Muita gente reclamou da escalação inicial do técnico Paulinho Kobayashi, mas nada poderia ser mais certo. Ora, contra o Salgueiro, o Orgulho do RN fez seu melhor 1.° tempo na competição e deveria ter feito 3x1 naquele momento se houvesse aproveitado as chances claras que criou.
Contra o Afogados, o 1.° tempo nem foi assim tão primoroso (segue a tal falta de intensidade), mas ter dois laterais em campo equilibra bem as coisas.
No 2.° tempo, finalmente o América transformou seu domínio em gol. Aliás, gols. Acertaram os cruzamentos. No primeiro, Romarinho tirou da pequena área (cansamos de ver goleiros adversários sendo aquecidos o jogo inteiro) e encontrou a quase sempre certeira cabeçada de Wallace Pernambucano. Sim, ele mesmo. Enfim, recebeu um cruzamento decente e não desperdiçou.
Pouco depois, foi a vez de Wallace Pernambucano tirar da pequena área para Rondinelly abafar de joelho para o gol. 2x0 refletindo a mais absoluta autoridade de quem domina o jogo há algumas partidas e já merecia melhor sorte.
Aí o 10 do Afogados tascou uma bola no chão, levou o 2.° amarelo e foi expulso. Com mais tranquilidade ainda e um novo jeito de jogar, mais veloz, puxando contra-ataques, Paulinho fez várias mexidas neste sentido. Já havia tirado Augusto para a entrada de Dico. Saíram também Wallace Pernambucano, Felipe Guedes, Anderson Paraíba, Everton Silva. Everton Silva? Vixe, de novo sem lateral direito? Não. Dessa vez, havia André Krobel, que adorou a ofensividade e fez até gol.
Também entraram Wallace Rato (na sua, de volante), Matheus Bambu, Dione.
O América seguiu sem aquela intensidade imaginada, mas ficou ainda mais à vontade no ataque. Só que aquela democrática falha defensiva em bolas alçadas na área voltou a aparecer. A dormida da vez ficou com o zagueiro Edimar.
Isso não apaga o bom resultado. Até durante a partida Josivan me perguntou no Twitter se eu estava gostando. O América é o mesmo dos jogos anteriores, com o diferente equilíbrio de ter dois laterais o jogo inteiro e de ter acertado os cruzamentos, ainda que os acertos não tenham vindo dos laterais, como apontei nos dois primeiros gols. As peças que mais gritantemente faltavam (laterais direitos) deram as caras contra o Afogados e isso fez toda a diferença. O América deixou de ser um time "penso" pela esquerda e assim conseguiu envolver melhor seu adversário. Junte-se a isso que os gols saíram e a festa fica completa.
Como também já dizia antes, a tendência é que, com tempo, o trabalho de Paulinho comece a produzir bons frutos, exatamente como vimos hoje.
Há muito espaço para o América crescer na competição. Precisa melhorar a atenção defensiva principalmente em cobranças de falta. A confiança vai chegar. E que essa vitória seja a primeira de muitas.