A queda de Eduardo Cunha com 450 votos (apenas 10 contra e 9 abstenções) manda dois sinais:
- Opinião pública ainda mete medo em político, principalmente perto de eleição;
- Os deputados podem ter isto em Eduardo Cunha uma forma de diminuir o apetite público por punições a políticos.
O primeiro sinal é muito bom. O segundo é perigoso. O Brasil não pode se conformar com a queda de Eduardo Cunha. Há muito mais por fazer.
A Lava Jato ganhou mais um ano de extensão. Outras investigações seguem. É preciso que a população vire sim a página de Dilma e de Cunha, mas que se empenhe em chegar à página em que corrupção nos poderes públicos não seja mais visto como algo habitual, que todo mundo faz. É preciso que efetivamente o dinheiro público seja encarado como intocável por mãos sujas.
A corrupção sempre existirá. Mas o nível de expansão desse verdadeiro câncer brasileiro precisa ser controlado. Temos que fazer a corrupção chegar a níveis mínimos, a ponto de Mané passa a ser quem corrompe ou se corrompe, não mais o cidadão honesto.