quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

É freguesia que chama?

Não vou falar sobre o jogo em si, só do que me chamou a atenção. 

Cheguei tarde por causa de um trânsito infernal para entrar no estacionamento da Arena das Dunas.

Pela primeira vez vi um jogo no Leste Superior. Entrei depois dos absurdos extintores, mas isso não foi suficiente para evitar as manchas vermelhas na pele e nas roupas.

A torcida do América deu mais uma vez grande demonstração de apreço por seu clube, ainda que a fase seja lastimável. Quase 19 mil pessoas empolgaram o cenário da partida.

Vi Hiltinho pagar um pouco de sua enorme dívida marcando um golaço de bicicleta com 1 minuto de jogo.

Vi Rodrigo Rodrigues se aproveitar do que me pareceu uma falha de Ewerton e empatar o jogo.

Depois vi um jogo um pouco mais favorável ao América do que ao ABC.

Mas aí veio o 2.º tempo. Se logo no início o América parecia que queria mesmo vencer, com o cansaço retirando qualquer chance de aproveitamento de Tony, a impressão sumiu.

Moacir também cismou com Diego no meio e ele foi a barata tonta do jogo. Colocou Jean Patrick, mas ninguém o acionou em velocidade, sua única característica aproveitável. Deve ter tirado Gabriel por cansaço porque ele esteve bem para uma estreia.

Vi Ewerton errar várias cobranças de tiro de meta e o estreante Boris Sagredo perder dois gols, um mais inacreditável do que o outro.

Outras coisas me desagradaram. Um torcedor do América sofreu convulsões na arquibancada bem perto de onde eu estava. Uma angústia só.

No Setor Norte, um grupo de torcedores do ABC se engalfinhava no intervalo do jogo. E durante o jogo um rojão foi acionado.

Na saída, o velho tumulto das chamadas torcidas organizadas deu às caras pela Lima e Silva.

No estacionamento, um único torcedor do ABC se achou no direito de passar por nós fazendo gestos obscenos, dizendo palavrões e nos xingando de tudo que lhe vinha à mente. Parecia possuído por um ódio mortal  por 3 mulheres e 1 homem que apenas se dirigiam a um carro cada qual trajando uma camisa do América. Fico imaginando o que ele teria feito se seu time, ao invés de vencedor, saísse derrotado. Quando já se afastava, foi repreendido por outro torcedor do ABC.

Mas o que vi mesmo foi uma freguesia inquestionável do América frente ao ABC de 2016 para cá. E olha que nessa final o América tinha uma vantagem de encher os olhos de qualquer um: mando de campo com a esmagadora maioria da torcida lhe apoiando e o empate para garantir o título do turno. Nem isso foi capaz de interromper a sequência de derrotas do Mecão para o alvinegro, mesmo com o América tendo aberto o placar com apenas 1 minuto de jogo.

Infelizmente também vi uma característica preocupante do time americano após o 2.º gol do ABC: o time se entregou. Tempo disponível, um golzinho para o título e os jogadores sentiram o golpe e nada de reanimação em campo. Isso é mais aterrador do que o resultado em si. Tanto que só houve uma chance real com Adriano Pardal, que esteve muito abaixo do que vem apresentando nesta temporada. E como o América vem se resumindo a Pardal + 10...

Do lado do ABC, sobra confiança. Se joga o clássico em casa, vence. Se joga fora, também. Se marca primeiro, goleia. Se começa perdendo, vira.

Não  tenho os números aqui, mas sou capaz de apostar que de 2016 para cá só houve um empate (3x3 numa final também com essa desgraça de extintores em que o América foi para o intervalo vencendo por 2x0) e uma única vitória por 3x0 do América no estadual (houve um 1x0, salvo engano, pela Série C daquele ano).

E, cá para nós, quando teve mais tempo de trabalho, Moacir me pareceu mais perdido nas substituições, talvez por falta de opções. Clássico no 3.º jogo é prova de fogo.

Sobre extintores, vou falar de novo. Acho um absurdo que as autoridades daqui permitam o lançamento de uma substância que impregna nas roupas, na pele, no cabelo, no chão, nas cadeiras da Arena. Agora imaginem como ficaram os nossos pulmões!

Se a galera que promove a festa não se importa com isso (as autoridades não estão nem aí), eu apelo para o lado supersticioso e que pelo menos se perceba que o acionamento de extintores só termina em decepção para a torcida americana e que então seja a festa incrementada de outra forma.

Por fim, parabéns ao ABC por essa grande conquista, revertendo tamanha vantagem do adversário. Mais um grande feito. Agora é administrar o 2.º turno.

Manchetes do dia (21/1)

A manchete do bem: Polícia paulista prende membro do PCC que distribuía armas e drogas no país.

As outras: Exportações para a Europa a partir do Porto de Natal estão suspensas, Plebo do TJRN adia decisão sobre 'taxa de bombeiros' e STF retoma hoje debate sobre homofobia.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte 

Today's headlines (2/21)

The headline for good: Supreme Court limits police powers to seize private property.

The others: Wall Street, seeking big tax breaks, sets sights on distressed main streets, Jussie Smollett faces felony charge, accused of faking own assault, and Miami battles rising seas.

