domingo, 1 de maio de 2022

No fundo do poço e além

Não escrevo mais com tanta frequência sobre o América. O desgosto não deixa. Dentre tantos motivos para tamanho desgosto, cito apenas um, para não me alongar mais do que já vou me alongar: É muito mais apego da parte de quem dirige esse clube por empresários de futebol do que por sua própria torcida.

Há anos falo da roda viva de jogadores e, principalmente, de técnicos. No ano passado, por exemplo, demitiram um com 3 rodadas da Série D. Neste ano, um outro foi remanejado para outra função após 2 rodadas da Série D (1 vitória em casa e 1 empate fora).

Neste ano, por sinal, as coisas estão bem piores nesse quesito, já que os dois técnicos removidos assim o foram após resultados que não eram derrotas e quando parecia que as coisas estavam mais ou menos organizadas na direção certa.

Se o problema fosse só esse, até que teríamos mais do mesmo. Mas parece que Souza ficou com saudades dos tempos de Beto Santos e inventou um treinador de currículo sofrível e de conquistas (?) longínquas no tempo.

Mas não é só. O cara deu entrevista falando no rival, exaltou o fato de um jogador de seu time abrir um corte na canela num treinamento e ficou de fora do banco de reservas num jogo do Brasileirão porque até hoje - 30 de abril de 2022 - não havia tomado sequer uma dose de vacina contra Covid (eu, por exemplo, mais nova do que ele, já tomei 3 doses).

Não para por aí. Ele ainda vai ficar de fora de mais partidas porque precisa completar o esquema vacinal, exigência do regulamento da competição da CBF. 

Não surpreende que o time tenha conhecido a primeira derrota na competição e logo dentro de casa. 

Vejam que os dirigentes do América perderam qualquer noção do que seja humilhação/vergonha para uma instituição centenária que já disputou até competição sul-americana. Contrataram um técnico com quase nada a oferecer no futebol atual e do nível que é disputado mesmo na Série D e ainda vão fazer o clube lhe pagar salário para ficar dando pitaco da arquibancada porque nem sua documentação vacinal conferiram.

O desgosto só aumenta. A torcida, coitada, quando não se afasta, fica servindo de massa de manobra, falando por um e por outro, pedindo a cabeça deste ou daquele, na doce ilusão de que os problemas do América são provenientes das decisões nas quatro linhas. 

É inacreditável o buraco em que enfiaram o América e mais inacreditável ainda que se tenha que ver um ídolo do clube agora empenhado em cavar mais esse buraco. E com requintes de crueldade. 

Nunca na vida imaginei marcar outros compromissos bem para o horário do jogo do América, logo eu que saí correndo da missa de minha formatura para ver um jogo de estadual em andamento na época.

É que esse não é mais o América. É só um joguete nas mãos de quem só pensa o futebol-negócio. A paixão, a tradição, essas são massacradas sem a menor cerimônia. Do que resta do clube que amamos e outrora Orgulho do RN, tudo vai sendo transformado numa caricatura sem graça que ofende os brios de quem torce de verdade.

Pior é saber que a vergonha de amanhã sempre tem potencial para superar a desgraça vivida nesta semana. É este o fundo do poço em que jogaram o América e sua apaixonada torcida. E é este fundo do poço que segue sendo cavado. 

sábado, 30 de abril de 2022

Manchetes do dia (30/4)

A manchete do bem: 
  • Ministros do STF reagem em defesa de urnas e Judiciário após ofensiva de Bolsonaro
As outras: 
  • David Uip se recupera de reinfecção por Covid e alerta que 'casos estão aumentando'
  • Vacinas contra Covid começam a ser vendidas a clínicas privadas em maio no Brasil
  • McPicanha sem picanha voltará ao cardápio com novo nome
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (4/30)

The headline for good: 
  • Amid hardening Western resolve, signs of Russia's stalling in Eastern Ukraine
The others: 
  • Governments tighten grip on global food stocks, sending prices higher
  • Wall Street is battered by rising fear about the economy
  • Working 9 to 2, and again after dinner
Good morning.

