quarta-feira, 19 de junho de 2024

Today's headlines (6/19/24)

The headline for good: 
  • Biden gives legal protections to undocumented spouses of U.S. citizens
The others: 
  • California joins growing national effort to ban smartphone use in schools 
  • Dozens of groups push FEMA to recognize extreme heat as a 'major disaster'
  • A mysterious monolith appears near Las Vegas. Why? It's anyone's guess.
Good morning.

Source: The New York Times 

terça-feira, 18 de junho de 2024

Manchetes do dia (18/6/24)

A manchete do bem: 
  • Nova identidade resiste a fraudes e pode incorporar 12 documentos essenciais
As outras: 
  • Falta de escolas e saudades de amigos viram desafio para crianças do RS na reconstrução 
  • Depois do spam, conheça o slop, conteúdo de má qualidade gerado por inteligência artificial 
  • Grupo Silvio Santos vai vender maior parte das ações da Jequiti Cosméticos para Cimed
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (6/18/24)

The headline for good: 
  • Surgeon General calls for warning labels on social media platforms
The others: 
  • More women in Africa are using long-acting contraception, changing lives 
  • Maryland Governor pardons 175,000 marijuana convictions
  • U.S. sues Adobe over hard-to-cancel subscriptions
Good morning.

Source: The New York Times 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Manchetes do dia (17/6/24)

A manchete do bem: 
  • Governo Tarcísio nomeia 4.ª mulher para juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo
As outras: 
  • Feminismo pode ser neoliberal ou rejeitar a hegemonia deste sistema
  • Bill Gates promete investir bilhões em busca de usina nuclear livre de carbono
  • Quase metade dos brasileiros evita ler ou assistir a notícias, indica relatório da Reuters
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (6/17/24)

The headline for good: 
  • Dad brain is real, and it's a good thing
The others: 
  • The Greens are dead. Long live the Greens!
  • Deadly toll in Greece as heat waves sweep the country 
  • Erin Moriarty is a woman among 'The Boys'
Good morning.

Source: The New York Times 

domingo, 16 de junho de 2024

Escapou

O início de América 1x1 Treze deu uma certa ilusão de que o mandante enfim jogaria como tal. Doce ilusão. Passados os 15 minutos iniciais, o Treze conseguiu ter as melhores oportunidades da partida.

É bem verdade que um cruzamento de Giovanni terminou em pênalti. Mas Souza fez o favor de desperdiçar. 

No 2.° tempo, o Treze seguiu com as melhores oportunidades, mas foi num escanteio bem ensaiado pelo técnico Marquinhos Santos que o meia Souza cruzou para o volante Wenderson marcar um golaço! Chutou sem nem deixar a bola cair. 

Tudo parecia conspirar para uma vitória do América, já que Renan Bragança foi, mais uma vez, o melhor em campo. Mas o árbitro não estava numa noite muito feliz. Depois de inventar umas 300 faltas para os dois lados, terminou expulsando Wenderson (2.° amarelo) num lance que nem falta foi.

Pronto. Se já estava difícil segurar o Treze, que tinha as melhores chances do jogo com 11 em campo, com 1 a menos, o empate e até a virada eram questão de tempo. A sorte é que só deu tempo mesmo do Treze empatar. Dos males, o menor.

A falta de reforços a tempo começa a cobrar a conta do América. Marquinhos Santos tem tirado leite de pedra, mas à medida que a qualidade dos adversários for aumentando, mais difícil ficará essa tarefa. Restar esperar que todo mundo fique logo disponível porque vencer em casa já começou a falhar.

Orquestra e Legião

Tenho sorte de ter amigas super generosas ao meu redor e foi uma delas que me presenteou em maio com ingressos para ver o concerto Legião Sinfônico da Orquestra Petrobras Sinfônica.

Rock e orquestra sinfônica têm absolutamente tudo a ver. Aliás, orquestras sinfônicas têm absolutamente tudo a ver com qualquer tipo de música. É sempre uma experiência marcante presenciar uma orquestra executando rock e jazz, por exemplo. 

Tentei registrar algumas passagens de obras marcantes para mim de Legião na apresentação.  Desfrutem.


Manchetes do dia (16/6/24)

A manchete do bem: 
  • Artefatos de pedra lascada coletados na Jordânia podem mudar a história da expansão humana
As outras: 
  • 'Bandida' conta história da primeira mulher a comandar o tráfico numa favela do Rio
  • Avião de ataque russo invade espaço aéreo da Suécia
  • Brasil estuda comprar caças americanos F-16 usados devido ao preço do Gripen
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (6/16/24)

The headline for good: 
  • Strasbourg for book lovers
The others: 
  • The woman who could smell Parkinson's 
  • On the Brazilian coast, a tropical town beloved by artists and makers
  • The wife who survived Henry VIII finally gets her big-screen due
Good morning.

Source: The New York Times 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Não há paz

Há várias coisas sobre ser mulher. Coisas que só outra mulher compreende. O medo de andar só na rua.  De pegar um Uber. O medo da simpatia ser compreendida como incentivo. O medo do julgamento da sociedade para cada detalhe do que comemos, bebemos, vestimos, usamos, dizemos. 

Há também as dores físicas, emocionais. A cólica menstrual jamais será sentida por um homem. O incômodo de utilizar, portar, trocar absorventes. Dos desmaios súbitos. Dos remédios que não resolvem, ou causam enjoo, ou dor de cabeça, ou inchaço, ou engordam, ou prejudicam progressivamente esôfago, estômago, intestino. 

Há também as expectativas dos outros que sempre sabem como resolver a sua vida. "Você não deveria ter feito isso", "Você deveria ter cortado logo", "Será que você não interpretou errado?", "Ele é homem, tem suas necessidades", são julgamentos somente a nós direcionados.

De uns tempos para cá, é que não há mesmo paz para nenhuma de nós. A luta sempre foi incessante por igualdade. Queremos ter o direito de trabalhar, de nos relacionarmos com quem quisermos e até de não nos relacionarmos com quem quer que seja, de praticar o esporte que desejarmos, enfim, de vivermos a vida em sua plenitude como é dado aos homens. Mas sempre que avançamos, surgem vozes a nos infernizar.

Já não basta termos que lidar com as mais variadas seitas religiosas absolutamente voltadas para a supremacia dos homens e o total aniquilamento da mulher como um ser humano. Agora querem a todo custo que o fundamentalismo religioso vire a lei suprema do nosso ordenamento jurídico, espancando o Estado democrático de Direito e a ordem constitucional fundados em 1988.

Se é bem verdade que há algumas mulheres, coitadas, que apoiam o movimento que as rebaixa, mais verdade ainda é que esse movimento é pensado, fundado e arraigado nas mentes de homens medievais, que nos enxergam desde sempre como sub-raça, criaturas apenas existentes para lhes servir como eles bem entendam.

Por isso recebemos menos, já que o nosso sustento deve sempre estar atrelado a um homem - primeiro o pai, depois o marido. Não podemos jamais ter um salário compatível com a necessidade de nos livrarmos do jugo masculino.

Por isso também devemos vestir burcas e vivermos enfurnadas nas nossas casas, já que qualquer homem tem o direito de nos assediar, nos abusar, nos estuprar. Há um conluio para culpar vítimas, ainda que muitas delas sejam estupradas justamente dentro de casa, nem tendo muitas vezes idade suficiente para escolher as próprias roupas.