Good morning, everyone! 

Source: The New York Times 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Não entendi o título


Acabei de assistir a Roma, concorrente ao Oscar de melhor filme, na Netflix. Preciso dizer que não entendi o porquê de ele ter esse título.

Para quem gosta de filmes comerciais, pode pular. Roma é todo em preto e branco e não tem a menor pretensão de ser um filme com um grande acontecimento do tipo bombástico ou um grande final. E seu início é até bem arrastado. Nada de trilha sonora também. 

Nem por isso ele é menor. Acompanhamos o México dos anos 70 pelos olhos de Cleo, uma empregada doméstica de origem indígena, à medida que sua vida segue na rotina de trabalho para a família que a emprega e de coisas banais ou não, vamos nos envolvendo com ela, a ponto de sentirmos o que Cleo sente.

Roma termina nos deixando com uma certa tristeza, melancolia. Eu diria que é o que se sente ao se folhear um álbum de fotografias da infância, por exemplo. Rindo ou não, ficamos nostálgicos. Cleo e, claro, o diretor Alfonso Cuarón nos levam a esse destino. E ao chegarmos lá, entendemos que valeu a pena enfrentar um início tão árido. 

A jornada, ainda que sofrida, é em si um alento. 

Em tempos em que a representatividade é sine qua non em qualquer produção audiovisual, o que inclui propagandas, Roma acerta o firo com uma mulher índigena latino americana. Mexicana, então... 

E em tempos de Trump e sua emergência nacional para construir um muro, enxergar além dele é essencial. 

Que seja uma festa!

Se o futebol do RN não anda lá essas coisas, as torcidas dos maiores clubes estão dando uma demonstração de que ainda há esperança de melhores dias por aqui.

Pelos números do fim da tarde ontem, a projeção já é de um público presente à final de hoje à noite de mais de 16 mil pessoas, um sopro de vida num estadual pífio e sem qualquer televisionamento. 

Sabendo que há uma parte considerável do público do futebol que deixa a compra do ingresso para a porta do estádio, não é loucura imaginar um público na casa das 20 mil pessoas hoje à noite.

Que cada um vista suas cores e ajude a mostrar ao país inteiro como um clássico deve ser disputado tanto dentro de campo como nas arquibancadas. 

E que as autoridades parem de ser surpreendidas e ajam em antecipação para manter tudo dentro dos trilhos da normalidade de qualquer grande evento esportivo do mundo, exatamente como tivemos na Copa 2014 na própria Arena das Dunas.

Enfim, que seja uma festa! Só isso.

"A gente vai dar alegria para essa torcida maravilhosa"

O atacante Jean Patrick falou da motivação do grupo para a final e a importância da conquista para a construção da confiança na temporada.

A gente fica feliz de ver o apoio da torcida, sabe que é muito importante para a gente trazer esse título, que a nível nacional pode não valer muito, mas a gente sabe o quanto a gente precisa desse título para voltar a ter uma boa confiança para o restante do ano. E para o América. A torcida do América está carente de títulos e o América é um time grande, não pode estar nessa situação. Com certeza a gente vai trazer esse título. Todo mundo motivado, todo mundo com um só pensamento. O grupo está fechado e a gente vai trazer esse título sim. A gente vai dar alegria para essa torcida maravilhosa.

Manchetes do dia (20/2)

A manchete do bem: Pesquisa sobre genética potiguar será premiada.

As outras: O Beco pulsa em cores vivas, Pleno do TJRN julga hoje a validade da 'Taxa dos Bombeiros' e Áudios confrontam versão de Bolsonaro.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte 

Today's headlines (2/20)

The headline for good: For gamers with disabilities, creative controllers open worlds.

The others: After New York City's war with Amazon, Uber could be next, Inside Trump's two-year war on the investigations encircling him, and Two Americans married ISIS militants. Now they want to come home.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Divisor de águas

Jogo de casa cheia, muito mais gente que quer se divertir do que quem quer confusão, o clássico América x ABC valendo o título do 1.º turno do estadual amanhã na Arena das Dunas é a última chance que se dá ao clássico rei com presença das duas torcidas. É assim que vejo.

Há muita gente, especialmente no América, que defende torcida única nos clássicos como forma de evitar problemas e até de aumentar a presença de público nas arquibancadas pela perspectiva de menos confusão. E o próximo clássico na tabela também tem mando de campo do América e será disputado na mesmíssima Arena das Dunas. Se houver confusão no clássico de amanhã, não haverá um só argumento que afaste uma decisão nesse sentido.

Logo, vejo o jogo de amanhã como um divisor de águas: ou a Arena das Dunas é o melhor estádio no quesito segurança para um jogo dessa magnitude, ou os clássicos serão de torcida única a partir de então. 

Amanhã, a partir das 18h30, quando serão abertos os portões, vamos começar a saber qual vai ser a do clássico rei daqui para a frente. 

Pode acabar hoje


Torcedor do Mecão que pretende ver a final no Setor Leste deve correr para comprar seu ingresso porque a informação é de que a carga do local já está pertinho do fim.

Quem não correr vai ter que assistir do Setor Sul ou torcer para que os setores Sudoeste e Noroeste sejam abertos.