segunda-feira, 25 de março de 2013

O Lado Bom da Vida

Domingo diferente para os meus padrões. Sem jogo do América em Goianinha, decidi gastar umas cortesias que tinha para o Cinemark. Analisada a programação, que felicidade ao ver que O Lado Bom da Vida ainda estava em cartaz e com uma sessão às 13h40. Tudo perfeito para mim!

O Lado Bom da Vida é classificado como uma comédia romântica, o que normalmente não tiraria de casa para o cinema. Comédias românticas são perfeitas para assistir em casa. Mas basta um olhar mais detalhado para as informações do filme para se perceber que não é bem por aí. 

O filme tem 2 horas de duração - muito longe, portanto, de comédias românticas comuns. Além disso, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, bom indicativo de que não é uma comédia romântica. E de fato não é. O Lado Bom da Vida é daqueles dramas com pitadas de humor que lhe deixam com um sorriso na boca o filme inteiro. Nada de gargalhadas estridentes. E o romance é sutil, somente no fim você se lembrar que o filme é uma comédia romântica. 

Muitíssimo interessante. A estória começa com Pat num hospital psiquiátrico após o choque de um flagra em sua esposa com outro homem em sua casa. A partir daí, somos envolvidos na história familiar de Pat, cujo pai tem transtorno obsessivo-compulsivo e é daqueles torcedores extremamente supersticiosos (sim, há um limite tênue entre superstições esportivos e o TOC). Para mim, foi impossível não me reconhecer em algum aspecto da estória. 

A realidade paralela em que parece viver Pat, sua luta contra a doença, a agonia de sua mãe, o sucesso de seu irmão, tudo é angustiante e ao menos tempo familiar. Bagunçado e estruturado, como é a vida. O contato de Pat com o mundo real é bem angustiante, mas de uma leveza incrível. Tão bom era o filme, que, já com uma hora de duração, a sensação que eu tinha era de que apenas 15 minutos haviam passado.

Se você quer algo simultaneamente leve e profundo para passar o tempo, O Lado Bom da Vida é definitivamente minha recomendação.  E prepare-se para ver um drama leve com um final de comédia romântica. Porque se você espera uma comédia romântica apenas, poderá se decepcionar. E o trailer passa uma ideia tanto quanto errada do filme, mas confira:

quinta-feira, 21 de março de 2013

Chegou a hora de Gláucio

"Desperate times call for desperate measures", como diz o ditado em inglês, situações de desespero requerem medidas desesperadas.  O ataque do América é pífio. Tiago Adam tem bom chute, incomoda os zagueiros, mas não passa disso. Não sabe cabecear, e assim já perdeu duas chances claras de gol nos dois últimos jogos. Dimas, Alemão e Taiberson devem ser bons em outros esportes, mas no futebol...

Claro que Isaac queimou a língua de todo mundo na temporada passada. Seus melhores chutes no estadual ficavam mais próximos da bandeira de escanteio do que do gol. Mas tudo mudou no finzinho do estadual. Seria essa a situação de Tiago Adam, e, principalmente, Dimas, Alemão e Taiberson?

Não sei, mas desconfio que o buraco é mais embaixo. Alemão lembra muito uma enceradeira - roda, roda e não sai do lugar. Dimas parece não saber qual o momento de correr atrás da bola, dominar, chutar. E Taiberson parece não entender que o jogo é coletivo.

Aí eu lembrei que Gláucio, cria do Mecão, só jogou duas partidas pelo time profissional. Logo na Copa do Nordeste.Coincidentemente, as duas partidas contra o Salgueiro (2x0 e 1x2). Numa, ele foi muito bem - até bola na trave meteu. Ótima movimentação para uma estreia. Na outra, jogou super mal, MAS... deu o passe (e que passe!) para o único gol do Mecão na partida (Rico).

De lá para cá, esqueceram Gláucio, mandaram Rico e Renan Marques embora e ficamos com Tiago Adam, Dimas, Alemão e Taiberson. Não falo de Cléo e Itamar porque ambos estão e ficarão de fora ainda por um tempinho. Tristeza.

