Potiguar 0x6 América começou e eu não tenho nem como dizer o que rolou nos primeiros 10 minutos de jogo porque a transmissão não funcionou nesse intervalo de tempo.
Do momento em que a transmissão funcionou até sair o primeiro gol, parecia haver um certo desencontro entre Lelê, Elias, Augusto e Wallace Pernambucano. As coisas foram se encaixando com Elias na esquerda, saindo um pouquinho mais de trás e chegando à linha de fundo, e Augusto mais à direita de Wallace Pernambucano.
Ressalte-se que o passar do tempo começou a pesar contra o Potiguar, estreando na retomada, e a favor do América, que jogou pela 2.ª vez nesta semana.
A melhor notícia do jogo para mim foi André Krobel voltando a frequentar a linha de fundo. E foi dele o cruzamento que passou de Wallace Pernambucano, que acabou levando consigo a marcação, e sobrou para o pé certeiro de Lelê no meio da área.
Ou seja, o time do América hoje descobriu de novo que há vida na linha de fundo de um lado e do outro, com Elias e Krobel, e construiu sua vitória com a mais absoluta tranquilidade.
Tanto que, logo na sequência, um levantamento de Lelê pela direita, na diagonal, encontrou a indecisão do goleiro Ferreira e de um companheiro de time (não vi quem era, mas foi ele que iludiu o goleiro e terminou não alcançando a bola) e a quase sempre certeira cabeçada de Wallace Pernambucano para definir o placar do 1.° tempo: 2x0.
No 2.° tempo, o ímpeto do América de atacar aumentou desde o apito de retomada de Pablo Ramon. E logo aos 4 minutos, Elias cruzou, Augusto tentou, mas a bola sobrou no pé de Wallace Pernambucano para assumir a artilharia do América no estadual. O estilo de Wallace é esse: bola no pé e bola na cabeça (colocar para correr fica para seus outros companheiros de ataque, viu, Elias?)
5 minutos depois, Augusto recebeu de Lelê para marcar seu 2.° gol com a camisa do América.
3 minutos depois, Augusto de novo, de barriga, completou uma cabeçada de Alisson Brand para o gol.
A essa altura, com gol saindo a cada 3-5 minutos, a sensação era de que o América iria fazer bem uns 8x0. Só que o ritmo do Mecão foi caindo pelo cômodo placar e, claro, também por um certo cansaço, tanto pelo gramado (?) irregular como pela ainda ausente dosagem adequada de ritmo de jogo.
Com isso, o Potiguar até tentou se aventurar no ataque. Eu cheguei a temer algum lance bobo de Ewerton pela absoluta falta do que fazer em campo. Nada. Ewerton nem deve ter suado a camisa.
Entraram Leandro Melo (no lugar de Felipe Guedes, que esteve muito bem em campo, mas eu gostaria de vê-lo um pouquinho mais à frente), Carlos Renato (Lelê), Rômulo (Wallace Pernambucano), Thiaguinho (Augusto) e Marcelo (Edimar).
Rômulo fez bom pivô em alguns lances e até chutou a gol para boa defesa de Ferreira. Carlos Renato passou a jogar na esquerda, à frente de Michael, deslocando Elias mais para o centro mesmo. Um tanto cansado, Elias já não apresentava o mesmo desempenho, mais ainda assim chutou forte para Ferreira presentear Carlos Renato com o 6.° gol já nos acréscimos da partida.
Thiaguinho foi o pior a entrar. Nada mostrou, mas estreia às vezes tem disso.
Além do resultado em si, gostei muito do fato do América voltar a jogar pelas pontas, com cruzamentos da linha de fundo. Torcer para que isso se mantenha com certa regularidade no restante da temporada.
Também destaco as atuações de Felipe Guedes, Wallace Rato (mil fôlegos, viu?) e Elias, que cresce a cada jogo. Apesar da repetição de um certo desencaixe de Lelê, a impressão é de que ele e Elias juntos em campo puxam o rendimento um do outro.
Mais uma vez o América vence e assume a liderança do 2.° turno, só que dessa vez jogando ainda mais pressão para o rival ABC pelo resultado alcançado no gramado nada fácil do Nogueirão, onde o próprio ABC ainda joga antes do clássico. Só que nesta rodada ele entra em campo apenas na segunda-feira, no Frasqueirão, contra o ASSU. Será que vai retomar a liderança com goleada novamente?
De todo jeito, o América garantiu sua vaga na final do turno e segue com a faca nos dentes em busca do melhor calendário possível para a temporada 2021.
Já o campeonato estadual vai mesmo ficando um baile exclusivo para os rivais centenários. São os clássicos que vão definir o destino dos dois, com essas rodadas anteriores pintando de mero aquecimento, o que não deixa de ser uma nota triste ante o nivelamento por baixo do futebol norte-rio-grandense.