segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A mão que afaga...

... é a mesma que apedreja. Lembram de todas as loas a Caio Max e à esdrúxula decisão da comissão de arbitragem de repetir sua escalação no clássico que decidiria o 2.° turno? Caio Max hoje caiu em desgraça na imprensa do RN.

Falta de aviso é que não foi. Não se repete arbitragem em jogos em sequência da mesma equipe. Agora imagine de duas equipes e ainda mais um clássico.

Caio Max também teve que "correr" do fim de Atlético-GO 1x1 Grêmio, ontem por volta das 21h em Goiânia, para o início da decisão de hoje às 16h em Natal. Menos de 24h entre uma atuação e outra. E já vai voltar para Goiânia para apitar na quarta.

O pessoal que elogiou toda essa falta de bom senso da comissão de arbitragem não teve a menor pena na hora de criticar a atuação de Caio Max, exatamente como eu havia alertado aqui neste blog.

Alertei que era de uma crueldade impressionante com Caio Max, para dizer o mínimo. Falta de aviso é que não foi.

Lições urgentes

Já são 4 temporadas do América na Série D e eu espero sinceramente que a deste esquisito 2020 seja a última, mas por um bom motivo: o acesso para a Série C.

Porém, não posso deixar passar o fato de que nestes 4 anos vivemos a repetição de um padrão contra o qual eu me insurjo há muito tempo: o engasgo com o estadual da FNF.

Com raras exceções, estaduais Brasil afora não contribuem tecnicamente com coisa alguma para os outros campeonatos de muito maior nível. Pelo contrário, afundam clubes, elencos e treinadores numa roda viva que cobra sua conta tanto tecnicamente, quanto taticamente, e, por óbvio, financeiramente.

O América não conseguiu ainda romper com essa roda viva. Entra ano e sai ano e o clube tem de 2 a 3 treinadores numa competição falida e absolutamente desinteressante, desperdiçando um tempo valioso para montar um jeito de jogar e equilibrar seu elenco por tropeços em clássicos contra o seu maior rival. 

Só na troca de Waguinho Dias, atual campeão da Série D, por Roberto Fernandes, campeão estadual em 2012 e 2015, mais de 20 jogadores foram contratados. Não há entrosamento que chegue desse jeito.

Imagino que a cota de contratações esteja esgotada para Paulinho Kobayashi, pelo menos de início. Ele também vai começar a única competição que de fato resta no ano já tendo uma partida oficial antes, algo que ameniza o baque. 

Sobre Paulinho, o time já foi outro na construção das jogadas, o que aumenta a esperança de um destino diferente das temporadas anteriores, quando todos os técnicos só queriam mesmo saber de retranca e contra-ataque, algo que não costuma funcionar com adversários sem a menor obrigação de vencer. 

Só que o tal estadual, prioridade para um calendário melhor, não veio. E não veio porque o América afundou-se na D e o Globo já rondou a C, o que lhe deu uma melhor posição no ranking 2020. Afinal ABC perder para América e América perder para ABC são coisas normais de uma rivalidade centenária.

Logo, o América precisar tirar lições urgentes da decepção de um calendário menos atrativo em 2021, pela ausência da Copa do Nordeste. Estadual é prejuízo sempre, ganhando ou perdendo, e a única prioridade possível é subir de divisão. Seja em 2020, em 2021, em 2022... Esteja na D, na C, na B, na A (sim, permanecer numa B, por exemplo, é como subir da C todo ano; vale mais até, segundo o ranking da CBF).

Portanto, o foco, não só agora, tem que ser no Campeonato Brasileiro. E que Kobayashi, que conhece bem esse caminho, inclusive com a camisa do América, consiga tornar essa verdade mais clara para todo mundo.

Deu o esperado

ABC foi campeão estadual de 2020. Nem há o que discutir: o time de Diá não sofreu uma única derrota em todo o campeonato.

Sobre o jogo em si, o empate foi injusto. O América foi o time que quis vencer do início ao fim, exatamente o contrário do ABC, que não deu um único chute a gol no 1.° tempo e seu único gol chegou numa falta inexistente no 2.° tempo. Fora isso, só me lembro de uma defesa de Ewerton

Sobre a arbitragem, eu prefiro nem comentar. A ideia de colocar um árbitro para trabalhar duas vezes em menos de 24 horas talvez explique o pênalti que Caio Max não viu num lance absurdamente claro cometido por Richardson ao meter a mão na bola, o que revoltou reservas e comissão técnica do América. O título do ABC pelo menos nos salvou da situação vergonhosa de termos um mesmo árbitro apitando 4 jogos na sequência entre as mesmas equipes.

