sexta-feira, 10 de março de 2023

Algumas supresas

Se o filme tem Julianne Moore, eu já coloco na fila para assistir. No caso de Sharper - Uma Vida de Trapaças, nem na fila ele entrou. Eu acessei a Apple TV+ e já dei play na obra.


Temos 1h56 de uma estória bem construída fatiada em pedaços para cada personagem. E a cada pedaço - eles nem sempre estão em ordem cronológica - uma nova faceta vai sendo exibida para que o quebra-cabeças (nem tão difícil assim) seja montado.

As atuações de Julianne Moore e Brianna Middleton dão sustentação à estória, mesmo em seus momentos mais óbvios. Termina que vale a pena conferir os detalhes da estória. 

Longe dos anos 90

Nunca fui fã de That'70s Show que passava na Warner Channel nos anos 90. Não era muito o meu estilo, apesar de gostar dos atores que interpretavam os pais.

Décadas depois, alguém teve a ideia de continuar a série, mas agora com os filhos e filhas dos antigos filhos e filhas. Os antigos pais agora são avós. Só que agora os anos 90 seriam o destaque. Assim estreou em janeiro That'90s Show.


Se você espera anos 90, desista. A série passa muito longe de trazer o clima da saudosa década de minha adolescência de volta. O máximo que ela consegue neste sentido é trazer aquelas antigas risadas de sitcoms de volta. 

Quem era fã da série original também reclamou. Os antigos personagens adolescentes fazem pontas praticamente inexpressivas nela.

A série só não é uma frustração total se você se livrar destas duas amarras - a série original e os anos 90. Aí ela passa a agradar com dramas fofinhos de uma (pré) adolescência longe de celulares, como o fim das férias escolares. Aí a gente consegue se divertir com os sonhos e frustrações tão típicos desta idade, sem muita toxicidade algo atípico para as novas séries do gênero. 

E são apenas 10 episódios com menos de 30 minutos cada e com 2.ª temporada já marcada para estrear na Netflix, uma surpresa ante o comportamento da rede nos últimos tempos.

Manchetes do dia (10/3)

A manchete do bem: 
  • ONG de defesa do consumidor lança nova frente por sistema de transporte inspirado no SUS
As outras: 
  • Nova York contraria regiões conservadoras e expande estudos raciais em escolas
  • Inflação acelera para 0,84% em fevereiro com reajustes de educação
  • Reino Unido busca flexibilizar sistema de vistos devido à falta de mão de obra
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (3/10)

The headline for good: 
  • Biden's $6.8 trillion budget proposes new social programs and higher taxes
The others: 
  • African countries made huge gains in life expectancy. Now that could be erased.
  • White supremacist propaganda soared last year, report finds
  • Man freed after 18 years in prison caused by deceptive photo ID
Good morning.

Source: The New York Times 

quinta-feira, 9 de março de 2023

"Bastante humildade e pezinhos no chão"

O atacante Ítalo Carvalho concedeu entrevista coletiva nesta semana no CT do América.

Preferência
É a posição em que eu me sinto mais à vontade, ali por dentro. Então quanto mais eu puder jogar por ali, para mim é melhor. Apesar de que, na verdade, eu acho que estou conseguindo fazer um bom papel, desempenhar um bom papel, um futebol legal. Mas sem dúvida nenhuma por dentro eu me sinto mais à vontade porque é a minha posição de origem.

Isolado no jogo contra o Iguatu
Eu acho que a gente teve um pouco de dificuldade em relação a isso, mas agora já é passado. A gente tem que focar na frente trabalhar bastante para poder buscar os resultados.

Torneio local
A gente sabe que a gente tem que dar uma resposta positiva o mais rápido possível. Então a gente tem a semana cheia para trabalhar e vamos trabalhar o máximo possível para chegar no domingo a gente fazer um grande jogo e dar essa resposta para a nossa torcida.

