O ABC chegou a tal situação na Série B que mais parece incapaz de reagir tanto com o técnico que aí está como com o atual elenco. E essa não é hora para ilusões! Se os jogadores são bons ou ruins, isso fica mais para uma análise em relação a quem vai ser dispensado. A verdade é que coletivamente o time não deu certo. Agora, é preciso contratar no atacado, já que é preciso uma mudança radical. Contratações pontuais ficam para quem está bem na competição e quer entrar na briga pelo acesso. Na situação atual do ABC são necessários, no mínimo, 10 jogadores com cacife (não é questão de nome, e sim de capacidade) para chegar e assumir a titularidade. E isso não é nada barato. Tanto que, até agora, apenas um foi contratado: Márcio Passos.
Para completar, a roda viva de treinadores ajuda a aprofundar a crise. Roberto Fonseca foi demitido invicto. Na época, a afirmação era de que ele seria o problema, não o elenco. Depois foi Josué Teixeira que teria desorganizado o time nas finais contra o América. Ora, Josué só venceu um jogo contra o América, mesmo assim sem que o time alvinegro convencesse. Ali, ele já alertara para a realidade atual do ABC: o grupo não aguentaria uma Série B. Gilmar dal Pozzo era treinador de eficiência comprovada. Foi demitido por pedir reforços. Toninho Cecílio não é o cara. Mas é quem vai ajudar na abertura dos cofres do alvinegro, sempre em desvantagem financeira em relação aos concorrentes, como é bem comum ao futebol potiguar. Ou seja, a perspectiva não é nada boa.
Agora, foi Edno quem abertamente pediu à diretoria através da imprensa nacional a contratação de mais jogadores experientes porque só assim o ABC poderá ter maiores chances de sair da triste situação em que se encontra. A julgar pelo retrospecto, Edno pode estar com sua cabeça a prêmio.
Já são 5 derrotas consecutivas, uma delas contra o lanterna da competição, que só contra o ABC chegou aos dois dígitos na tabela de classificação. Em casa, o alvinegro não vence há 3 meses e meio.
A situação atual é de verdadeira encruzilhada: contratar no atacado para tentar fugir de um rebaixamento ou se recolher à situação financeira para não comprometer (mais) o caixa do clube e aceitar as consequências de um planejamento que não deu certo?
Tudo passa por convicção. Eu particularmente acho que chegou a hora de um treinador acostumado a trabalhar com jogadores mais baratos e com resultados mais expressivos. Tanto Oliveira Canindé, como Flávio Araújo e até Francisco Diá se encaixam bem no perfil. São muito identificados com o América, é verdade, mas acho que isso já foi superado no ABC.
Fica mais um alerta: Toninho Cecílio não é Bob. E um raio não costuma cair duas vezes no mesmo lugar.