O suspense psicológico está quase sempre presente nos 10 episódios da série Gypsy, da Netflix. Mas 10 episódios de mais ou menos 50 minutos cada terminaram dando origem a muitas cenas desnecessárias e até nonsense na série. Um bom filme de 2 horas faria muito mais sentido e louvor ao bom trabalho dos envolvidos.
Jean Holloway é uma terapeuta que simplesmente não respeita qualquer ética profissional e se envolve na vida de seus pacientes de forma a manipulá-los. Como não sou da área, não arrisco um diagnóstico, mas ela gosta de viver uma vida dupla, tripla, quádrupla... Trocando de identidade como uma cigana troca de lugar.
Como citei no começo, a obrigação dos 10 episódios levou a série a ficar lentíssima e cheia de coisas absolutamente desnecessárias ao desenrolar do enredo. É preciso ser muito persistente para chegar ao último episódio, esse sim feito no ritmo certo e com cada coisa no seu lugar, o que termina sendo uma recompensa a quem aguentou o tranco nos 9 episódios anteriores.
Algo que pode ter ajudado no ritmo irritantemente lento da série é o fato de que a cada 2 episódios o(a) diretor(a) era trocado(a). Uma linha só de raciocínio poderia ter identificado o desperdício de tantos episódios para a estória.
Se gosta do estilo, assista o quanto aguentar e depois pule para o último episódio. Faz mais sentido, ainda que alguns detalhes importantes fiquem pelo caminho.
Ah, e Naomi Watts nos presenteia com uma atuação simplesmente sensacional.