Desconfiança e cobrança
É natural. Quando as coisas não acontecem, a pressão vem, ainda mais num clube que tem uma torcida tão grande como a do América. A gente está sujeito a isso, mas a gente também está preparado. Como eu falei, agora é ter bastante humildade e pezinhos no chão para trabalhar muito e tentar recuperar. 

Série C
Como eu falei, é trabalhando muito. A gente tem o estadual ainda, antes da Série C. Então a gente tem que pensar nisso e deixar um pouco a Série C para depois porque a gente sabe que o estadual é muito importante e a gente sabe também que a gente tem plenas condições de conquistar o título. Então a gente vai trabalhar bastante para poder conseguir isso e chegar muito bem na Série C. 

Pedido de reforços
É natural. A gente sabe que, querendo ou não, vão chegar jogadores. Se vierem para nos ajudar, é importante também para qualificar ainda mais o elenco. Então, a gente sabe que isso vai acontecer e com relação a isso a gente tem bastante tranquilidade. Que venham para somar e nos ajudar nos nossos objetivos. 

Manchetes do dia (9/3)

A manchete do bem: 
  • CBF libera campeonatos com times mistos nas categorias de base
As outras: 
  • Monte das Gameleiras, no Rio Grande do Norte, tem ar europeu e frio de montanha
  • Para reduzir desconforto menstrual, time de Marta troca calção branco por preto
  • PF inicia depoimentos de funcionários da Americanas sobre rombo contábil
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (3/9)

The headline for good: 
  • U.S. and Europe angle for new deal to resolve climate spat
The others: 
  • New York raises pay for Uber drivers
  • More Black women run for office, but prospects fade the higher they go
  • Noam Chomsky: The false promise of ChatGPT
Good morning.

Source: The New York Times 

quarta-feira, 8 de março de 2023

A luta da mulher

Há muito tempo, o dia internacional da mulher era dedicado à distribuição de flores e ficava por isso mesmo. Parecia até uma duplicata do dia das mães pelo menos nas ações do comércio e das escolas.

A iniciativa é fofa, mas não deixa de ser uma afronta à memória das que deram a vida lutando por condições pelo menos melhores para as mulheres não só no trabalho, mas na sociedade em geral.

Quando passamos a prestar um pouco mais de atenção nas coisas ao nosso redor, é inevitável o susto com o tratamento que ainda recebemos até da legislação. 

O Código Civil atual, por exemplo, é de 2002. Até ele entrar em vigor, existia dispositivo no anterior que permitia a anulação de um casamento simplesmente por não ser mais a mulher virgem, uma excrescência nunca cobrada dos homens. Foi a Constituição de 88 que impediu que muitas dessas excrescências continuassem a nos diminuir a capacidade para a vida civil.

Mas nem tudo ficou para trás há muito tempo. É deste ano legislação que impede que cirurgias de esterilização feminina só possam ser realizadas se o cônjuge assinar consentimento!!! A quem pertence mesmo o corpo?

Prefiro nem discutir a questão do aborto por aqui porque faltaria espaço para expor tanta aberração.

Quando olhamos para a indústria do entretenimento, a dor aumenta. Filmes de ação, por exemplo, têm uma enorme dificuldade de trazer protagonistas mulheres ou pelo menos personagens mulheres que tenham uma linha de estória desenvolvida. Acabamos sendo aquelas donzelas sempre em perigo ou que estão ali apenas para recompensar o protagonista homem com um beijo no final. Isso se repete em filmes de terror, filmes policiais e até em comédias românticas e, em menor escala, dramas. Dizem até que quase não há diálogos entre personagens mulheres que não acabem girando em torno de interesse nos personagens homens. Ou seja, toda a existência das mulheres na indústria cultural é voltada para os homens. Parece até que não temos outros afazeres nem interesses na vida.

Na hora de decidir os rumos da cidade, do estado e do país, somos maioria na sociedade, mas isso não aparece nos mandatos eletivos. 

