Na coletiva da convocação, a técnica Pia Sundhage sobre seus planos para a seleção brasileira de futebol. Vamos aos principais trechos.
Marta
Vou à Flórida para assistir aos treinos e jogos do Orlando Pride, conversar com o treinador Marc Skinner e com a Marta, pois ela é fundamental. Não foi eleita a melhor do mundo tantas vezes por acaso. Vamos cuidar para estar em grande fase na Olimpíada de Tóquio. Ela tem o coração vencedor e faz parte dos nossos planos nesse trabalho com a seleção brasileira.
Juventude e experiência
Nós temos viajado e conversado com muitas pessoas. No futuro, teremos uma mescla ainda maior, mas, neste primeiro momento, quero dar às jogadoras um novo início. Não importa se você tem história na seleção ou é mais jovem. O coração tem que ser doado ao time e às companheiras. (...) Se você tem muita paixão, joga bem, será convocada. Eu preciso de mais tempo para me acostumar com o nível, entender os detalhes de cada uma das jogadoras do Brasil. Temos atletas na Europa, na Noruega, nos Estados Unidos. Seria um erro se eu só escolhesse as mais jovens só porque precisamos de muitas mudanças. Seria uma mudança brusca demais. Vamos aos poucos. (...) É uma mensagem que eu passo para Yaya e para as outras jogadoras. Ela ficou super empolgada, e as mais jovens também devem ter ficado, pois viram que há a possibilidade de também serem chamadas. É uma competição, isso é importante, é real, é verdadeiro, e todo mundo tem uma chance se a pessoa trabalha duro e é habilidosa.
Trabalho
Espero que, em alguns meses, estejamos bem para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, mas esta é apenas metade do caminho. É importante desenvolver as categorias de base de forma integrada, trabalhando a técnica e mudando a realidade tática. (...) Um dos nossos pontos de atenção é a transição do ataque para a defesa, mas temos força na imprevisibilidade da qualidade técnica. Quando está sem a bola, o time tem que fazer o possível para retomar a posse. A seleção brasileira precisa jogar com a bola para essa característica técnica aparecer. Com o controle da bola, vamos chegar ao nosso ritmo de jogo para encontrar sempre a jogadora habilidosa no meio de campo.
Português
A pronúncia é muito difícil para mim, mas me dê alguns meses e estarei falando português perfeitamente. Gostaria de agradecer ao presidente [Rogério Caboclo] e à CBF. As coisas estão acontecendo e estou sentindo isso em meu coração. É um momento especial anunciar a nossa primeira convocação. (...) Tenho me sentido muito confortável no Brasil. É um país que respira futebol em todo o seu território. Também me sinto bem no Rio, a cidade que, em breve, estarei chamando de lar.
Apoio da torcida
É sensacional ter o apoio desde o início. Logo no aeroporto, já foi possível perceber a paixão do Brasil pela seleção. As pessoas vêm pedir para fazer selfie. Eu adoro selfie porque não estão apenas tirando foto comigo. Estão valorizando o futebol feminino, aumentando a visibilidade e mostrando a conexão com o esporte.
#EqualPay
Dou meu apoio à luta pela equidade de gênero e a igualdade financeira no futebol feminino e vejo que a melhor maneira de caminhar neste sentido é formando uma equipe vencedora, trabalhando com a minha equipe para conquistar competições.