Quem achava que seria uma moleza para o América enfrentar a Jacuipense não prestou bem atenção no desempenho do time baiano.
Aliás, menosprezou a atual fase da Série D. Não há jogo fácil. Vou escrever de novo: não há jogo fácil. E os primeiros toques da Jacuipense na bola já davam a ideia da pedreira.
Dito isto, o jogo exigia paciência. Mas nem a torcida nem o time de Moacir Júnior entenderam essa necessidade. Havia um afã de acelerar o jogo o tempo todo, e muitos lances ou foram desperdiçados ou viraram contra-ataques para o adversário em bolas alçadas por zagueiros e volantes ou viradas afobadas.
Para piorar, o time sentiu enormemente a ausência de Roger Gaúcho ante um Hiltinho sem ritmo de jogo. Ele até melhorou no fim do 1.° tempo. Mas aí Moacir cometeu o erro crasso de colocar Mikael em seu lugar. Mikael fez uma partida tenebrosa, não tendo acertado nem pedra na lua. Pelo contrário, virou a melhor arma da Jacuipense, uma vez que as triangulações sumiram com seus passes errados.
A queda foi tão brutal que Canindé Pereira chegou a me perguntar na transmissão o que dava para fazer. Apontei que o certo seria a entrada de Murici no lugar de Mikael, mas que é muito difícil um treinador ter peito de retirar um jogador que ele colocou no 2.° tempo sem que haja uma contusão.
Adenilson e, principalmente, Pardal estiveram bem abaixo também.
O time baiano ainda obrigou Ewerton a duas grandes defesas no 2.° tempo. E o América nada de se encontrar no toque de bola e nas subidas de Jean Patric como ponta, uma de suas mais letais jogadas.
No fim, 0x0. Mais um empate nas oitavas de final da Série D. Foram 6: Bragantino 0x0 Floresta, Vitória 0x0 Ituano, Caxias 0x0 Cianorte, Boavista 1x1 Brusque, Juazeirense 1x1 Iporá, além de América 0x0 Jacuipense. Somente São Raimundo 1x0 Manaus e Fluminense 0x1 Itabaiana quebraram a escrita, mesmo assim com placar mínimo. Entenderam a dureza do negócio?
Agora o time de Moacir tem mais uma situação de superação a enfrentar, como foi a tônica no estadual, na Copa do Brasil e até mesmo nesta edição da Série D. Mais um percalço a superar. E sem Leandro Melo.
É tirar lições dessa partida e arregaçar as mangas para no próximo domingo conquistar a vaga para as quartas de final. Sem afobação.