sexta-feira, 17 de julho de 2015

Série B 2015: Vitória x CRB às 21h50

Local: Estádio Manoel Barradas

Vitória (4-4-2): Fernando Miguel, Diogo Mateus, Ramon, Guilherme Mattis, Diego Renan; Amaral, Flávio, Pedro Ken, Escudero; Rhayner, Elton. Técnico: Vágner Mancini.

CRB (4-5-1): Júlio César, Audálio, Daniel Marques, Gabriel, Gleidson Souza; Glaydson Almeida, Olívio, Josa, Danilo Bueno, Cañete; Zé Carlos. Técnico: Mazola Júnior.

Árbitro: Leandro Bizzio Marinho (SP)
Assistentes: Alex Alexandrino (SP) e Fabrício Porfírio de Moura (SP)

Destaques do Vitória
Fernando Miguel - seguro.
Rhayner - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do CRB
Júlio César - experiente.
Zé Carlos - quer provar que voltou à melhor forma.

Prognóstico: o Vitória (5.º) tem jogado consistentemente para sair com a vitória. O CRB (12.º) parece que vai mesmo ficar na zona intermediária. Vitória do Vitória.

Série B 2015: Luverdense x Bragantino às 21h50

Local: Estádio Passo das Emas

Luverdense (4-4-2): Edson, Osman, Luiz Otávio, Everton, Paulinho; Júlio Terceiro, Ricardo, Rafael Tavares, Diego Rosa; Alípio, Tozin. Técnico: Júnior Rocha.

Bragantino (4-4-2): Douglas, Everton Silva, Gilberto, Luan, Roberto; Bruno Costa, Jocinei, Sandro Silva, Alan Mineiro; Jobinho, Rodolfo. Técnico: Wagner Lopes.

Árbitro: Pablo dos Santos Alves (PB)
Assistentes: Luís Filipe Gonçalves Corrêa (PB) e Oberto da Silva Santos (PB)

Destaques do Luverdense
Paulinho - boa opção ofensiva.
Diego Rosa - bom na movimentação.

Destaques do Bragantino
Jocinei - bom na marcação e no apoio ofensivo.
Jobinho - esperança de gols.

Prognóstico: O Luverdense (16.º) ainda não conseguiu encontrar a formação ideal. O Bragantino (9.º) parece animado com o novo treinador. Vitória do Bragantino.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Mudança de rumo?

Pode até não parecer legítima a crítica em virtude de minha identificação pública como torcedora do América, mas se há algo que eu busco em minha vida, até por ser professora e advogada dedicada e comprometida com valores maiores como verdade e justiça, é ser justa. Digo busco porque sei que é muita pretensão dizer que sou justa sempre. Afinal, ninguém é dono da verdade.

Mas quem tem a enorme gentileza de separar alguns minutos de seu dia para ler o que aqui publico perceberá coerência no que vou expor aqui.

O ABC acaba de anunciar a demissão do técnico Gilmar dal Pozzo. Nem sei dizer quantos dias o profissional de fato trabalhou no clube. Talvez mais do que Josué Teixeira e menos do que Roberto Fonseca. Seriam dois meses?

A demissão seria mesmo uma mudança de rumo? Acompanhem meu raciocínio. Primeiro, o ABC manteve Roberto Fonseca por ter livrado o time de um possível rebaixamento na Série B 2014. Mas se engasgou com a perda de um turno do estadual. Apesar de invicto e de ter classificado o clube para a 2.a fase da Copa do Brasil, o treinador foi demitido.

OK. Nunca achei Roberto Fonseca grande coisa como treinador. Mas qual foi o critério utilizado para sua manutenção? Foi esse critério levado em consideração na hora da demissão?

Chegou Josué Teixeira. Teria sido contratado por ser o atual campeão da Série C com o Macaé, tendo desbancado alguns favoritos no caminho. Com início arrasador, Josué devolveu ao ABC a participação numa Copa do Nordeste e numa final do estadual. Caiu pela desgraça de não vencer em casa, embora tenha dado início à impressionante campanha fora de casa na Série B. Foi o primeiro a apontar que o grupo do ABC não aguentaria uma Série B, mas na hora errada. Foi demitido também pela campanha em casa. 

