duas intenções: uma, mostrar porque o torcedor anda sem paciência com o futebol apresentado, haja vista o hábito de ofensividade criado, afinal, Bob esteve por aqui em 2012, 2013, 2014 e 2015; duas, ressaltar que a empatia com um time que vence em casa é muito maior do que com uma equipe que entra apenas na perspectiva do 0x0. 

O fato de admirar o trabalho de Roberto Fernandes nunca me impediu de fazer aqui uma postagem praticamente cobrando sua demissão na Série B de 2013 por enxergar que seu trabalho ali, diante das condições, atingira um beco sem saída, uma situação em que era preciso escolher entre a manutenção dele ou a do América na Série B. Isso apenas para citar a crítica mais severa, deixando de lado a insistência com jogadores ineficientes, por exemplo, típico de todo treinador.

Há pessoas que não lidam bem com isso. São aquelas que normalmente enxergam criminosos, não crimes. Se fulano comete um crime, mas é meu amigo, então não é crime. Só inimigos cometem crimes.

Não sou dessa linha. Busco incansavelmente ser justa, sabendo de minha condição limitada por ser humana. Posso detestar alguém, mas reconhecer seu acerto em determinada situação, assim como posso criticar alguém que amo profundamente.

Não passa pela cabeça de ninguém uma volta de Bob ao América tão cedo. Pelo menos não na minha. Primeiro, ele não é do agrado da atual gestão, que só termina em 2018. Segundo, possui alto salário para a pindaíba em que o América se encontra. Terceiro, ele está empregado. Talvez esses elementos nem estejam nessa ordem de importância, mas o fato é que não existe a menor possibilidade de Roberto Fernandes e América reeditarem a velha parceria num cenário que não esteja tão longe que se perde de vista.

Pronto. Dito isso, espero que tenha ficado bem claro o que pretendo ao falar da ofensividade da equipe e das vitórias como mandante sob o comando de Roberto Fernandes: mostrar que quem chegar por aqui terá que lidar com a ânsia da torcida por um time que se imponha como mandante.  Afinal 4 temporadas de futebol assim não somem da memória num passe de mágica. Ainda mais com o arremedo de futebol que a equipe vem apresentando, em especial o festival de horrores contra o Coruripe. 

O perigo de se tornar medíocre

Nem sei por onde começar. Talvez devesse lembrar da desgraça que se abateu sobre o América ainda em 2014. Semifinalista da Copa do Nordeste, entre os 16 melhores da Copa do Brasil, tendo eliminado dois clubes de Série A (Atlético-PR e Fluminense, este último em circunstâncias jamais esquecidas), primeiro campeão da Arena das Dunas. Cofres abarrotados. Época de vacas gordas. Mas aí Oliveira Canindé perdeu a mão do time e ninguém da diretoria viu, a ponto de dois jogadores trocarem socos no vestiário e o técnico nem dar conta pois estava em sua "sala" no vestiário. 

Não trouxeram Bob. Preferiram um de perfil semelhante ao de Oliveira. Martelotte não empolgava nem uma mosca. Terminou de encaminhar a desgraça americana. Bob foi chamado apenas após 10 rodadas. Não havia mais tempo. As ervas daninhas já dominavam a alma americana. O Mecão ficou fadado a passar seu centenário na Série C.

Bob permaneceu, como queriam os americanos. O fantasma orçamentário começou a assustar. Mesmo assim, o América sagrou-se bicampeão estadual. Alcançou a segunda fase da Copa do Nordeste. Caiu para o Vitória. Passou pela primeira vez de fase na Copa do Brasil eliminando o adversário numa única partida. Goleou impiedosamente o Globo. Destruiu o favoritismo do seu rival em seus domínios e conquistou o almejado título centenário. Mas falhou ao não enxergar que o nível de seu goleiro lhe tiraria preciosas conquistas. Caiu na Copa do Brasil diante do Vasco graças às trapalhadas do sujeito. Na Série C, o mesmo goleiro tirou-lhe 2 pontos preciosos contra o Salgueiro dentro de casa. Dois pontos que permitiram ao Confiança ficar com a última vaga de seu grupo para a fase decisiva da Série C. E o Mecão melancolicamente permaneceu na C no ano do centenário.

Apesar da vontade da maioria esmagadora da torcida, Bob não permaneceu. Trouxeram um tal Guerreiro. Enquanto o preparo físico antecipado prevaleceu, venceu. Mas as derrotas para ABC e Globo ficaram engasgadas nas gargantas de quem nunca conseguiu compreender de onde saíra um nome tão sem experiência para comandar um time de tanta tradição.