Source: The New York Times

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Manchetes do dia (29/4)

A manchete do bem: 
  • Ex-sem terra que deu aula a Ciro Nogueira é a 1.ª mulher a governar PI e promete focar pobres
As outras: 
  • Aposentados por invalidez do iNSS conseguem benefício integral na Justiça
  • Elon Musk vende US$ 4 bi em ações da Tesla, diz agência
  • Internações e óbitos por Covid-19 voltam a subir em São Paulo
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (4/29)

The headline for good: 
  • In films and on TV, a new openness to natural Black hairstyles
The others: 
  • The revolt of the college-educated working class
  • Inside Twitter, fears Musk will return platform to its early troubles
  • What does the N.W.S.L. want to be? 
Good morning.

Source: The New York Times

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Chegou

O mais novo técnico do América, Edson Vieira, foi apresentado hoje ao elenco de futebol profissional.

É o terceiro desta temporada.


(Imagens: Edmário Oliveira)

Reforço

Primeiro nome a ser confirmado pelo América após anúncio do novo técnico foi o do atacante Cristiano, de 34 anos, que estava no São Bento-SP. 



Manchetes do dia (28/4)

A manchete do bem: 
  • Homicídios seguem em queda no RJ e têm menor número em 31 anos
As outras: 
  • Crianças pobres têm até três vezes mais risco de morrer antes dos 6 anos
  • Superexploração do solo ameaça sobrevivência humana e de outras espécies, diz ONU
  • Brasil lidera derrubada de florestas tropicais no mundo, aponta Global Forest Watch
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (4/28)

The headline for good: 
  • At Madeleine Albright's service, a reminder of the fight for freedom
The others: 
  • A woman's hauting disappearance sparks outrage in Mexico over gender violence
  • With 'Roar', the creators of 'GLOW' got extra personal. And weird.
  • Meta, Facebook's parent, reports a 21 percent drop in profits.
Good morning.

Source: The New York Times

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Lonjura e fundura

Não sei vocês, mas quando criança, não existia esse negócio de distância e, principalmente, profundidade para mim. Eu falava mesmo era em lonjura e fundura. 

Vivia nas piscinas dos clubes daqui. Como não sabia nadar, queria logo saber qual era a fundura de cada uma porque só ia onde dava pé. Terminei aprendendo a nadar sozinha, com a cara e a coragem e as dicas de um colega de Aero Clube ("Tente nadar cachorrinho!", dizia ele) que sonhava em me ver soltar a escada da piscina funda. Deu certo porque a pouca idade era inversamente proporcional à minha coragem. Sigo assim, o que significa que, a cada década passada, a coragem foi diminuindo. 

O danado é que o passar da idade parece que também faz a gente ficar mais besta. Assim, lonjura e fundura viraram distância e profundidade. 

No Estúdio CBN de hoje um ouvinte questionou se as palavras de outrora estão corretas ou pertencem a algum tipo de regionalismo. O professor Pasquale afirmou que elas são corretas sim, estando em dicionários brasileiros e lusitanos, sendo registrado o primeiro uso de ambas nos séculos 15 (lonjura) e 16 (fundura). 

Na minha inocência de criança, eu usava o português certinho, que identifica lonjura com longe e fundura com fundo(a). O uso foi caindo e agora elas parecem coisas regionais. Mas não são muito mais lógicas? Ora, ganham até em número de letras e sílabas de suas frias substitutas. 

O pessoal que vive querendo voltar ao passado das piores formas possíveis bem que podia se engajar em trazer essas belezuras de volta para o nosso falar. Afinal, na língua portuguesa simplicidade sempre foi sinal de luxo. Pois que lonjura e fundura estejam de novo entre nós!