A Sentinela, da Netflix, tinha a intenção de ser um filme de ação. Ele até é depois da metade da estória. Mas ele é uma mistura grande. No entanto, na vera mesmo, ele é um filme francês, com a queda por exageros de sexo sem nexo e violência gratuita.
De início, é feita uma bela construção da personagem principal, com a paciência de construir detalhes com muitas cenas sem diálogo. Ou seja, um drama perfeito.
Ao atingirmos mais ou menos a metade do tempo, passamos a ter um filme de ação com detalhes não críveis, como uma mansão sem segurança adequada, além de violência explicitamente gratuita, como uma faca - alerta de descrição pertubadora no restante da frase - que atravessa um maxilar de baixo para cima e fica visível com a boca da vítima aberta.
É super chato quando um diretor tem uma estória boa nas mãos e prefere tomar o rumo mais cafajeste possível para contá-la. Foi isso que aconteceu com A Sentinela com suas cenas de sexo e de violência praticamente retiradas de filmes de terror trash, categoria B.
Por ser um filme curto, com apenas 1h20, até que não chega a ser um desperdício de tempo, especialmente por mostrar de perto o drama de quem sofre de estresse pós-traumático, como tão comum para as pessoas que passam por um cenário de guerra. Há também cenários agradáveis, como é de ser sempre que a França, especialmente Paris, aparece na tela. Mas os detalhes relatados me impedem de afirmar que gostei.