Fortaleza 3x1 América marcou o encerramento da participação do Orgulho do RN na Copa do Nordeste 2020.
O resultado foi até bom. Pelo que vi no coletivo do América e em dois jogos do Fortaleza, eu temi algo muito pior. O golaço de Romarinho, do América, por exemplo, deu esperança de um destino melhor.
Mas foi só o gol de Romarinho mesmo. O América de Roberto Fernandes optou por se posicionar praticamente de sua intermediária para trás, esperando um erro do Fortaleza e tentando impedir sua velocidade.
A estratégia em parte surtiu efeito. Talvez por ter um jogo decisivo no sábado, os jogadores do Fortaleza pareciam não muito dispostos a imprimir velocidade no 1.° tempo, acomodando-se com a posse de bola e com o posicionamento recuado do América. Isso facilitou a vida do Mecão.
Só que aquele velho problema da saída de bola no time americano, exarcebado contra um adversário que nem queria suar tanto, deu as caras. É irritante ver, por exemplo, Edmar substituir Geninho nas ligações diretas exageradas e muitas vezes ineficientes. A bola ia e voltava, ia e voltava, ia e voltava...
De vez em quando, era Edson quem se lançava ao meio de campo para tentar resolver a parada.
Ninguém emendava aqueles toques de quando um time sofre pressão e sabe sair dela, deixando a marcação no estilo bobinho.
Na frente, dois jogadores que preferem velocidade jogando de costas também não colaboravam muito.
Mas de tudo que achei ruim foi a atuação de André Krobel a mais preocupante. Ele era bom ofensivamente no início da temporada. No jogo de hoje dificilmente passou da linha do meio de campo. Sua melhor função ficou a cargo de Wallace Rato.
Preso lá atrás, Krobel embrenhou-se em faltas muitas, tanto as que foram marcadas, como as que não foram vistas pela árbitra do jogo, estas últimas quase todas para cartão amarelo. Parecia empenhado em ser expulso e escapou disso inúmeras vezes. No 2.° tempo, talvez por cansaço, manter um posicionamento correto e até proteger a bola pareciam tarefas dificílimas.
O lado esquerdo pelo menos teve alguns bons lampejos com Michael, Romarinho e César Sampaio, algo visto no 2.° tempo do coletivo transmitido, só que com Renan Luís. Numa jogada com os três em que Michael foi abafado, Romarinho marcou o golaço já citado, verdadeira pintura!
Sobre César Sampaio, é imoral falar de um jogador como ele. Parado muito tempo por lesão, foi mais uma vez o nome do jogo. Marcou, correu, driblou, iluminou. Nem parece um volante. Até o chute para o gol lembra o de um atacante que já marcou época por aqui.
Vitor Paiva também fez defesas inspiradas, o que só corrobora que o resultado ficou de bom tamanho, apesar de um pênalti absolutamente inexistente que só a árbitra e o narrador da Live FC viram de Edmar em Osvaldo.
Ainda entraram no jogo Felipe Cordeiro, Leandro Melo, Wallace Pernambucano, Beto e Rogerinho, que esteve muito abaixo do que mostrou no coletivo.
Enfim, resultado bom por tudo que se esperava do desnível das equipes, mas um desempenho coletivamente ruim do América, com poucos brilhos individuais.
É esperar que haja uma efetiva evolução, especialmente quanto à saída de bola, na próxima partida oficial do América, seja ela qual for neste calendário incerto, porque daqui para a frente nenhuma delas será apenas para cumprir tabela como a de hoje. Pelo contrário, são todas no estilo faca nos dentes.