Chegou Gilmar dal Pozzo. Sonho antigo do ABC, segundo divulgado. Respaldado por ter feito longo e bem sucedido trabalho que levou a então inexpressiva Chapecoense à Série A. Não havia chegado antes por ter salário alto para a realidade do RN e não admitir a realização de trabalhos curtos (leia-se: multa rescisória pesada), em suas próprias palavras, apenas trabalhos "com início, meio e fim". Também pediu reforços e sucumbiu à falta de vitórias em casa. 

Aí eu retomo a pergunta do título: mudança de rumo? O futebol brasileiro é pródigo em não ter paciência com trabalho de treinador. Primeiro, porque contrata sem convicção. Segundo (talvez seja o primeiro), porque não tem humildade suficiente para estabelecer publicamente uma meta condizente com o orçamento. Terceiro, porque mascara erros de contratação apontando o técnico de vilão. São 20 clubes numa disputa. 19 vão sucumbir, apenas 1 terá os louros da vitória. Sabem o que isso significa? No mínimo 19 treinadores demitidos por serem incompetentes. É um ciclo interminável. Ilógico. Uma verdadeira maquiagem da realidade. Mas é assim que funciona.

O atual campeão da Série C não serviu para o ABC. O técnico que elevou a Chapecoense a um novo nível no futebol nacional também não. Quem servirá então? Qual o critério para contratar Toninho Cecílio? 

Sem convicção num trabalho, não há como prosperar. Parece que os dirigentes do América aprenderam a lição ao manter Bob mesmo com a queda para a Série C. Parece. Já os do ABC com essa média de um treinador a cada dois meses parecem cegos em tiroteio. Parecem. 

Num futebol sofrido como o do RN ter bom senso não é privilégio, é obrigação. Ou então tome dinheiro escorrendo pelo ralo.

Não concordo com Bob

Não me lembro de ter discordado de uma análise de Roberto Fernandes a respeito de un jogo do América, mas tudo na vida tem a sua primeira vez.

Tá lá no Blog de Marcos Lopes que Bob reclamou que os gols do Vasco foram falhas do América. Acho que ele quis se referir aos lances anteriores que proporcionaram os lances de bola parada que originaram o primeiro e o terceiro gols. Bolas dominadas por Álvaro e Lucas Newiton (salvo engano) respectivamente, e eles tomaram as piores decisões a respeito. Aí eu concordo. Mas os lances em si não tiveram nada de falha da defesa e sim talento e uma pitada de sorte do time do Vasco.

No primeiro gol do Vasco, a bola vai na trave e volta exatamente na cabeça de Herrera. Ainda que estivesse o mundo na marcação dele, só Deus poderia fazer algo ali. Lances como esse quando ocorrem só não viram gol se o agraciado tocar/cabecear para fora.

No terceiro, a bola chega pelo alto certinha no pé de Emanuel Biancucchi, que num momento de rara felicidade chuta sem deixar a bola cair e faz um golaço. 

Bob também disse que o pênalti existiu mesmo. Ah, se Bob tivesse visto o jogo pelo ângulo do árbitro, que era o mesmo das câmeras de ESPN Brasil e SporTV 3! Teria visto que não houve falta alguma de Flávio Boaventura, e que, na verdade, ele é quem tem sua camisa puxada por John Clay. O árbitro, que até então não dera nenhuma falta de mero contato entre os corpos, conseguiu deixar de ver a camisa de Boaventura puxada praticamente nas fuças dele e caiu feito um patinho no mergulho do jogador vascaíno. 

Concordei com Bob na crítica ao árbitro pelo não respeito ao tempo de acréscimo no 1.° tempo. Na hora em que Busatto fez o certo e colocou a bola para escanteio, ali era para ter sido apitado o fim do jogo no 1.° tempo, visto que o limite de 47 minutos já havia sido transposto. Querendo fazer média com o time da casa, ele permitiu que o jogo tivesse dois lances de bola parada após o tempo de acréscimo e só terminasse com o gol do Vasco aos 48 minutos. Aliás, eu já estava feliz em ver um árbitro com um critério mais perto do que é falta num esporte de contato, mas o sujeito me sai com um pênalti inexistente e um gol além do tempo de acréscimo. Entrou na minha lista de árbitros caseiros.

