domingo, 28 de abril de 2024

Por partes

Para analisar corretamente Maracanã 1x1 América é preciso seguir por partes. 

Inicialmente não acho que o técnico Marquinhos Santos tenha errado ao escalar uma equipe praticamente de reservas para este jogo. É que a experiência do futebol, especialmente no América nas últimas décadas, mostra que, quando há um jogo grande na mesma semana, como será América x Corinthians pela Copa do Brasil na quarta-feira, escalar os titulares é bobeira porque simplesmente ninguém quer ficar de fora do jogo grande e a concentração para o jogo anterior vai para as cucuias. O resultado normalmente é trágico. Marquinhos então optou por quem poderia agarrar a chance com unhas e dentes para mostrar serviço.

Qual o problema, então? O América não tem um elenco de qualidade. Jogar com quase 100% de reservas é praticamente uma loteria. Se um ou outro rende alguma coisa jogando com os titulares, com os reservas a mediocridade prevalece. 

Hoje alguns se superaram no quesito, inclusive. Antonio, Caio, Cauê não jogaram nem pedra na lua. Totalmente desmotivados, principalmente o primeiro. Henrique pagou a água no passe para o gol de Matheusinho e só. O próprio Matheusinho pagou a água com o gol e só. 

Para piorar, virou moda no América do ano passado para cá volante não marcar ninguém. Os times adversários ficam à vontade para testar Renan Bragança de todos os pontos do meio campo. É sempre uma questão de tempo ocorrer uma falha ou um desvio. Aliás, Renan Bragança foi, de longe, o melhor jogador das duas equipes, diga-se de passagem.

Marquinhos errou feio mesmo foi na hora de substituir. Não enxergou quem estava cansado e foi trocando onde não devia, como a saída do atacante Giovanni, que incomodou fortemente a defesa adversária ao brigar por quase todas as bolas dominadas pelos zagueiros do mandante.

A sorte de Marquinhos é que o Maracanã, que tem um jeito de jogar claro, não tinha qualidade técnica suficiente para de fato superar Renan. O América também tem um jeito de jogar claro sem qualidade técnica suficiente. Mas ainda assim essa qualidade superava a do adversário (ou a do adversário era pior), que parecia ter um nível pouquíssimo melhor do que a média do torneio estadual.

Só o jeito de jogar absolutamente escancarado no meio, deixando todo mundo chegar para chutar no gol de Renan aumentava a probabilidade de uma falha ou de um desvio, como eu citei acima, e não deu outra: uma bola acabou desviando em Gilvan e morrendo no gol de Renan. 

Menos mal que foi um empate fora de casa, menos mal que foi com um América praticamente reserva, menos mal que a invencibilidade de mais de uma dezena de partidas (perdi as contas) prosseguiu. Mas ver 2 pontos irem embora por uma conjunção de erros (volantes que marcam com olhar, substituições que tiraram os jogadores errados, falta de contratações que trariam opções de verdade para o elenco, especialmente na lateral esquerda e no ataque) é de lascar, principalmente para uma competição cruel quanto a gramados e arbitragens. 

Sobre a transmissão, a pessoa que faz a edição das imagens (escolhe qual a imagem que vai ao ar) provavelmente nunca viu um jogo de futebol. Foram vários os momentos em que lances de ataque eram interrompidos para mostrar o treinador do Maracanã ou a torcida do América. CBF/FNF/FCF, não dava para colocar uma pessoa experiente para essa seleção, não? Tem que ser sempre com esse jeito eterno de amadorismo? 

No mais, agora é aguardar o que o time titular de Marquinhos Santos, que não tem um lateral esquerdo que cumpra a função adequadamente, nem atacantes à altura do desafio, e nem volantes que marcam, pode fazer contra um time de Série A, que ganhava de 3x0 enquanto eu terminava de escrever estas palavras.

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