Veio Guilherme Macuglia. Não trabalhava há um certo tempo, nada que prejudicasse sua experiência. Deixou boa impressão na passagem anterior, mas saiu por ser muito rude. Organizou logo 3 volantes. O América passou a jogar na conta do chá. Venceu o Estanciano na Arena. Olhando para trás, lembrei que o Estanciano teve um jogador expulso. 

Colocou o América na final do turno com a vantagem do empate (o Globo conseguiu a façanha de ser o único derrotado pelo Palmeira). Foi campeão do 1.° turno com dois 0x0: no tempo normal e na prorrogação. 

Pela Copa do Nordeste, venceu o CRB na Arena. De novo, lembrei que o CRB teve um jogador expulso. Enfrentou o fraco Estanciano lá e celebrou um 0x0, mesmo tendo jogado pelo estadual contra o Alecrim com reservas dos reservas (perdeu o jogo) para poupar o time para aquele importante jogo.

O fantasma do orçamento passou a assombrar com mais frequência. Perdeu para o ASSU com os titulares. Empatou com o ABC com um novo esquema: 3-5-2. Estivesse Hélio Câmara ainda nos microfones, ele daria logo o alerta: o América nunca conquistou coisa alguma com tal esquema. E, que me perdoem os abecedistas, mas o ABC não tem servido de parâmetro até agora na temporada.

Como a zaga bateu cabeça com Gustavo na direita, Boaventura no meio e Zé Antonio na esquerda, Macuglia trocou de lado Zé e Gustavo. Essa foi a grande alteração para enfrentar o Coruripe na Arena das Dunas, já que a entrada de Mateusinho deveu-se à contusão de Thiago Potiguar.

Vejam bem: o América precisava apenas vencer em casa para seguir na competição, mas 3 zagueiros foram escalados nessa missão. O destino deu uma mãozinha a Macuglia com a contusão de Boaventura. A entrada de Alex Cazumba levou Bruno para o meio e organizou o time, que até então estava absolutamente acuado por um veloz e pressionador Coruripe. Pantera já havia salvado umas 2-3 vezes o time.

Porém, um lance despretensioso deu ao Coruripe o que ele merecia desde o início do jogo: o gol que abriu o placar. O time de Macuglia conseguiu o empate. Mais uma vez, o adversário sofria com uma expulsão. E o gol só saiu quando mais um do Coruripe resolveu fazer cera no chão. 

É que o América estava com um jogador a mais, mas não abria as jogadas, insistia em afunilar. Quando Cazumba tocou voltando próximo à linha de fundo, achou Mateusinho bem colocado na área para empatar. Também não se esperaria outra coisa se o treinador sacou o lateral direito para a entrada do há-tempos-ineficiente Reis.  E assim o América foi eliminado na primeira fase da Copa do Nordeste. Ah, se tivesse vencido o Estanciano...

E onde está o problema? No risco de se acostumar com a mediocridade. O América saiu de time que incendiava sua torcida, quase imbatível, para ser o time que enerva seus torcedores. Vai-se à Arena na certeza de que, se não houver uma superioridade numérica, o placar será frustrante. Contra o Coruripe a coisa piorou consideravelmente: mesmo com um a mais, nada fluiu. Foi preciso ocorrer a indisponibilidade temporária de mais um jogador do Coruripe para que ao menos o empate saísse. E vamos combinar que o futebol do América parecia de um time que fazia o primeiro coletivo da temporada - um verdadeiro amontoado de jogadores sem objetividade.

Que me desculpem a diretoria do América e Guilherme Macuglia, mas um clube com a tradição do tamanho da tradição do América não pode se contentar em ser um amontoado que vive de buscar 0x0. É bom lembrar que a ofensividade faz parte do DNA americano. Foi assim, por exemplo, em 1998, quando conquistou a Copa do Nordeste. Foi assim em inúmeros outros feitos, até mesmo nos 5x2 contra o Fluminense. Era assim até bem pouco tempo com aquele que não deveria ter saído... Aquele que nunca foi chamado de burro pela torcida.

Dizem que se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Ouvi algo mais interessante: recebeu um limão? Pegue tequila e sal. Mas a mediocridade de um América com medo de adversários como Estanciano e Coruripe é como jogar o sumo do limão fora e tentar digerir a casca e os caroços. É muito amargo para o meu gosto.

Perder faz parte da vida. Mas jogar o que jogou o América nessa quarta é uma afronta ao futebol em si.