segunda-feira, 29 de abril de 2013

Também não aguento mais!




Vi no Facebook a foto acima. Achei bastante apropriada para este momento em que nós brasileiros estamos acertando as contas com a Receita Federal. Como dói (com acento porque não é paroxítona) a mordida do leão! Dói no bolso sim, mas dói principalmente na alma.

É como a dor de trabalhar, trabalhar, trabalhar e, no fim, um bandido levar tudo. Vamos conseguir tudo novamente porque, afinal, não perdemos a capacidade de superar coisas ruins. Mas dói demais saber que pagamos tudo pelo menos duas vezes neste país.

Pagamos educação duas vezes: uma nos tributos, outra quando pagamos a mensalidade da escola particular. Saúde também: uma para o governo, outra para os planos de saúde, cada vez mais semelhantes na ineficiência. Transporte duas vezes: subsidiamos gratuidades, mas só nos deslocamos com alguma eficiência em veículo próprio.

É triste a nossa realidade, mas os tributos brasileiros se prestam a financiar os inúmeros casos de corrupção que acompanhamos pela ainda livre imprensa. O resto, ou pagamos, ou ficamos a ver navios. E só podemos fazer piada sobre a nossa realidade, como a volta da inflação e os picos de preço do tomate.

Aí sou obrigada a ver que agora um deputado brincalhão (não é Tiririca, viu?) quer destruir o princípio da separação dos poderes há séculos forjada pelo grande Monstequieu em seu grandioso O Espírito das Leis. O cara quer que decisões do Supremo Tribunal Federal, o único que ainda orgulha os brasileiros, sejam submetidas ao Congresso Nacional. Esse mesmo Congresso que não consegue nem punir os membros que quebram o decoro parlamentar. O Congresso de Sarney, Calheiros, Genuíno, Alves, Maias e tantos outros sobrenomes que já se envolveram em denúncias de todo tipo.

O deputado em questão nunca deve ter lido a constituição federal. Nem o começo, onde se encontram os princípios e fundamentos, nem o artigo 60, as chamadas cláusulas pétreas, que impedem que gente como ele  promova reformas que atentem contra a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; A SEPARAÇÃO DOS PODERES; direitos e garantias individuais.

Deputado e seus seguidores (se existirem), vão estudar! Saiam dos gabinetes e vão conhecer a realidade do povo brasileiro! Ninguém aguenta mais pagar duas vezes por serviços que deveriam ser providos pelo Estado. Imagine enfrentar processos judiciais (que já são caros) para depois ver tudo submetido à vontade de pessoas que só querem saber da próxima eleição. Que tal começar a pensar em soluções para a saúde, a educação, o trânsito, o aumento da inflação, o aumento da criminalidade, a falência do sistema prisional...?

Enfim, que tal parar para ler a faixa da foto acima e tentar aplainar a indignação diária dos cidadãos que ainda cumprem seus deveres neste país?

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A intolerância cega

Mais um clássico de futebol pelo Brasil que termina em violência. Mais um Abc x América que traz transtornos a todos os cidadãos. Até quando? Aliás, desde quando? Difícil responder. Não sei que ódio é esse que brota das entranhas em virtude de o outro ser diferente. 

Por que eu que torço pelo América mereço ter tranquilidade e o outro que torce pelo Abc não? E vice-versa? Que mal é esse que os abecedistas causam aos americanos e e que estes causam a aqueles? 

Não entendo a intolerância. Não entendo como a vida de outra pessoa pode ter tanta influência sobre a minha sem que nada da vida daquela pessoa diga respeito a mim. Torcer pelo Abc? Problema seu! E você deve pensar o mesmo sobre mim: ambos temos péssimo gosto a respeito do futebol na opinião do outro, né?

Também não entendo quem vive a querer discutir qual é o melhor time. Não há razão na paixão. Gosta-se e pronto! Os argumentos são todos arranjados depois. Excluem-se o que nos desagradam e incluem-se, com destaque, os que nos favorecem. Não há vencedor nesta história, somente uma eterna e desagradável desunião.

A intolerância cega. Além do futebol, vejo especialmente no Twitter diariamente ódio destilado entre petistas e psdbistas (um partido define o caráter?),  crentes e ateus (religião e respeito não combinam?), fãs de  determinados estilos de música (são mesmo antagônicos?).

Às vezes penso que sou anormal. Não consigo definir se alguém presta ou não por causa de partido, religião, gosto musical, futebol, sexo, orientação sexual, cor da pele, idade. Para mim, são as atitudes que contam. Convivo com crentes, ateus, abecedistas, americanos, apreciadores de rock, Grafith, forró, heteros, gays e bissexuais, negros, loiros, morenos, homens, mulheres, idosos, crianças... Gosto de todos que são seres humanos e não são cegos de intolerância. Afinal, adoro ser respeitada em minhas peculiaridades e gostos e não poderia agir diferentemente para com os meus semelhantes. 

Exemplo disso é que meu melhor amigo na faculdade era testemunha de Jeová. Logo eu que critico várias passagens bíblicas e religiões! Nunca brigamos por religião nos 5 anos de convivência diária num curso propício a debates (Direito). Cada um respeitando o outro dentro das suas peculiaridades, sem chacotas, piadinhas ou tentativas de persuasão.