O placar Vasco 3x1 América não refletiu o desempenho das equipes em campo. Um placar mais justo traria 2x2, no mínimo. Mas é difícil ver a tal da justiça no futebol, especialmente quando o confronto envolve uma enorme disparidade de orçamentos.

Enfim, por tudo que foi mostrado em campo e sabendo que a Arena das Dunas vai viver na próxima quarta-feira um daqueles dias mágicos de rara sinergia entre torcida e jogadores, eu acredito em mais uma virada do Mecão. América 2x0 Vasco. Prepare sua garganta e seu coração.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Mais um jogo duro pela Copa do Brasil

Sem moleza. Assim tem sido a vida do América, especialmente na Copa do Brasil. Adversários fortes, especialmente quando se trata de orçamento, pululam no caminho do clube rubro.

Agora é o Vasco da Gama. É verdade  que anda mal das pernas. Mas está na Série A e tem um orçamento de Série A, o que por si só já indica o tamanho da ladeira (para subir) que Bob e seus comandados têm pela frente.

Não bastasse isso, o primeiro confronto é na casa do adversário, que anda louco para fazer alguém pagar o pato pelas últimas derrotas. E o Mecão ainda tem o grande desfalque de Max, que, além de disputar a artilharia do Brasil, é o melhor zagueiro do time americano quando se trata de cobranças de falta e escanteio.

A desigual batalha começa às 21h e será transmitida para todo o Brasil pelos canais ESPN Brasil e SporTV 3.

Força para os guerreiros rubros!

terça-feira, 14 de julho de 2015

100 anos do Orgulho do RN


14 de julho de 1915 marca o início de uma linda história no Rio Grande do Norte, a história de um clube dado a missões impossíveis e que de tanto levar o nome do nosso pequeno e guerreiro estado a grandes feitos no cenário nacional e (por que não?) internacional, contrariando a lógica que impera no futebol, recebeu dos potiguares a marcante alcunha de Orgulho do RN.

É o dono da Babilônia da Rodrigues Alves, como é conhecida a histórica sede que dá um charme todo especial ao coração do Tirol e que terminou por associá-lo à elite da cidade.

No entanto, as últimas décadas trataram de massificar a torcida americana, antes confortavelmente instalada apenas na área do famoso Portão 5 do velho Castelão, mas que viveu um boom assustador com a conquista no gramado de um inédito acesso, como vice-campão da Série B, porém com a melhor campanha (coisas do futebol tupiniquim) à poderosa e elitizada Série A do Campeonato Brasileiro. O tradicional local ficou pequeno para os milhares que queriam ver os milagres de Moura, Carioca, Biro-Biro, Carlos Mota e Gito na desigual luta do futebol brasileiro.

Foram dois anos na Série A (1997 e 1998). Dois anos mágicos. No primeiro, o atrevido estreante se meteu a brigar pela classificação para a segunda fase (sim, a Série A já teve classificação e mata-mata) até a última rodada, tendo terminado em 17.° entre 26 clubes. Só caiu em casa na última rodada para o impiedoso São Paulo de então. Bastava olhar para o orçamento rubro para saber o tamanho de seu atrevimento. Não à toa foi aí que foi identificado pelo povo potiguar como maior motivo de orgulho do RN em pesquisa realizada pelo Ibope.

No ano seguinte, o atrevimento virou internacional. Passou feito rolo compressor sobre os demais adversários da Copa do Nordeste (aqui no nosso estadual, perdeu o título, mas venceu todos os clássicos do ano, inclusive os da Copa do Nordeste) e despachou num Machadão absolutamente entupido de gente o Vitória de Petkovic e companhia. Só o salário de Pet pagava toda a folha salarial do América. E com sobras. Daí o tamanho do feito do Orgulho do RN, que conquistou o Nordeste e o direito de representar o país na CONMEBOL, antecessora da atual Copa Sulamericana. O Mecão virara oficialmente internacional.

No mesmo ano encerrou sua participação na Série A de então, mas ainda com grandes feitos, como a derrota imposta aos tetracampeões Romário e Ricardo Rocha (fez um gol contra) e o então "sonhando com a classificação" Flamengo. Impiedoso, o América encerrou o sonho rubro negro em pleno Machadão.

