A torcida do América está empolgada. E nem poderia ser diferente. Não consigo buscar em minha memória de 1996 para cá uma estreia tão avassaladora do Mecão. 5 x 0, placar que bem poderia mostrar 6, 7, 8 x 0 se Isaac e Wanderley estivessem em uma dia mais inspirado.
O time de Flávio Araújo jogou ao seu estilo: zagueiros que sobem pelas alas (exceção do central Edson Rocha), alas que jogam pelo meio (Carlinhos não jogou nem 10% do tempo pela lateral esquerda), volantes e meias que chegam ao ataque com força (Júnior Xuxa marcou 3 gols) e atacantes que não guardam posição fixa - uma hora estão na área, na outra caem pelas pontas, em outra servem de pivô.
Podem ser apontados como destaque Júnior Xuxa, desde já candidato a ídolo com seus 3 gols e passes e viradas de jogo precisos, Zé Antonio, que lembrou a velha disposição do também ídolo formado nas bases Gito, Carlinhos, que chegou a ser xingado, mas foi dele o passe para o primeiro gol, Ricardo Baiano, incansável em sua seriedade na marcação, também já candidato a ídolo, e Fabinho, dono de uma velocidade tanto na marcação como no apoio impressionante, especialmente porque é aliada a passes precisos.
É claro que o Caicó não teria muito a mostrar já que nem goleiro reserva tinha, mas não dá para negar que outrora o América não conseguiria fazer saldo numa situação assim. Daí a empolgação da torcida, que até se deu ao luxo de entoar um olé no fim do jogo. Veja bem, o olé só saiu no fim do jogo, embora a goleada tenha se desenhado bem antes. Mas é bom entender que empolgação da torcida do América em relação a estadual não quer dizer muito coisa. É quase impossível quebrar a tradição de o torcedor americano não ligar para o estadual, e sim para campeonatos nacionais. Pouco mais de 1.000 espectadores acompanharam o jogo de domingo. Quem sabe o público não seja um pouco melhor no próximo jogo.