Não demorou muito para a reação de Eduardo Rocha à votação que o deixou de fora da lista tríplice do TRT21.
Segundo a coluna Notas & Comentários da Tribuna do Norte de hoje, o presidente do América pediu ao Conselho Nacional de Justiça que suspenda o voto do presidente Bento Herculano que desempatou a escolha em favor da advogada Marisa Almeida e promova a substituição do nome dela pelo dele (Eduardo), vez que o empate seria resolvido em favor de quem tem a maior idade.
Ainda segundo a coluna, Eduardo defende então que a lista passe a ser formada por Marcelo Barros, ele próprio e Augusto Maranhão.
Há mais de 20 anos eu não pisava em Pipa. Sempre que pensava em voltar aproveitando uma das oportunidades do festival de jazz, algo dava errado e eu não ia. Neste ano, deu certo e fui conferir Pipa e o Fest Bossa & Jazz.
Sobre a praia em si, confesso uma decepção. Aquela praia quase intocada deu lugar a grandes intervenções na paisagem, algo que também mexeu muito com Ponta Negra. Uma pena, ainda que sobre muita beleza a ambas apesar da transformação indevida.
Já o clima é aquele de praia, de gente do mundo todo, de mistura de credos e raças, que tanto bem faz a quem dele compartilha. Uma atmosfera cativante.
Agora junte a isso uma gastronomia variada e um festival de jazz, blues e todas as bossas com música boa de graça, no meio da rua. É quase o paraíso.
E olha que não foi nada fácil o início. Quando fui a Pipa pela primeira vez, nem dirigir eu dirigia ainda. Desta feita, eu estava no volante. Peguei umas dicas com minha irmã, que também não vai lá há um certo tempo, botei o GPS e fui.
Ruas estreitas quando acaba o asfalto me deixaram bem estressada. Onde estacionar? Entrei numa rua que nem tinha movimento e ainda tinha uma vaga praticamente me esperando. Mas foi só desligar o motor para tudo mudar. O mundo inteiro resolveu entrar e sair dessa rua e um carro passou a um dedo (fino) de distância do retrovisor do meu lado. Virei a chave e aguardei uma chance para sair dali. Para onde? Só Jesus sabia!
Perguntei num estacionamento de vans e me indicaram tentar chegar mais perto da praia. Fui sem saber para onde. Ruas cada vez mais estreitas e trânsito exigindo mais paciência. Vi uma placa de estacionamento e não pensei duas vezes. Ao chegar, perguntei logo a que horas fechava. "7h". "7h? Mas eu vim para o festival! Melhor sair." O gentil rapaz me explicou que ali o pessoal estacionava mais para ir ao mirante, por isso o encerramento às 19h.
E lá fomos nós sem destino, embora com uma dica de que haveria um estacionamento adequado perto da rotatória. Aí Janaina lembrou de um posto de informações turísticas e achamos melhor tirarmos todas as dúvidas por lá. Essa foi a decisão mais acertada. Enfim, achamos a vaga desejada de estacionamento.
Pegamos um panfleto com a programação e fomos para o Pipa Beach Club. Pena que perdemos pelos contratempos a apresentação das 16h. Chegamos praticamente no fim dela. O show das 17h começou quase 17h30, mas foi do meu agrado.
Na hora de pagar a conta, um erro de digitação quase vira pesadelo, mas foi percebido a tempo. Subimos a ladeira e fomos dar uma olhada na Casa do Festival, a que tem cerveja artesanal local, para saber se o cortejo da street band teria ali sua origem ou seu destino. Uma pena que ninguém soubesse dar a informação correta.
Comemos um crepe num local chamado Fases da Lua, apropriado à bela lua cheia que se apresentava. Romeu e Julieta, uma delícia que requeria água como acompanhamento.
Pegamos o cortejo até a Praça do Pescador, onde o show da percussionista referência no Brasil Lan Lahn às 20h seria a última coisa que minha agenda permitia acompanhar.
Na praça, o Café Santa Clara distribuía cafezinhos providenciais. Enquanto esperava o show, eu me divertia com duas senhorinhas que tragavam seu cigarro de maconha ao mesmo tempo em que riam e mandavam a cena via rede social para o mundo em tempo real. Ou com o cachorrinho que desfilava de uma ponta à outra da rua fazendo amizade com outros. Ou com o artesanato. Ou com o crepe feito ali na hora. Ou com o desorganização organizada do trânsito de carros, motos e pedestres, estes maioria absoluta.
Já perto do fim da apresentação, compramos algumas coisinhas de artesanato. Finalizado o show, hora de voltar para casa.
Até chegar ao estacionamento, passamos por outros shows bem empolgantes. Ah, se a agenda permitisse...
Pegamos outra estrada para voltar em busca de menos buracos, mas ficamos com a impressão de que o caminho aumentou. E ainda que eu tivesse certeza de que o motorista que se aproximava e se distanciava de nós estava bêbado, o estresse virou tranquilidade ao alcançarmos a BR-101. Pouco depois das 23h estávmos sãs e salvas em casa.
Gostei tanto que quis voltar nos dias seguintes, mas a agenda não permitiu. Fiquei com a certeza de que tanto o festival como Pipa são muito agradáveis. Pessoas gentis, fossem elas locais ou não.
Eu me senti em casa. E estava mesmo. O Rio Grande do Norte é todo ele especial. Viver onde os outros passam férias é uma dádiva, não é verdade?
A manchete do bem: Filósofa e ativista Angela Davis vem ao Brasil lançar livro.
As outras: Novo favorito para a PGR chamou democracia de 'um verdadeiro embuste', Acordo comercial entre Brasil e EUA não prevê livre-comércio e Lava Jato ignorou repasse de Guedes em denúncia contra empresa de fachada.
The headline for good: Elizabeth Warren apologizes at native American forum: 'I have listened and I have learned'.
The others: Shareholder value is no longer everything, top C.E.O.s say, ISIS is regaining strength in Iraq and Syria, and To power A.I., startup creates a giant computer chip.
A opinião é do diretor de futebol do América Ricardo Bezerra. Em meio a tanta polêmica sobre procedimentos e interpretação do VAR, o dirigente levantou bandeira em defesa do árbitro de vídeo no Twitter.
Segundo o jornalista Cassiano Arruda Câmara, em sua Roda Viva de domingo, a ausência de Eduardo Rocha na lista tríplice do TRT21 deve-se a articulação do próprio presidente do tribunal Bento Herculano.
Detalhe é que Eduardo e Bento são reconhecidamente americanos. Logo, não é demais imaginar as implicações desse embate nos bastidores do clube.
Lauro Jardim segue com mais duas notas diretamente a respeito de Bolsonaro.
Caro filho
Chegaram ao gabinete do ministro do TCU Vital do Rêgo dois problemas para Jair Bolsonaro. O MPF pediu a abertura de um processo para investigar o uso de aeronaves da FAB por integrantes do governo. Oportuno. Em maio, um helicóptero da Presidência foi destacado para transportar convidados ao casamento de Eduardo Bolsonaro, no Rio de Janeiro. O pai do noivo, por incrível que pareça, já disse que não vê problema algum nisso. Outro procedimento, com menos chances de prosperar, vai apurar a provável ida do 03 para a embaixada em Washington.
Qual discurso?
Jair Bolsonaro abre no mês que vem a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Será interessante ver como se comportará - e que discurso fará - o presidente que diversas vezes desceu a borduna na entidade. Durante a campanha, em agosto, chegou a afirmar: "Seu eu for presidente, eu saio da ONU". Dias depois, recuou e disse que tiraria o Brasil do Conselho de Direitos Humanos da organização ("Não serve para nada, é uma reunião de comunistas"). Por enquanto, não cumpriu nenhuma das duas promessas.
Lauro Jardim trouxe em sua coluna de domingo uma nota com todo o nível do palavreado do presidente da República Jair Bolsonaro. Só lendo (acho que nem isso) para crer.
À vontade
Afeito, como sempre, à liturgia do cargo, Jair Bolsonaro instou em reunião no Palácio do Planalto com a equipe econômica o secretário de Desestatização, Salim Mattar, a acelerar as privatizações. Em seu linguajar cada vez mais desabrido, mandou essa: "Ô Salim, tá muito devagar isso daí. Quero uma f*dinha por semana, tá ok?"