Para uma pessoa que não é chegada em filmes de comédia rasgada, cheios de clichês e piadas físicas questionáveis, era bastante esperado que eu estivesse com os dois pés atrás para assistir a novíssimo Bottoms, que mal deixou os cinemas e já estreou na Amazon Prime Video.
Bottoms tem tudo dos filmes adolescentes dos anos 80, mas consegue ir além ao contar a estória de duas amigas não populares no último ano do ensino médio nos EUA e que decidem criar um clube de luta na escola para com isso conquistarem garotas.
Todo aquele roteiro rocambolesco de mentiras, comédia física, desajustes está lá, mas o filme consegue se superar ao fazer piada de si mesmo e meter grandes críticas feministas em momentos cruciais ou não. E o melhor de tudo: ele conseguiu me fazer rir de verdade em muitas cenas, algo raríssimo para um gênero que não aprecio.
É preciso ainda destacar que há violência quase extrema neste filme, com sangue espirrando mesmo. Mas até isso é mais um sarro que o filme tira dele mesmo.
São 92 minutos de uma comédia escrachada e crítica muito bem feita e com a dose certa de cada um dos elementos.
E tem mais: vale a pena ver os créditos so filme. Não é todo dia que as pessoas deste planeta são agraciadas com uma obra majoritariamente (mais de 90%) feita por mãos e cabeças de mulheres, desde o roteiro e todo o caminho até a direção. Aliás, uma das atrizes principais, Rachel Sennott, que interpreta PJ, também foi uma das responsáveis pelo roteiro.
Enfim, Bottoms vai muito além do besteirol. Ainda bem.