O pessoal da SAF pegou o América na Série C, tendo sido campeão da Série D anterior. Mexeram numa base que pelo menos dava para o gasto, trouxeram uma tragédia de técnicos e de jogadores e conseguiram a proeza de devolver o América para o inferno da D.
Mas parece que não foi suficiente. Ficou uma base troncha para 2024, com poucos, como Renan Bragança e Marcos Ytalo, que de fato deveriam ficar depois do fiasco de um rebaixamento para o qual foi preciso muito esforço para se alcançar.
O torneio local, como de outrora, serve seguindo de parâmetro, quando só funciona mesmo para dar ritmo de jogo ao elenco no início da temporada.
Empolgaram-se com jogadores como Alan e Gustavo Ramos e nada de reforços chegarem a tempo, apesar de valores de "aporte" anuais de encher os olhos de quem talvez não tenha compreendido direito o fluxo do dinheiro.
No fim, a torcida precisou engolir uma eliminação em dois empates, logo no primeiro confronto eliminatório, tendo os dois resultados frustrantes uma participação de grande monta do zagueiro Alan, que não mostrou cacife ainda para ser titular no Campeonato Brasileiro, até por não gostar de "zagueirar", mas seguiu como titular para a segunda partida, a decisiva, mesmo tendo sido responsável pela abertura de placar do visitante no jogo de ida.
A afronta ao bom senso custou a expulsão do zagueiro Rafael Jansen e tirou do time de Marquinhos Santos qualquer vontade de vencer o jogo. Chute para frente foi a toada para um time cuja camisa merece muito mais respeito do que jogar implorando para que o cronômetro seja finalizado e a sorte seja lançada na disputa de pênaltis.
Não tenho a menor vontade de tecer qualquer consideração acerca dos pênaltis. Deixo apenas o reconhecimento, como sempre, de Renan Bragança.
Infelizmente, Alan seguiu tomando o lugar de Salazar, cuja titularidade nunca poderia nem ter sido ameaçada pelas outras opções, até o América ser eliminado.
Que fique claro, no entanto, que o problema não foi só Alan. Ele foi só o reflexo mais óbvio da insistência no erro.
A SAF e suas decisões de lucro para investidores deixaram a esportividade de lado e um time que tantou lutou para sair de um lugar pequeno para o tamanho de sua tradição centenária agora se enterra de novo na Série D para sair de lá só Deus sabe quando.
Enquanto isso, vamos seguindo com contratações a peso de ouro de atletas cujo nível pouco difere do que se vê no torneio local e com a insistência na escalação de quem não mostra condição para tanto.
Faço apenas uma ressalva merecidíssima: finalmente um treinador iniciou e terminou uma temporada. Palmas para a SAF, que teve coragem de deixar claro que o problema nunca foi o comando técnico.
De resto, com tanto "dinheiro" em caixa, como se canta em verso e prosa, não dá para aceitar que o que se viu em 2023 tenha sido piorado em 2024. O que esperar, portanto, de 2025?