O técnico Moacir Júnior deu entrevista coletiva hoje no CT do América.
Time para a estreia
Eu acredito que o América teve um grande trunfo: em momento nenhum ele mexeu em seu elenco durante o estadual porque criou-se um foco totalmente de estadual. A partir de agora para o Brasileiro, com a chegada dos reforços, a tendência é que iniciemos o Brasileiro com a base do estadual, mas que, de uma forma gradativa, esses reforços possam ser inseridos no processo.
Indicação de reforços
Alguns atletas, como o caso do Fábio Souza [Makelele], que trabalhou comigo no Cuiabá, foi meu adversário no Paulistão, a gente conhece bem o jogador. Nos outros casos, não. Foi o mercado que foi oferecendo, a gente foi acompanhando, conversando com os treinadores que trabalharam com os atletas e as informações foram batendo dentro de um modelo de jogo. Nós temos um modelo de jogo e o atleta para vir não resolve só ser bom jogador, ele tem que atender a alguns quesitos, principalmente físicos e táticos e técnicos para ele ser inserido no modelo. Então, eu não tenho assim uma coisa, com exceção até o momento do Fábio Souza [Makelele], que trabalhou comigo e jogador que me agradou muito pela dedicação, pela entrega tática que ele tem, pela parte técnica, por ser muito voluntarioso, porque a competição que a gente vai disputar pede muito isso. Eu acredito que o nosso time ganhou essa cara - competitivo - na reta final do campeonato e os atletas que estão chegando também têm que ter esse perfil.
Jeito de jogar no Brasileiro
A mesma filosofia: um time que marque forte, que tenha uma boa posse de bola, que rode rápido a bola, circule rápido essa bola e que possa chegar com velocidade, além de bola parada, que foi o nosso trunfo para o título e que nós deixamos a desejar na verdade no decurso do campeonato, mas que a gente treinou tanto. Treinamos tanto que no momento do ápice, no momento decisivo, ela nos foi favorável. Então é uma competição que tem o tônus de um jogo lá contra o Potiguar de Mossoró, é um jogo que tem esse tônus aí de você jogar lá em Goianinha, contra o ASSU. Então a gente também tem essa preparação. Esse mesmo grupo aqui fez jogos, não foram só jogos na Arena, não foram só jogos contra o Santos, contra o ABC. Foram jogos também duros contra equipes que exigiram num certo momento até que a parte física sobreponha a parte técnica. Então a gente tem um grupo de guerreiros, provou ser guerreiro ganhando o campeonato estadual. Agora um novo desafio. Futebol você tem que provar todos os dias. Eu espero que agora a gente consiga provar competência nessa competição tão difícil.
Favorito no grupo
Sempre atrapalha porque no futebol favorito é quem faz o resultado. Não tem essa questão [de favoritismo do América]. Com exceção da Série A do Brasileiro, que tem uma diferença abissal financeira, de estrutura, de um monte de outras coisas. Hoje a gente está ciente de que o América, ele não é um time da Série D, mas ele está na Série D, então ele tem que jogar como tal. Isso é uma coisa que atrapalha, para te falar a verdade, e eu em momento nenhum toquei nesse assunto com eles. É óbvio que o torcedor, que a imprensa vai colocar o América nesse patamar, de uma forma errônea eu acho, porque está começando a competição todo mundo com zero ponto e todo mundo com chance. O América com chance de surpreender e fazer o que não fez nos últimos anos, que é o acesso, que é a classificação de uma forma até mais convincente. E os outros times com a chance de surpreender e transformar o América numa decepção. Então a gente tem que ter ciência disso e trabalhar muito forte para que não sejamos uma decepção, e sim uma grata surpresa, como fomos no estadual.