Essa eu tinha que compartilhar...
Quando da minha infância, ouvi muito a expressão deixe de cabimento ou deixe de ser cabida. Normalmente, eram utilizadas por minha mãe para me repreender por ter abusado do espaço que me fora concedido; como se eu estivesse demonstrando mais intimidade do que o esperado - algo como a atual dê dinheiro, mas não dê liberdade.
Deixar de cabimento era então a forma de me fazer recolher-me à minha insignificância, deixando os holofotes das conversas.
Bem, cá estou eu relendo um dos livros de minha faculdade (Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil, de Maria Helena Diniz) quando deparo com um tipo de associação denominado os cabidos.
Não, não se trata de um bloco de carnaval ou de um grupo de pessoas que gostam de aparecer ou coisas que tais. Cabidos são, nas palavras da autora, "associações de cônegos, conselheiros do bispo, (...) e, em sentido amplo, abrangem as corporações de clérigos para prover ao serviço do culto; p. ex., o Capítulo da Ordem Beneditina..."
Uau! Jamais passou pela minha cabeça que o povo da igreja fosse cabido...
Ah, a língua portuguesa!