Ah, se as pessoas aprendessem o que é respeito e exercitassem aquele ditado que diz que o seu direito acaba quando o do outro começa... Seríamos todos mais felizes. Diferentes e ainda assim felizes. 


sexta-feira, 19 de abril de 2013

A verdade absoluta

A verdade absoluta... Quem a possui? Deus? A Bíblia? As religiões/seitas? Os ateus? A ciência? Impossível responder com certeza. A não ser que você creia. E crer não tem nada com saber. Acreditar é diferente de saber, todos sabemos disso.

Dizem os que creem que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Assim mesmo, com defeitos e tudo. Interessante filosoficamente. Deus, onipotente (tudo pode), onisciente (tudo sabe) e onipresente (em tudo está presente), criou seres defeituosos à sua imagem e semelhança. Teria Deus defeitos? Vixe, já posso visualizar a saraivada de pedras em minha direção.

Adoro questionamentos. É de minha natureza, que teria sido meticulosamente planejada por Deus. Assim, nem a Bíblia escapa. Gosto do Novo Testamento. É mais humano e menos fantasioso. O Velho? Esse tem umas estórias malucas sobre Adão e Eva serem os únicos humanos criados por Deus, mas eis que Este os expulsou para as terras de não sei quem. E já existiam outros humanos?

Tudo isso deve estar soando como heresia aos crentes (aqui englobo todos os que creem em Deus), mas não pretendo converter ninguém a qualquer coisa. Nem desconverter. Apenas gostaria de mostrar como o pensamento em geral pode ser um pouco mais crítico em nome do respeito. Sim, porque se tudo é baseado em crença e não em ciência (no sentido de tomar ciência, presenciar algo), não há espaço para discussão, mas respeito.

Não se discute time de futebol. Gosta-se ou não, sem qualquer razoabilidade atrelada. Não se discute religião: crê-se ou não, sem qualquer menção a aquela ser mais verdadeira que a outra. Deveria se discutir política, mas até aqui as pessoas demonstram paixão, não razão.

Abordo o tema para mostrar que se ninguém é detentor da verdade absoluta, que segundo os crentes estaria com Deus, como podem existir líderes de seitas que pretendem apontar tal verdade ou mesmo se arvorar em intérpretes da vontade de Deus?

Se Deus pregou o amor a todos como nós mesmos, como podem certos líderes e beatos saírem por aí a pregar o ódio ou discriminação a certas pessoas que também são filhas de Deus?

Vejo com imensa tristeza as declarações do tal Marcos Feliciano a respeito de africanos e homossexuais. Aqueles empreenderam luta que já dura séculos contra a opressão. Estes somente hodiernamente entenderam que merecem ser tratados igualitariamente. Aí vêm líderes religiosos pregar que estes permaneçam sendo discriminados como cidadãos de classe inferior. O que a presença de um negro traz de mal a um branco? O que a presença de um homossexual traz de mal a um heterossexual? 

Atualmente, a polêmica maior diz respeito ao casamento gay. Queria saber o que vai mudar na vida dos heterossexuais se os homossexuais puderem oficializar suas uniões afetivas. Vão ter menos direitos? Vão ser impedidos de casar? Vão perder dinheiro? Seriam os homossexuais ameaça aos direitos dos heterossexuais? 

Há anos negros não podiam frequentar os mesmos lugares do brancos. Muito sangue foi derramado para que esta imbecilidade fosse afastada. Agora querem impedir os homossexuais de amar e terem os mesmos direitos que os heterossexuais, mesmo tendo os tribunais apontado os princípios constitucionais como garantidores de que os homossexuais não são cidadãos de segunda classe.  

Aí eu me pergunto: o que diria Deus se tivéssemos a capacidade de ouvi-lo diretamente a respeito disso? Seria a derrubada do 2.º mandamento (Ame o teu próximo como a ti mesmo)? Ou haveria uma interpretação que somente os tais InFelicianos da vida conseguiriam dar a este mandamento, excluindo homossexuais e negros, e que atenderia em cheio ao mandamento divino?

Quem tiver a verdade absoluta que aponte a resposta.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Copa do Brasil é a expectativa

Depois da conquista do 1.º turno do estadual 2013, agora é a Copa do Brasil que causa expectativa tanto para torcedores e jogadores do América. O motivo é bem simples: a última campanha considerável ocorreu em 1999 (salvo engano), quando o Mecão eliminou Sport, Remo e só parou no São Paulo. De lá para cá, a campanha tem sido de envergonhar, com exceção de 2007, quando foi eliminado pelo Fluminense, embora vencendo o time tricolor em pleno Maracanã.

Muitos engasgos com Linhares, São José  e outros times sem expressão da vida, parece que neste ano o discurso mudou. Jogadores falam abertamente sobre a expectativa de jogar a Copa do Brasil e em tentarem de verdade eliminar o jogo da volta contra o Ji-Paraná, lanterna em Rondônia.

Chego mesmo a afirmar que esse empate com o Baraúnas foi fruto dessa ansiedade.. E é aqui que mora o perigo. Tendo que enfrentar uma longa viagem até Rondônia, Roberto Fernandes terá que tirar coelho da cartola para não deixar que esta ansiedade estrague os planos do América em se classificar para a próxima fase da Copa do Brasil. Já nem importa se o Mecão fará um jogo apenas ou dois contra o Ji-Paraná. Sem dedicação e tranquilidade, o time rondoniense, que vem mal das penas em seu estadual e também deve estar louco para mostrar serviço em outra competição, deve se apresentar como um osso duro de roer e, portanto, requer o máximo de atenção do elenco como um todo.

Na quarta à noite, poderemos ter uma ideia da capacidade de concentração do elenco atual. Afinal, na Copa do Brasil, um tropeço pode ser fatal.