Um dia desses me dei conta de que faço postagens aqui a respeito de filmes que vejo no cinema, mas nunca postei uma linha a respeito de séries da Netflix.
Devo alertar que gosto de coisas bem diferentes entre si e que saem da linha do esperado de alguma forma. Mas vou falar sobre algumas das mais recentes descobertas na rede de streaming dos nossos corações.
Primeiro, The Good Place. A premissa dessa é a concepção de que quem é bom, quando morre, vai para o céu, e quem é ruim vai para o inferno, falando em termos gerais. Mas essa comédia altamente perspicaz além de mostrar o conceito diferente de céu, ainda começa com o erro cometido em relação à personagem principal, Eleanor, que é enviada por engano a um bom lugar após sua morte e resolve se esforçar para ficar por ali mesmo.
Os episódios são curtinhos - 22 minutos em média - e conduzidos de uma forma que esta foi a primeira série que de fato eu maratonei até o fim da primeira temporada, coisa que não gosto de fazer. Prefiro assistir a episódios com mais parcimônia, talvez um por semana. Só que, nesse caso, um episódio leva mesmo a outro e eu não sosseguei até terminar a primeira parte da série. Estou me segurando para não maratonar logo o resto, afinal, o que é bom deve ser consumido lentamente, como uma boa sobremesa.
Segundo, De Repente, Irmãs. Só de dizer que esta série tem um que de humor britânico (é australiana) eu já digo muito a respeito do tipo de humor dela - sempre um pouco mais ácido. Neste caso, o humor vem em pitadas muito bem entrelaçadas com o verdadeiro drama da vida de Julia quando seu pai em fase terminal decide anunciar ao mundo que diversos casos de sua clínica de fertilização foram resolvidos com seu próprio esperma. A filha única se vê irmã de inúmeras pessoas, embora a série fique bem concentrada nos problemas da própria Julia em lidar com tudo isso e mais duas novas irmãs Roxy, apresentadora de programa infantil, e Edie, advogada.
Como os episódios são de duração normal (45 minutos em média), De Repente, Irmãs é para ser assistida com calma, digerindo bem cada episódio. Mas que dá vontade de maratonar, ah, dá sim!
Terceiro, The Great News. Desculpem-me, mas sou grande fã do humor americano estilo SNL (Saturday Night Live). Em The Great News dizem que a premissa é o trabalho de mãe e filha num mesmo noticiário da TV americana. Mas o sarcasmo está em todo lugar, e o talento também. Comecei vendo a série pelo primeiro episódio da segunda temporada porque ele traz Tina Fey, de quem sou super fã. Mas quando vi que havia começado errado (apenas em termos de cronologia), voltei ao começo, me apaixonei de vez, e essa foi a segunda série que maratonei na Netflix.
Também com episódios curtos, ela tem muitos atores talentosos para contar a história desse noticiário que luta para sobreviver às novas tendências da audiência e ao ego super inflado de seus apresentadores. The Great News não perde a oportunidade de usar seu sarcasmo para abordar o ambiente de trabalho para idosos e mulheres e as novas tecnologias e estratégias de marketing no mundo moderno.
Quarto, She-Ra e as Princesas do Poder. Sim, comecei essa pelo saudosismo dos anos 80, ainda que os novos traços dessa animação estejam mais para os desenhos japoneses. Mas a nova série segue por um caminho desconhecido para velhos fãs: a origem de She-Ra. Ontem, emendei os 3 primeiros episódios, cada qual com seus 24 minutos, e só parei porque o celular não tinha mais carga na bateria e, quando cheguei em casa para ver na TV, o sono já me dominava. Mal posso esperar para saber o que acontecerá na sequência.
O detalhe é que só assisto a qualquer coisa na língua original - inglês neste caso - então levo um certo tempo tentando lembrar os nomes dos personagens na série original, que assisti em português nas manhãs da minha infância na Globo.
Quinto, (Des)encanto. Essa animação é sarcasmo puro e só vai encantar quem gosta da linha de humor americano dos Simpsons, cujo criador é o mesmo. As aventuras da princesa Bean, que adora beber, e seus companheiros de jornada - Luci, o demônio, e Elfo. Sobra crítica para tudo e para todos e ainda dá para rir de algumas cenas inesperadas.
Essas então são as séries mais novas que me empolgaram. Mas a Netflix tem uma ruma de atrações diferentes. Muitas estão na minha lista para ver. Outras acompanho sem pressa, até pela pena de acabar, como Grace and Frankie, Orange is the New Black, Jessica Jones, Sense8 (sim, eu ainda não terminei a segunda e última temporada. Na verdade, nem comecei ainda), Eu, tu e ela...
Tem ainda Altered Carbon, que lembra muito O Vingador do Futuro, filme do insubstituível Arnold Schwarzenegger. Porém, eu ainda não consegui definir se gosto ou não dela. Estou na fase de estranhamento/conhecimento.
Muitas séries, né? Isso para não falar nos filmes, documentários, shows de stand-up comedy, programas de entrevistas... É muita coisa mesmo! Mas sempre busco aquelas que tenham uma certa perspectiva diferente. Afinal, para ficar na mesmice, temos os canais normais, embora esse reducionismo seja um acinte a The Handsmaid's Tale, da Paramount, mas isso fica para uma outra postagem.