Será mesmo que não dá para Roberto Fernandes escalar o garoto de bom porte, boa velocidade e bom chute mais uma vez? Ele não serviu na Copa do Nordeste? Será que o Estadual é assim tão mais difícil que a Copa do Nordeste?

Eu, daqui, já inicio a campanha: Bota o Gláucio, Bob! Até porque, pelo que vi até agora, pelo menos Dimas, Alemão e Taiberson, juntando os 3, não se obtém 1/2 Gláucio.

domingo, 10 de março de 2013

De onde vem a serenidade?

É estranho como não sabemos nossa reação aos mais variados fatos em nossas vidas. Por exemplo, lembro quando muito criança ainda que eu dizia que jamais deixaria um ladrão levar algo meu. Iria dar um tapa nele e sair correndo. Nem preciso dizer que meu primeiro encontro com um ladrão não foi bem assim. Saía da escola e me dirigia à parada de ônibus, por volta das 15h30, quando um sujeito de pele negra muito bem vestido e com bastante educação perguntou-me as horas. Mal olhei para o relógio e ele avançou para o meu braço, dizendo que eu ficasse quieta porque era um assalto. Olhei bem em seus olhos durante todo o ocorrido. Não pude evitar esse comportamento tão repreendido pelas autoridades policiais. Isso ocorreu há mais de 20 anos, mas acho que ainda seria capaz de reconhecê-lo. Muita gente não acredita quando digo, mas ainda dei tchau ao meliante quando ele foi embora.

É ou não é estranho? Tenho essa tendência de me manter quase uma barata morta quando algo enerva todos ao redor. Não sei como, já que sou extremamente ansiosa. Normalmente, sou aquela que consegue raciocinar melhor quando algo foge ao controle. Da última vez que vi um assalto, o cara tinha uma arma em punho e assaltou uns jovens a 100 m de onde eu estava. Todo o pessoal ao meu redor não sabia o que fazer. Eu que tive que enxotar todo mundo para dentro de casa, uma vez que pareciam em transe diante do ocorrido. 

Saindo da seara de crimes, as notícias sobre saúde costumam causar grande ansiedade em mim. Mas somente a espera me deixa ansiosa. Imagino 300 mil coisas ruins. Ciente do diagnóstico, o que me resta a não ser me adaptar à realidade e seguir o curso de minha vida? A última notícia médica revelou uma condição gástrica um tanto quanto preocupante. O que fazer? Mudar o ritmo de vida vem sendo uma constante agora. Por incrível que pareça, naturalmente consegui reduzir minha ansiedade. Sou a famosa perua (morro de véspera) como já revelado acima. No entanto, a realidade de um novo quadro em minhas condições que precisa ser controlado para não atingir um mal maior me fez encontrar uma serenidade jamais conhecida por mim. 

Estou aprendendo que as coisas existem independentemente de mim. Também podem ser resolvidas sem mim. Não haverá um cataclisma mundial se eu estabelecer menos tarefas em nome da saúde. Além disso, abandonar certos alimentos e bebidas não transformará minha existência num inferno de Dante. Tudo assim, com muita serenidade, sem drama.

Nunca me vi com tal característica, mas eis que algo nos assola e revela coisas inimagináveis. A notícia ruim me trouxe coisas boas. Apesar de todo o sofrimento que a fase inicial impeliu - enjoar até água revela bem a tortura - perdi alguns quilos e redescobri outros valores na vida. 

Não sei de onde vem a serenidade, nem se ela veio mesmo para ficar. Porém nunca me senti tão em paz comigo mesma, tão no controle do meu destino.

Que bom seria se todo mundo pudesse ver o que eu agora vejo! Valorizamos tanto coisas sem futuro e deixamos de atentar que o bom da vida está nas coisas mais simples, que não precisam de dinheiro, tecnologia e/ou da audiência de quem quer que seja para existirem. É nesse momento que tudo se encaixa perfeitamente e deixamos de ser escravos dos outros e de coisas sem valor. 

Sei que esse entendimento normalmente vem quando se enfrenta uma situação de vida ou morte. Não é o meu caso. Fui chamada a corrigir minha rota bem antes. Por isso, gostaria que todos tivessem a mesma chance que eu de encontrar a serenidade assim, sem saber de onde ela vem. Resolveria muitos dos problemas do mundo.