Quem mandou um texto para o Só Futebol? Não! expressando seu sentimento de torcedor foi o americano Jefferson Honorato, autônomo. A colaboração exatamente como recebida segue abaixo.
O América e seu maior adversário
Por Jefferson Honorato
Dizem que em terra de egos inflados todos são reis. A vaidade é sedutora, inebriante, enganadora e segue fazendo vítimas, que entorpecidas colocam as suas convicções à frente de instituições, sociedades, civilizações e impérios, como a história nos mostra.
Como torcedor, sempre ouvi que nenhum jogador está acima do clube, frase batida, repetida aos microfones sempre que algum atleta não chega a um acordo com o clube, seja por não concordarem na questão salarial ou por problemas de outra ordem, mas é certo que sempre que o acerto está longe, lá vem a velha frase para acalmar a torcida, que no embate entre ter o jogador versus o melhor para o clube, se contenta com a segunda opção.
Mas, e se o ego, a vaidade forem oriundas das pessoas que, não da forma mais democrática, comandam o futuro do clube, o que fazer? A velha máxima do “ Ninguém está acima do clube” não prevalece? A torcida, que é o maior patrimônio de um clube, não deve ser ouvida?
Bem, parece que não, pelo menos em um clube tradicional da cidade de Natal: nem o fato de estar no fundo do poço, na última divisão do campeonato brasileiro não é motivo suficiente para uma reflexão por parte de quem comanda ( a muito tempo, de uma forma ou outra) o glorioso América futebol clube e de uma forma democrática, pelo menos ouvir a torcida tão castigada por administrações amadoras, no total sentido da palavra, que resultaram na queda e por 4 anos, pelo menos, sofrer vendo o time nesse martírio que é a série D.
Devemos reconhecer, ( e que não paire nenhuma dúvida sobre isto ) a luta pela construção de um sonho, a partir do zero, sem nenhuma forma de ajuda, a não ser da torcida, requer um esforço tão gigantesco quanto a conquista do Nordeste ou a ascensão à série A do campeonato brasileiro. Porém o tal sonhado estádio alvi rubro se tornou combustível ,uma espécie de bomba de ar para o já inflado ego do “cardeais” da Rodrigues Alves. A antecipação e inauguração, do que hoje é apenas uma parte, e a auto homenagem em dar o nome ao estádio, dão o tom a quanto anda a inflacionada a vaidade pela aquelas bandas.
Para nós, simples torcedores , reles mortais vivendo no anonimato das arquibancadas, nos resta torcer. Assim como torcemos para que a bola atingida pelos potentes chutes do cabo Gito encontrassem as redes, assim como torcemos e vibramos com os dribles de Souza, entortando os zagueiros adversários. torcemos.