Há quase uma década passamos a conviver com um movimento reacionário que quer a volta ao passado. Nos EUA, é Donald Trump, que, vendendo Bíblias, jura que quer fazer o país rezar de novo enquanto defende abertamente que mulheres sejam absolutamente impedidas de abortar, direito constitucionalmente garantido desde os anos 1970 e que já caiu em muitos estados americanos porque o agora condenado por comprar o silêncio de uma atriz sobre relação sexual que manteve com ela, além de muitas outras terríveis acusações, fez questão de mudar a composição de uma Corte que garantia o respeito aos direitos constitucionais das pessoas americanas. No Brasil, a personificação deste movimento abjeto, que agora tenta acabar com o aborto legal que aqui é garantido desde 1940, é Jair Bolsonaro, que já disse a uma deputada que não a estuprava porque ela era feia (ou seja, se fosse bonita, no conceito dele, estuprava) e que havia "pintado um clima" com uma menina de 15 anos numa viagem dele.

Quando a gente se livra de uma coisa, surge outra, e simplesmente não há paz. O ataque mais recente às mulheres, depois de muitos atentados de Conselhos de Medicina Brasil afora (como a tortura de fazer com que mulheres que vão abortar legamente tenham que ouvir os batimentos fetais e até ver a imagem do feto), é penalizar o aborto legal cometido por vítimas de estupro com pena maior do que a do estuprador. Vejam, eu disse aborto legal. Legal, permitido pela lei. Se é permitido, não há o que criminalizar. Mas querem criminalizar o que já nos é garantido. Não basta que outros se apoderem dos nossos corpos. Agora querem nos obrigar a conviver com o fruto da violência sob pena de prisão. Para as mulheres restam dois caminhos, além do dano emocional eterno: ser presa por 20 anos e não ser obrigada a conviver com o fruto do estupro sofrido, ou ser obrigada a olhar diariamente para o fruto da violência que lhe esmagou a alma para não ficar numa prisão por 20 anos. O estuprador, se for pego, já que o processo criminal é nova tortura para a vítima, fica só com a metade disso.

Há quase 20 anos, vi a luta de uma mãe, salvo engano no interior da Bahia, para que sua filha de 9-10 anos tivesse o aborto legal executado após sofrer inúmeros estupros dentro de casa e engravidar. Na época, fui obrigada a ouvir um padre (ora, ora, um homem) que mais parecia um demônio ameaçar a menina e a mãe de excomunhão se acabassem com a violência de uma criança gerar outra por ter sido estuprada. O estuprador nunca sofreu tamanha ameaça. Agora, tenho o desgosto de ver o Congresso Nacional, especialmente o Presidente da Câmara dos Deputados (ora, ora, um homem), querer dar nó em pingo d'água para aumentar a tortura a que as mulheres, inclusive crianças, são submetidas. Não basta o estupro, é preciso dilacerar a vítima até que nada mais sobre de sua essência.

Peço desculpas por ter enfatizado o termo "homem". Deveria ter trocado por "macho". Isto porque há homens que nos alcançam pela empatia. De todo jeito, a luta é nossa porque só nós sabemos nos nossos corpos o que tudo isso significa.  

O alerta é para as mulheres. Não há paz numa sociedade estruturalmente machista, e que rapidamente envereda para a misoginia. Não há paz com seitas religiosas que não nos reconhecem como iguais e somente exaltam figuras masculinas, seja na adoração, seja em sua hierarquia. Abram os olhos antes que seja tarde demais.

Se os homens, inclusive machos, não enxergam que não há paz quando um estado é dominado pelo fundamentalismo religioso porque imaginam que serão sempre cultuados e adorados, leiam ou assistam a "O Conto da Aia" (The Handmaid's Tale) de Margaret Atwood, escrito sob o medo do que pregava Ronald Reagan nos EUA e que tão bem se encaixa nos momentos que vivemos. O livro virou série disponível na Prime Video, na Globoplay, na Star+/Disney, e em vários streamings mundo afora.

Se a arte não convence, olhem para o Afeganistão do Talibã de Osama Bin Laden. As mulheres sofrem infinitamente mais, é verdade. Mas homens não passam incólumes. Até porque não cabem todos no topo do poder. 

Lugar de seita religiosa é na igreja e na sua casa. E só.