The headline for good: In a sign of the economy's strength, jobs and wages moved higher in August.
The others: Alibaba's Jack Ma, China's richest man, to retire from company he co-founded, The billionaire who bought Trump's mansion faces scrutiny in Monaco and Burt Reynolds: a star with the pedal to the metal.
Demorou, mas também saiu nota oficial do ABC sobre a selvageria de ontem. Segue abaixo.
"O ABC Futebol Clube lamenta e repudia o ocorrido na tarde desta quinta-feira (6), nas proximidades da Arena das Dunas, momentos antes da partida América/RN x ABC, jogo de ida da fase semifinal do Campeonato Estadual Sub-19. Os fatos dão conta de uma enorme briga e selvageria envolvendo torcidas organizadas dos dois clubes.
Em nome da decência, o clube manifesta sua reprovação aos fatos ocorridos e destaca que os verdadeiros torcedores do Mais Querido estavam dentro do estádio, torcendo e incentivando a sua equipe, e os responsáveis por tal ato em nada representam a Frasqueira, a grande torcida abecedista.
O Clube do Povo espera que os órgãos competentes apurem e punam os responsáveis pelos atos de agressão. Por fim e mais importante, o ABC deseja pronto reestabelecimento aos torcedores que sofreram com a violência no entorno do estádio."
Demorou, mas chegou. O América se manifestou a respeito da selvageria de ontem. Segue abaixo.
"O América Futebol Clube repudia com veemência os fatos ocorridos na tarde da última quinta-feira (6), nas imediação da Arena das Dunas, palco do Clássico Rei válido pela semifinal do Campeonato Estadual Sub-19.
Infelizmente, a violência e a covardia se tornaram, mais uma vez, os principais assuntos em um dia em que deveríamos celebrar o encontro entre as duas principais equipes do Estado. O América espera que os órgãos competentes apurem e punam os responsáveis pelos atos de agressão.
Por fim e mais importante, o América deseja pronta recuperação aos torcedores que sofreram com a violência descabida que assusta a todos nós."
Há uns 10 anos o América tinha como treinador o folclórico - para não dizer doido - Luiz Carlos Ferreira, popularmente conhecido como Ferreirão. Há muitas histórias (talvez estórias) a respeito das manias de Ferreirão no dia a dia dos treinamentos, qualquer profissional da imprensa pode confirmar, mas uma era de conhecimento de todos: ele colocava o time para treinar o ataque e toda a posse de bola sem ninguém no outro lado. Nada. A movimentação era feita apenas imaginando que havia um adversário ali na espreita para roubar a bola ainda na intermediária e puxar o contra-ataque. De vez em quando, ele gritava: "Parou, parou, parou!". Lembro do atacante Paulo Matos fazendo piada dessas paradas, dizendo que puxava o freio de mão imediatamente.
Era muito esquisito. O time trabalhava a bola na espera de um bom momento para infiltrar ofertado por uma adversário imaginário - apenas o vento marcava os jogadores do América.
Nem preciso dizer que Ferreirão não durou muito. E o América só escapou do rebaixamento já nas últimas com Ruy Scarpino.
Entretanto, não é que hoje eu abro o site da CBF e descubro que o técnico da seleção brasileira de futebol masculino Tite também é adepto desse tipo de treinamento? Nas palavras da CBF: "No trabalho de véspera, o técnico Tite comando (sic) o seu tradicional treino 'invisível', ou fantasma para alguns, quando 11 jogadores exercitam o posicionamento e a movimentação da equipe sem um adversário do outro lado."
Quem diria, hein? Ou Ferreirão sabia demais ou Tite anda sabendo de menos.
A manchete do bem: Petrobras muda política de preços da gasolina.
As outras: Jair Bolsonaro é esfaqueado, passa por cirurgia e está na UTI, Briga entre as torcidas de América e ABC deixa dois gravemente feridos perto da Arena e Autuações na Lei Seca do RN são o triplo da média do Nordeste.
The headline for good: India gay sex ban is struck down. 'Indefensible', court says.
The others: Brazil presidential candidate Jair Bolsonaro in intensive care after stabbing, Lawyers say they face persistent racial and gender bias at work and It wasn't me: Pence, Pompeo and a parade of administration officials deny writing op-ed.
Não faço download nem compartilho vídeos de violência. Fico muito sensibilizada com seu conteúdo e ainda temo que eles se tornem banais pela popularização.
Hoje quebro a regra. Duas pessoas são selvagem e covardamente espancadas até ficarem absolutamente inertes no pavimento. Não, não foi em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Não foi em Alcaçuz. Foi logo ali, nos arredores da Arena das Dunas em plena tarde da quinta-feira.
Motivação? Mais um clássico ABC x América, desta feita, entre os times sub-19. Mais uma oportunidade para que selvagens se enfrentem e façam aflorar instintos bestiais ao avistarem as cores adversárias como se fôssemos todos inimigos em guerra, cuja solução só será alcançada com a eliminação total de um dos lados.
Parece uma estranha coincidência que nessa mesma tarde um candidato à presidência tenha sido esfaqueado por um aparente simpatizante adversário. Ou seria inimigo?
Seria mesmo coincidência ou estamos sendo sugados por uma espiral que nos tira a humanidade pouco a pouco, dia após dia, até que nada mais nos reste?
O que nos falta para entendermos que o ódio não é benéfico a ninguém?
Mais: quando vamos agir de fato para extirparmos esse mal do nosso dia a dia?
No caso da política, os bons ainda resistem. Mas assistir a um vídeo como o abaixo numa cidade como Natal é a certeza de que o futebol morreu por aqui. Sim, está morto e enterrado. Ninguém fez nada por ele enquanto era possível. E tudo que se tentou também ficou pelo caminho.
Punição para os envolvidos? Sempre achamos que uns tapas bem dados pelo Bope ou pela PM resolveriam. Identificar e punir os infratores sempre pareceu uma questão menor. Melhor mesmo é escoltar torcida organizada (?). Punição para os clubes? Só para os outros, para o meu, nunca.
O futebol morreu. Foi vitimado pelo ódio, esse grande gerador de violência. A democracia brasileira também agoniza pelo mesmo motivo. Restará algo de pé em nossas vidas tão contaminadas por essas doses diárias (e cavalares) de intolerância ao diferente a que inertemente assistimos nas redes sociais?
Quantos mais serão vitimados até que comecemos a de novo valorizar o amor, a tolerância, a civilidade e o respeito?
Até quando seguiremos na normalidade da selvageria? Até quando?
Do fundo do coração, peço a quem vir estas imagens e venha a reconhecer qualquer um dos envolvidos que tenha piedade de todos nós e avise anonimamente às autoridades policiais.
Lutemos com o que nos resta de decência por um mundo em que um ser humano seja visto e respeitado por ser humano. E que essas imagens fiquem cada vez mais na memória como marcas de um passado triste, mas que conseguimos superar.