Dez anos depois, mais um feito histórico. Com dois acessos seguidos (à Série B em 2005 e à Série A em 2006), lá estava o América transformando o RN no único estado do Brasil a ter um clube a conquistar dois acessos consecutivos no Brasileirão. Ganhou mais uma alcunha: o Rei do Acesso. 

Com a inauguração da Arena das Dunas, continuou a fazer história. 1.° gol, 1.° título, vários recordes de público, 1.° bicampeonato, 1.° centenário ali conquistado. No ano passado, redefiniu o conceito de mosaico formado por torcida com os Olhos do Dragão e virou parâmetro no Brasil inteiro. Achou pouco e impôs ao Fluminense uma virada histórica em pleno Maracanã (5x2) e também redefiniu o conceito de garra e determinação. É tanto orgulho que os principais monumentos de Natal receberam iluminação vermelha pela passagem do centenário americano.

Enfim, o América chega aos 100 anos enchendo de brio os corações de todo o povo potiguar. Parabéns ao RN por seu Orgulho!

Série B 2015: ABC x Paraná às 19h30

Local: Estádio Maria Lamas Farache

ABC (4-4-2): Saulo, Reginaldo, Suélinton, Leandro Amaro, Marcílio; Fábio Bahia, Michel, Rafael Miranda, Edno; Fabinho Alves, Rafael Oliveira. Técnico: Gilmar dal Pozzo.

Paraná (4-4-2): Marcos, Ricardinho, Luciano Castán, Luiz Felipe, Rafael Carioca; Jean, Éder, Washington, Rafael Costa; Fernando Viana, Henrique. Técnico: Fernando Diniz.

Árbitro: Lúcio José Silva Araújo (BA)
Assistentes: José Raimundo Dias da Hora (BA) e Djalma Silva Ferreira Júnior (BA)

Destaques do ABC
Saulo - tem feito milagres.
Edno - bom na finalização.

Destaques do Paraná
Marcos - seguro.
Henrique - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o ABC (10.°) luta contra o tabu de não vencer em casa desde a final do estadual e enfrenta o  Paraná (16.°), que anda mal das pernas, sem a presença de torcida, o que diminui a pressão. Vitória do ABC.

Série B 2015: Mogi Mirim x Macaé às 19h30

Local: Estádio Romildo Ferreira

Mogi Mirim (4-4-2): Daniel, Edson Ratinho, Renato Camilo, Paulão, Luan; Magal, Henrique Mota, Gustavo, Léo Bartholo; Serginho, Matheus Ortigoza. Técnico: Sérgio Guedes.

Macaé (4-4-2): Rafael, Max, Douglas Assis, Brinner, Diego; Gedeil, Juninho, Alisson, Fernando Santos; Pipico, Anselmo. Técnico: Marcelo Cabo.

Árbitro: Everton Gomes da Silva (GO)
Assistentes: Leone Carvalho Rocha (GO) e Adailton Fernandes Menezes (GO)

Destaques do Mogi
Edson Ratinho - boa opção ofensiva.
Magal - bom na marcação.

Destaques do Macaé
Pipico - bom na movimentação.
Anselmo - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Mogi Mirim (20.°) já conseguiu o feito de não perder há duas rodadas e quer mostrar em casa contra o rápido Macaé (8.°) que a reação é pra valer. Empate.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Quem é Tulipa Ruiz?


(Fotos minhas)

Não posso responder com profundidade a pergunta do título porque não faz nem 13 horas que eu a vi no palco do Teatro Riachuelo.

Na verdade, sempre nutri uma curiosidade de saber quem era Tulipa Ruiz. Nome diferente e sempre bons comentários de quem já a ouviu. Mas eu nunca ouvira uma música sua antes. Não que me recordasse.

E daí? Adoro essas aventuras musicais de ir a um show sem saber o que vou encontrar pela frente.  E não me arrependi.

Gente, Tulipa Ruiz tem uma capacidade vocal impressionante! Sim, ela tem voz para música, mas de que isso adiantaria se ela não tivesse capacidade vocal? Ela seria mais uma na multidão. O que essa mulher faz com a voz arrepia a alma dos que têm o prazer de acompanhar seu talento ao vivo (as gravações não fazem jus ao que se presencia in loco, exatamente o que ocorre com as orquestras sinfônicas).