Sobre a transmissão, acabou a tortura. Mas não sem piada: a FNF publicou no Twitter que tinha uma equipe monitorando a transmissão e ela transcorria normalmente...

Sobre o pênalti perdido, não dá para um jogador profissional fazer uma cobrança totalmente fora do gol como aquela. Ali estava a chance do América ter um calendário melhor em 2021 e ela voou para fora da meta.

Restam os louros ao ABC. Para o América, é hora de lamber as feridas. Para ambos agora, a Série D é logo ali. 

Maratona

A falta de bom senso na repetição de Caio Max em dois clássicos seguidos ultrapassou a questão de um árbitro apitar dois jogos em sequência da(s) mesma(s) equipe(s). A questão de intervalo de trabalho/viagem para descanso também foi atingida.

Caio Max foi o árbitro de vídeo do jogo Atlético-GO 1x1 Grêmio realizado ontem em Goiânia, com início registrado para 19h do domingo.

Independência ou morte

Há quase 200 anos um português, muito influenciado principalmente por uma austríaca, declarava o Brasil uma nação independente de qualquer outra. 

Era 7 de setembro de 1822, o Brasil era colônia de Portugal, já alçada a uma espécie de Reino Unido, e contava com o princípe regente Pedro como seu governante representante de Portugal, ele casado com a inteligentíssima Maria Leopoldina, da família real da Áustria. Aliás, foi Maria Leopoldina mesmo que decretou/assinou formalmente a independência do Brasil.

A Pedro coube pronunciar a frase, cujo final ficou imortalizado como mote, em meio a uma luta pessoal contra uma diarréia, ou desconfortos gástricos, e cercado de mulas, (para maiores detalhes, conferir o excelente resumo em slides da Folha de S.Paulo) como registrado à época: "Viva a Independência, a liberdade e a separação do Brasil! Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será Independência ou Morte!".

O Brasil nasceu já com uma dívida externa assombrosa - 2 milhões de libras esterlinas - como espécie de indenização a Portugal pelo reconhecimento de nossa independência, um verdadeiro absurdo.

Pedro virou Pedro I, imperador do Brasil, e compôs com Evaristo da Veiga um belíssimo hino, cuja leitura ou execução deveria ser imposta ao atual presidente do Brasil, que andou oferecendo aos EUA a exploração da Amazônia, conforme vídeo de evento capturado e exibido em documentário recém lançado.

Já podeis, da Pátria filhos
Ver contente a mãe gentil
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a Pátria livre 
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a Pátria livre 
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a Pátria livre 
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Parabéns oh Brasileiros,
Já com garbo varonil
Do universo entre as Nações
Resplandece a do Brasil
Do universo entre as Nações
Do universo entre as Nações
Resplandece a do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a Pátria livre 
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Manchetes do dia (7/9)

A manchete do bem: Curva de óbitos não indica segunda onda na maioria dos países.

As outras: Disputa por recursos acirra embate entre militares e civis no governo, Empresários reduzem escritórios e investem em espaços de reuniões e Políticas de uso medicinal puxam avanço da maconha nas Américas e Caribe.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (9/7)

The headline for good: With some schools moving outdoors, retailers follow.

The others: How the Circle Drive-in 'found its niche' in the pandemic, New York will test the dead more often for coronavirus and flu, and  Novak Djokovic out of U.S. Open after accidental hit of line judge.

Good morning.

Source: The New York Times

domingo, 6 de setembro de 2020

4 seguidas

Pelo posicionamento do presidente da comissão de arbitragem da FNF relatado na Tribuna do Norte de hoje, na improvável situação de o América conquistar o 2.° turno amanhã, o futebol do RN vai partir para a escalação de um mesmo árbitro não apenas em 2 partidas seguidas envolvendo as mesmas equipes, mas em 4 partidas.

A depender do resultado de amanhã, além de providenciar sua entrada no quadro da Fifa, Caio Max já pode procurar também o registro da situação no Guinness Book of Records.

Podcast: Mais que resultado

O que vale a final do 2.º turno. 




Listen to "Mais que resultado - Só Futebol? Não! com Raissa" on Spreaker.

Manchetes do dia (6/9)

A manchete do bem: No pós-pandemia, Lisboa constrói ciclovias e dá até 500 euros para compra de bicicletas.

As outras: Atas idênticas levantam suspeita de simulação de partidos na divisão do fundo eleitoral, Formato on-line traz chance de festivais de cinema serem mais ousados e independentes e Grandes meias deste século agora pensam o jogo como técnicos.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo