Eu demorei para começar a assistir a Expresso do Amanhã (Snowpiercer, no original) na Netflix. Ciente das cenas de violência numa série de censura 18 anos, eu sempre preciso de um tempo para me preparar para o que vou ver.
Valeu o tempo de preparação e a decisão de apertar play. A estória de sobreviventes de uma Terra de clima devastado (-119ºC) que precisam conviver num trem de 1.001 vagões que não pode parar jamais que tem um proprietário/construtor que mais parece uma espécie de mito, figura religiosa para os passageiros/habitantes é absolutamente envolvente.
Tudo começa com a necessidade de investigação de uma série de crimes a bordo para a qual um detetive do fundão (a classe dos excluídos que conseguiram embarcar a força na última alternativa de vida da humanidade e que ficam mesmo no último vagão do Snowpiercer (na língua inglesa, o trem é tratado no feminino, sendo na verdade A Snowpiercer).
A partir daí, uma coisa vai puxando a outra e eu só não maratonei tudo de uma vez porque a temática é estressante e quem tem cefaleia tensional não pode se dar ao luxo de elevar o estresse dessa forma.
Os conflitos todos são interessantíssimos de se observar, inclusive filosoficamente falando.
A primeira temporada tem 10 episódios e a segunda tem seus episódios lançados a conta-gotas, a cada terça-feira.
As atuações são de ótimo nível, com destaque para todas as atrizes, em especial a principal, Jennifer Connelly, que transborda cada sentimento sem nem precisar abrir a boca.
Vale dizer que a inspiração vem de um livro e que já houve filme com a mesma intenção, ambos desconhecidos para mim, mas a série é muito boa.
Censura 18 anos sempre merece destaque para as cenas mais explícitas, tanto de sexo como de violência, mas a violência aqui é brutal, com sangue e pedaços de corpos espirrando (ou inundando) praticamente todos os episódios, um desafio extra para pessoas mais sensíveis como eu, mas a estória vale essa superação.