Analisando a estreia do Mecão no estadual, a entrevista coletiva do técnico Luizinho Lopes terminou revelando a pressão a que seu time esteve submetido, inclusive no vestiário.
Primeiro jogo oficial
A estreia, ela é sempre tensa. A gente percebe que o clima entre o torcedor, a própria diretoria, o ambiente ali do vestiário estava um pouquinho emotivo. O América vive sob uma pressão. Os torcedores estão ávidos por uma vitória, por conquistas. Eu acho que passou. Nós precisávamos vencer. E nós vencemos. Com relação ao jogo, achei o 1.º tempo onde a gente teve o melhor desempenho. No 2.º tempo eu precisei criar algumas improvisações ali, algumas substituições inesperadas. Como eu falei, o jogo de estreia muito tenso, alguns jogadores chegaram a sentir cãibra. Infelizmente o Alison sentiu também. O nosso elenco ainda está muito enxutinho. Chegaram 4 jogadores aí nessa última semana e não estavam à disposição ainda. [Precisei] fazer algumas improvisações que nós não esperávamos. O desempenho no 1.º tempo eu achei melhor. No segundo tempo eu acho que a gente caiu um pouquinho.
Amistosos x estreia
Deu uma pegada de campeonato. Eu acho que a gente iniciou com uma intensidade muito boa, mas faltou ali a penúltima e a última bola. A gente conseguiu articular muito bem ali, sobretudo com Pardal, Fabinho e Hiltinho. Precisou Max se conectar um pouquinho mais com eles, mas vai chegar. [Max] é um jogador muito brioso, que não desiste nunca. Eu acho que a pegada de campeonato, a intensidade do 1.º tempo foi bem favorável. Acho que da metade para o final do 2.º tempo caiu um pouquinho, mas esses amistosos serviram para isso: para a gente entrar aceso, entrar com intensidade boa e interessante. Eu acho que se a gente tivesse conseguido fazer um golzinho ali 1.º tempo, o jogo era outro. No final, ficou ali um pouquinho emocionado o jogo. A gente chegou a sofrer em algumas oportunidades, mas hoje o que importava era a vitória. Passada essa emoção do 1.º jogo, nós vamos agora ter mais tranquilidade, ter um pouquinho mais de tranquilidade para ter mais controle nos jogos.
Irritação com troca de passes na defesa no 2.º tempo
Tudo é encaixe. A gente iniciou o jogo fazendo uma saída de 4 e a gente tem hoje uma variação de uma saída de 3, colocar um volante entre os 2 zagueiros [para] dar profundidade com 7, e o objetivo daquele ali é você circular a bola com velocidade para largar a segunda linha do adversário para gente começar a achar passe ali por dentro no Fabinho, no Hiltinho e no Pardal. O objetivo era esse. E aí, antes da gente girar essa bola, a gente já está fazendo ligação direta e perde o controle do jogo. A gente entrou no jogo deles. A irritação era por isso. Mas é encaixe. Não é tão fácil você em um jogo só criar tantas variações, mas a gente está tentando ver se o América tem um futebol vistoso.
Preocupação com a zaga
A gente está sendo muito cauteloso nas contratações. Infelizmente a gente tinha várias situações para acertar com um zagueiro e acabaram que não deram certo. Mas está para chegar um zagueiro na semana. Realmente a gente ainda está precisando de 2 defensores para compor elenco. É uma situação que preocupa. Mas vamos lá. A gente tem alguns atletas que improvisam bem ali também.
Alison como desfalque
É cedo ainda. A gente vai aguardar amanhã [hoje] na reapresentação para ver o que realmente houve com ele.
Jadson e Judson em campo
É um objetivo nosso ver se a gente encontra aí alguns garotos do clube. O América tradicionalmente sempre tem jovens da base atuando na equipe principal e a gente está deixando um espaço ali para que, quando for preciso, eles realmente tenham uma oportunidade. E se a gente começar a contratar muito ali naquele setor, fatalmente, de repente, a disputa vai ser maior, e eles não serão oportunizados. Então, o elenco foi montado de uma forma que tenha brecha para eles participarem porque eles têm muito potencial.
Recuo do América no 2.º tempo
Na verdade, às vezes o jogo foge um pouquinho das nossas mãos. O objetivo não era baixar tanto. Era compactar, mas a segunda linha estar um pouquinho mais alta, mais ou menos ali na linha média do gramado, para que a gente tivesse também um jogo mais reativo, ganhasse um pouquinho mais de espaço, para que a gente tivesse um contra-ataque rápido. Tem jogadores de velocidade - Hiltinho, Fabinho, Pardal. A gente até encaixou uma situação ou outra, mas a gente não pediu para baixar, não. A gente está querendo trazer uma equipe agressiva. Eu acho que naturalmente pegou um pouquinho a questão do primeiro jogo da pré-temporada, aquela questão emocional que eu falei. Alguns jogadores sentiram um pouquinho no 2.º tempo. Eu credito mais a isso, não que a gente baixou com medo de perder o jogo. Questão que realmente às vezes foge um pouquinho do nosso controle, mas, em contrapartida, a gente tinha a possibilidade do contra-ataque, que é uma situação que a gente trabalha também.
Time para enfrentar o Potiguar
A gente está tentando encontrar o melhor dessa equipe. A gente está trabalhando duro. É uma equipe muito heterogênea, é um grande desafio, talvez o maior da minha carreira porque nos clubes em que eu trabalhei, eu sempre tinha uma base. No Globo, eu tinha uma base quase que 100%. No Confiança, eu cheguei e tinha um time pronto. No América, não. É uma criação, é um grupo totalmente heterogêneo e aí vai ser através dos jogos. No momento, a gente precisa vencer para ter tranquilidade para trabalhar. E aí diariamente eu tô tentando encontrar a nossa melhor forma de jogar, agora tentando trazer um futebol vistoso, um futebol envolvente, mas eu acho que hoje era o resultado. Nós precisávamos vencer. Do 1.º tempo eu gostei. Acho que a gente teve uma intensidade bacana para o 1.º jogo. No 2.º tempo, ficou um pouquinho confuso, a gente fez muitos improvisos ali, mas está valendo. Hoje nós tínhamos que vencer e nós vencemos.