Um certo estresse e a decisão de terminar a sexta-feira com uma comédia leve me empurraram para um filme cujo título me enganou completamente. Ainda bem.
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Professor Marston e as Mulheres Maravilhas, com um título desses, tinha tudo para ser uma comédia daquelas bem lesas, algo que normalmente não faz meu estilo, mas que caía bem ao meu propósito já citado. Só que eu recebi um filmaço biográfico contando a história de amor de William Moulton Marston, psicólogo de muitos estudos , inventor do aparelho detector de mentiras e, principalmente, da Mulher Maravilha, sua esposa Elizabeth, também psicóloga atuante nas pesquisas com o marido e advogada, e a companheira de ambos Olive, graduanda em psicologia que também participou das pesquisas e depois escritora, isso tudo lá pelos anos 1930 e 1940.
Não tinha a menor ideia de quem criara a heroína que inspirou e inspira tantas meninas mundo afora e nem como lhe ocorrera tal criação. Embora não me surpreenda que fetiches sexuais sejam a matéria prima para o uniforme e o laço que a Mulher Maravilha usa, a biografia ultrapassa tudo isso com um traço de amor à vida, à liberdade e à igualdade entre homens e mulheres que o filme se desenrola como uma linda história de amor real, palpável, entre William e, particularmente, Elizabeth e Olive. E foram essas mulheres que o levaram a moldar a mais famosa super heroína de todos os tempos, numa luta já feminista pela valorização, ainda que meio por linhas tortas, do papel da mulher na sociedade - papel esse que é viver como ela simplesmente (e livremente) desejar.
O elenco é primoroso, escolhido a dedo para cada um dos papéis, por menor que seja. E o enredo, com uma única falha de plausibilidade numa das cenas iniciais, é muito bem desenvolvido na duração de 1h48 do filme - ponto para a diretora Angela Robinson.
Professor Marston e as Mulheres Maravilhas está disponível para alugar tanto no YouTube como no Google Filmes a partir de módicos R$ 5,90 (R$ 7,90 em alta definição). Vale cada centavo.
