O América de Waguinho Dias me mostrou uma ótima cara para um primeiro amistoso de pré-temporada. Veloz, insinuante, leve nas pontas, com cobranças perigosas de falta e de escanteio e com bola tocada de pé em pé.
Não deixei de gostar de jogador algum. Talvez tenha gostado menos do que esperava de Renan Luís e Tiago Orobó. Leandro Melo ainda pedindo um melhor ritmo de jogo em algumas faltas violentas e desnecessárias. Mas todo mundo teve uma atuação pelo menos acima do regular.
Alguns chamaram muito a minha atenção. Dione infernizou a defesa do Campinense aparecendo em todos os cantos do campo. Tanto que marcou um gol de cabeça pela direita e num contra-ataque em seguida quase marcou num chute transversal pela esquerda.
André Krobel - vamos chamar só pelo prenome mesmo, né? - mostrou muita habilidade até quando pressionado. É o homem das cobranças de falta. Tem bom porte, o que é um achado para um lateral.
Outro que me surpreendeu foi o zagueiro Nilo, que parecia muito bem entrosado com Adriano Alves e Leandro Melo. Esteve bem em todas as coberturas. E olha que o time do Campinense é chegado num contra-ataque veloz e assim serviu de excelente teste para a defesa como um todo, inclusive goleiros.
Aliás, o Campinense pressionou muito a saída de bola americana, mas nada de chutão para cima como desafogo. Os toques seguiam com ainda mais velocidade para dar escape ao time pelos lados do campo. Em alguns momentos, o time de Waguinho parecia super entrosado, mesmo a gente sabendo que alguns jogadores chegaram a poucos dias, como Leandro Melo. Isso demonstra a disciplina tática.
Claro que em outros momentos tivemos passes para ninguém, chutes descalibrados, e falta de ritmo pesando para uns atletas mais do que para outros. Mas o nível do amistoso, independente do placar, foi muito bom e eu já estaria satisfeita com uma estreia no mesmo nível.
Sobre o gol sofrido, um lance de sorte/azar. O vento se encarregou de levar o fim da parábola descrita pela bola cortada por Adriano Alves para o ângulo do gol defendido por Ewerton.
Ah, e se neste ano ter um atacante com faro de gol revelou-se dificílimo, 2020 promete. Wallace Pernambucano, ainda fora de forma, fez muito bem o pivô e quase abriu o placar com um bola cabeceada com muito perigo por cima da trave. Foi substituído por Felipe Augusto, que muita gente criticou pelo desempenho no jogo-treino. Só que ele mostrou logo de cara que não estava ali para brincadeira e arrancou aplausos em seu primeiro lance, ao partir para cima do zagueiro adversário e tomar-lhe a bola. No lance seguinte, tomou a frente da defesa numa cobrança de falta e definiu o placar a favor do Mecão. Ainda deu uns arranques que entusiasmaram a torcida.
Enfim, gostei muito mesmo do que vi. Foi o melhor 1.° amistoso de pré-temporada dos últimos tempos que eu presenciei. No próximo sábado, teremos o último amistoso e daqui a 14 dias (será?), a estreia no estadual. Que a evolução continue!
P.S.: eu não gostaria de ver como padrão o América atuando com Leandro Melo e César Sampaio ao mesmo tempo. Talvez como algo esporádico. O empenho de Daniel Costa na retomada de bola, por exemplo, pode indicar que eu estou certa no palpite. Mas é um palpite baseado num único jogo e, mesmo assim, ressalto que o América foi satisfatoriamente ofensivo.
P.S.2: Sobre a Arena América, ainda há muito o que melhorar na estrutura para a imprensa. Em alguns momentos, foi um verdadeiro desafio seguir observando o que acontecia em campo com o forte vento ameaçando levar tudo pelos ares. Com muito empenho de todos, o problema foi de certa forma contornado. Certamente isso será solucionado para a estreia no estadual.