Não bastasse esse pequeno detalhe, Tulipa tem presença cênica, como esperado de grandes intérpretes. Não há lugar comum em sua performance. Absolutamente encantadora.

Tulipa consegue emocionar com o potencial de Gal Gosta, a interpretação de Maria Bethânia, o lirismo de Marisa Monte e a performance de Baby Consuelo (ou Baby do Brasil). Mas não estou sendo justa com as comparações. Tulipa não é Gal, Bethânia, Marisa ou Baby. Tulipa Ruiz é original, sem qualquer traço de imitação. A comparação é só para mostrar o misto de sensações que me invadiu quando seu show começou.

Para completar, ela compõe suas músicas. Pronto. Virei fã. Fui a um show zerada, como ela bem comentou numa passagem, e saí de lá direto para a lojinha para comprar seus 3 CDs. 

O show Dancê faz jus ao nome. Dá vontade de dançar no estilo soltar a franga mesmo do início ao fim. Nas lentas, o impacto é profundo com a interpretação da artista. Sensacional. Segue abaixo um vídeo da música de trabalho do álbum que dá nome ao show. Já alerto que ele não traz nem metade do que se sente na hora, mas vale para conferir a dançante Proporcional.

A importância do porte físico

Atualmente, o futebol valoriza mais os atributos físicos de um jogador. É uma evolução (?) natural dos esportes coletivos. Primeiro, vence a democracia: joga quem quer. Com o início da popularização, passam a ser requisitados os que levam jeito para a coisa. Após a massificação, são os atributos físicos, especialmente a altura, que são escolhidos a dedo e determinam quem vai seguir carreira em tal esporte. Foi assim com o vôlei e com o basquete, para ficar nos mais praticados em terras brasileiras.

No futebol, até que essa constatação demorou para se firmar. Pelo menos aqui no Brasil. Talvez pelos muitos anos de péssima alimentação de nossa população, majoritariamente baixinha para os padrões de cada idade. Mas há tempos esse quadro vem mudando, principalmente aqui no Nordeste. E assim todos os esportes se encaminham para valorizar mais e mais o porte físico.

Baixinhos já não têm vez em certas posições. Em outras, um talento acima do normal ainda pode compensar. Além da altura, agora jogadores precisam aguentar o tranco. Independente da altura, o correto posicionamento do corpo permite a um franzino baixinho aguentar de pé o choque (lícito) de um parrudão. Quem joga basquete sabe bem o que estou dizendo. Um posicionamento bem feito por quem fica no rebote na hora dos lances livres, por exemplo, impede qualquer progresso do adversário, ainda que mais alto e mais forte.

Talvez por ainda ter um pensamento romântico, o futebol brasileiro seja cheio de jogadores estilo cai-cai. Ao contrário da realidade, esses jogadores não se preparam para tranco e vivem de alçar voo durante os jogos. Ainda há árbitros que sentem pena e marcam falta. Mas a maioria despreza a atitude de quem não se preparou adequadamente para um esporte de contato. 

Nesta Série C, por exemplo, dos times que o América já enfrentou, o Cuiabá foi o que impôs mais dificuldades nesse quesito. Jogadores fortes em todos os setores e que se impunham fisicamente obrigaram o América a explorar também com maior intensidade o vigor físico de seus próprios jogadores. Não é surpresa, por exemplo, que tenha sido a melhor partida de Max nos últimos jogos. Também não é surpresa que o desempenho de Judson e Maguinho só tenha melhorado com a entrada de Rafael Estevam, que ajudou a equilibrar a defesa. 

Os ditos leves não estiveram tão bem, embora também não tenham comprometido, com exceção do ótimo Thiago Potiguar, numa noite infeliz após contusão logo na sua entrada em campo.

No caso do ABC, grande destaque nesse quesito é Edno. Por onde jogou, goleiros costumam "quebrar" bolas nele, sejam tiros de meta ou chutões mesmo, em virtude de sua capacidade de se impor fisicamente. 

Quem quiser ser bem sucedido no futebol precisa ter consciência dos novos tempos. Talento, especialmente o fora de série, é sempre bem-vindo. Mas um time só será vencedor se souber dominar fisicamente o jogo. Fora disso, vira presa fácil, como se um time profissional jogasse contra um das bases.