Somos comprovadamente melhores motoristas (é só consultar as estatísticas das companhias seguradoras), mas ainda temos que lidar com piadinhas sem graça e sem lógica sobre mulheres no trânsito.

Sofremos mensalmente por anos com as dores da menstruação e passamos longe de termos medo de dentista ou receio de fazermos anualmente um exame preventivo ginecológico super invasivo, mas inventaram por aí que somos o sexo frágil.

Até o método anticoncepcional mais cheio de efeitos colaterais é o que sobrou para as mulheres, nos obrigando a lidar com dores de cabeça e inchaços, só para citar os mais comuns. A pílula dos homens nunca foi para a frente por falta de interesse em expô-los a qualquer tipo de incômodo, afinal, para que existem as mulheres, não é mesmo?

Aliás, a medicina nem consegue nos ver como pacientes com características próprias. O infarto feminino, por exemplo, de sintomas bem diferentes dos que são apontados como caraterísticos de um infarto, só veio a surgir aqui e ali na mídia depois que muitas celebridades que sofreram com ele começaram a fazer campanhas por conta própria para alertar para essa invisibilidade da paciente mulher.

Sobre trabalho, ontem vi uma reportagem na Folha de S.Paulo dando conta de que as mulheres são muito mais escolarizadas do que os homens em SP, mas são eles que detêm os melhores salários. É fácil entender: a visão é sempre de que somente os homens estão preparados para cargos de liderança.  Há um teto de vidro que impede a progressão das mulheres, que é justamente essa visão ridícula de que somos incapazes.

Pior mesmo é ver mulheres reproduzindo comportamentos machistas contra outras mulheres. Há uma desavença entre uma mulher e um homem por um motivo de trabalho ou de negócio, por exemplo? "Ela deve ser apaixonada por ele", respondem. Interessante é que nunca é o homem que insiste na desavença porque é apaixonado por ela...

E se a mulher grita na luta por seus direitos? "É uma louca, chata", apontam. Os mesmos gritos vindos de uma garganta masculina são apenas reflexos de um temperamento forte, de quem luta pelo que quer.

A maior lorota reproduzida é a que tenta estereotipar feministas, numa clara intenção de fazer com que mulheres não lutem por direitos que são dados de mão beijada aos homens e aceitem ser uma maioria encolhida, entorpecida numa incapacidade inventada culturalmente e que nos é empurrada goela abaixo desde que damos nosso primeiro suspiro no mundo. Não fossem as feministas, hoje nem votaríamos, nem estudaríamos, nem trabalharíamos, nem teríamos conta em banco, carro, nem poderíamos dar qualquer passo em nossas vidas sem ter que pedir permissão para algum homem a cuja autoridade estaríamos sujeitas.

Então o dia internacional da mulher é data de felicidade pela constatação do quanto avançamos quando nos unimos, mas é também de tristeza por ver o quanto ainda nos falta para sermos reconhecidas como cidadãs plenas como os homens já são desde sempre. 

Que esta data sirva para que mais e mais mulheres despertem para a realidade que nos é imposta e passem a dar as mãos para que a igualdade entre os gêneros seja efetivada em todos os setores da sociedade. Aí sim teremos um 8 de março de extrema felicidade.

Manchetes do dia (8/3)

A manchete do bem: 
  • 'Pânico 6' abraça o feminismo ao empoderar mulheres e tirá-las do papel de 'garotas finais'
As outras:
  • Cúpula da República teve 1 mulher para cada 16 homens após redemocratização e segue masculina
  • Manifesto de entidades jurídicas pede indicação inédita de ministra negra para o STF
  • Suíça impõe tratamento compulsório a agressores de mulheres
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (3/8)

The headline for good: 
  • Joe Biden: My plan to extend Medicare for another generation
The others: 
  • F.T.C. intensifies investigation of Twitter's privacy practices
  • W.T.A. receives $150 million private equity investment
  • Long Covid patients more likely to have gastrointestinal problems, study finds
Good morning.

Source: The New York Times