sábado, 8 de setembro de 2018

O autogolpe

A História mostra que nenhum golpe militar acontece sem que uma parte considerável da população apóie a iniciativa. 

Normalmente, há um degosto profundo com o estado de coisas e isso leva a um desejo natural de mudança. 

O problema é que mudar por mudar nunca foi solução em lugar algum. Estabelecido um poder ilimitado, ele logo começa a se imiscuir nas liberdades e garantias individuais, luta de séculos de todas as grandes nações para impedir que o Estado esmague o indivíduo em sua essência.  Também não demora o arrependimento. Por aqui, a última vez em que ele bateu, sua duração se estendeu por décadas. E o Brasil continuou a ser uma nação de potencial, nada mais.

Agora mesmo cidadãos flertam perigosamente com o autoritarismo, encampando candidatos que pregam a bala como diálogo. Desespero talvez justifique. Mas a irresponsabilidade de não conhecer a fundo as pretensões de uma chapa que pretende comandar o Brasil não pode se esconder na preguiça de se informar ou na inocência de não entender.

Ontem, a GloboNews finalizou mais uma boa série de entrevistas a respeito das eleições, desta feita, com os candidatos a vice-presidente que aparecem mais destacados nas pesquisas de intenção de voto.

O general Hamilton Mourão foi o ponto final da série. E se você não entende a minha preocupação com a chapa Bolsonaro-Mourão - improvável por si só, já que quem entende de hierarquia militar sabe que nunca um general aceitaria se submeter a um capitão - é melhor se dar ao trabalho de assistir ao vídeo da entrevista, que está disponível na GloboNews, ou pelo menos o que o G1 disponibilizou, inclusive com a transcrição, para quem prefere ler.

Observem que o general admite a possibilidade de autogolpe. Uma condição que permitiria isso seriam "grupos armados andando pela rua". O mais interessante é isso partir de uma chapa que advoga a liberação de armas para a população. Algo como preparar a cama para o Brasil deitar.

Quem resolver mudar por mudar depois não ache ruim quando nem puder reclamar nas redes sociais. Afinal, mais claro do que isso só se o general, que defende um golpe com o eufemismo "intervenção militar" - algo totalmente fora do ordenamento jurídico nacional - desenhar.

Série C 18: Semifinais - volta

Sábado
17h - Estádio Santa Cruz - Botafogo-SP x Cuiabá (CBF TV)

Domingo
15h30 - Estádio Germano Krüeger - Operário x Bragantino (CBF TV)

Manchetes do dia (08/09)

A manchete do bem: Serena Williams busca recorde contra japonesa no Aberto dos EUA.

As outras: Após polêmica, escolhido de Trump avança à Suprema Corte, Um quarto dos usuários do Facebook deletou o app nos RUA e A memória do esporte brasileiro precisa de cuidados urgentes.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (09/08)

The headline for good: In a sign of the economy's strength, jobs and wages moved higher in August.

The others: Alibaba's Jack Ma, China's richest man, to retire from company he co-founded, The billionaire who bought Trump's mansion faces scrutiny in Monaco and Burt Reynolds: a star with the pedal to the metal.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A manifestação do ABC

Demorou, mas também saiu nota oficial do ABC sobre a selvageria de ontem. Segue abaixo.

"O ABC Futebol Clube lamenta e repudia o ocorrido na tarde desta quinta-feira (6), nas proximidades da Arena das Dunas, momentos antes da partida América/RN x ABC, jogo de ida da fase semifinal do Campeonato Estadual Sub-19. Os fatos dão conta de uma enorme briga e selvageria envolvendo torcidas organizadas dos dois clubes.

Em nome da decência, o clube manifesta sua reprovação aos fatos ocorridos e destaca que os verdadeiros torcedores do Mais Querido estavam dentro do estádio, torcendo e incentivando a sua equipe, e os responsáveis por tal ato em nada representam a Frasqueira, a grande torcida abecedista.

O Clube do Povo espera que os órgãos competentes apurem e punam os responsáveis pelos atos de agressão. Por fim e mais importante, o ABC deseja pronto reestabelecimento aos torcedores que sofreram com a violência no entorno do estádio."

A manifestação do América

Demorou, mas chegou. O América se manifestou a respeito da selvageria de ontem. Segue abaixo.

"O América Futebol Clube repudia com veemência os fatos ocorridos na tarde da última quinta-feira (6), nas imediação da Arena das Dunas, palco do Clássico Rei válido pela semifinal do Campeonato Estadual Sub-19.

Infelizmente, a violência e a covardia se tornaram, mais uma vez, os principais assuntos em um dia em que deveríamos celebrar o encontro entre as duas principais equipes do Estado. O América espera que os órgãos competentes apurem e punam os responsáveis pelos atos de agressão.

Por fim e mais importante, o América deseja pronta recuperação aos torcedores que sofreram com a violência descabida que assusta a todos nós."

Tite Ferreirão

Há uns 10 anos o América tinha como treinador o folclórico - para não dizer doido - Luiz Carlos Ferreira, popularmente conhecido como Ferreirão. Há muitas histórias (talvez estórias) a respeito das manias de Ferreirão no dia a dia dos treinamentos, qualquer profissional da imprensa pode confirmar, mas uma era de conhecimento de todos: ele colocava o time para treinar o ataque e toda a posse de bola sem ninguém no outro lado. Nada. A movimentação era feita apenas imaginando que havia um adversário ali na espreita para roubar a bola ainda na intermediária e puxar o contra-ataque. De vez em quando, ele gritava: "Parou, parou, parou!". Lembro do atacante Paulo Matos fazendo piada dessas paradas, dizendo que puxava o freio de mão imediatamente. 

Era muito esquisito. O time trabalhava a bola na espera de um bom momento para infiltrar ofertado por uma adversário imaginário - apenas o vento marcava os jogadores do América. 

Nem preciso dizer que Ferreirão não durou muito. E o América só escapou do rebaixamento já nas últimas com Ruy Scarpino.

Entretanto, não é que hoje eu abro o site da CBF e descubro que o técnico da seleção brasileira de futebol masculino Tite também é adepto desse tipo de treinamento? Nas palavras da CBF: "No trabalho de véspera, o técnico Tite comando (sic) o seu tradicional treino 'invisível', ou fantasma para alguns, quando 11 jogadores exercitam o posicionamento e a movimentação da equipe sem um adversário do outro lado."

Quem diria, hein? Ou Ferreirão sabia demais ou Tite anda sabendo de menos.

Podcast: Como chegamos até aqui?

A semana horrorosa que vivemos assusta.
https://www.spreaker.com/episode/15663442


Podcast às 10h

Hoje, dia da Independência do Brasil, o Podcast vai ao ar às 10h. Tanta coisa a falar que é melhor falar logo cedo.

Até lá.

Manchetes do dia (07/09)

A manchete do bem: Petrobras muda política de preços da gasolina.

As outras: Jair Bolsonaro é esfaqueado, passa por cirurgia e está na UTI, Briga entre as torcidas de América e ABC deixa dois gravemente feridos perto da Arena e Autuações na Lei Seca do RN são o triplo da média do Nordeste.

Feliz dia da Independência do Brasil a todos!

Fonte: Tribuna do Norte