terça-feira, 24 de julho de 2018

"O Congresso vai continuar da maneira que está"

O primeiro presidente do Brasil a sofrer um impeachment, Fernando Collor até um dia desses queria se candidatar novamente à presidência deste país. 

Na semana passada, a repórter Marcela Mattos (Veja) o entrevistou a respeito da Lava-Jato. E aquela velha empáfia até na lida com os jornalistas continua lá, mas não deixa de valer a pena conferir sua visão dos acontecimentos. Vamos aos trechos.

O senhor é corrupto? 
Não. Não sou.

Não? A Lava-Jato encontrou comprovantes de transferências de dinheiro do doleiro Alberto Youssef para o senhor.
Não tenho a menor ideia do que essas transferências significam. Quando o dinheiro surgiu, questionei a origem dele. Não conhecia a pessoa, não sabia de quem se tratava. Pedi ao banco que o deixasse fora da minha conta até que a polícia visse o motivo daquele depósito. O dinheiro continua na conta. Está à disposição. Se o Youssef quiser mandar pegar e a Justiça autorizar, pode pegar. Está lá.

Qual será o reflexo da Lava-Jato nas eleições?
A Lava-Jato tem uma parcela de influência nesse eleitorado que diz que não vai votar e, se for, votará nulo ou em branco. O eleitorado votante vai escolher, então, aqueles que demonstrarem ter a melhor proposta.

O eleitor não questionará as biografias criminosas?
Haverá questionamentos, se o candidato é réu ou não. É um peso que será considerado, mas que não vai definir. A Lava-Jato não demoliu a classe política, porque a classe política continua aí. Se alguém achar que o Congresso vai mudar muito, estará errado. O Congresso vai continuar da maneira que está.

A Lava-Jato então em nada vai mudar a classe política?
A Lava-Jato tem a sanha de demolir a classe política, mas não vai conseguir. Foram cometidas várias injustiças. Excetuando-se o período da atual procuradora-geral da República, tivemos nos últimos anos dois gângsteres à frente da PGR: Roberto Gurgel e Rodrigo Janot. Eles fizera, da Procuradoria um antro de chantagem. A prova mais evidente é o pelanco de gângster e braço-direito de Janot, Marcello Miller,  que, no exercício da função, ajudou executivos da JBS a preparar a sua delação. Isso não foi a troco de nada.

Foi a troco de quê?
Foi a troco de um vantajoso e volumoso butim. A Procuradoria quis tornar-se um quarto poder. Isso contaminou, inclusive, a Justiça comum. A legislação diz que o juiz natural da causa depende do crime e do lugar em que ele ocorreu. E estabeleceu-se que um juiz de primeira instância em Curitiba fosse o juiz natural [Sérgio Moro] de todas as causas da Lava-Jato, o que o transforma num senhor acima do bem e do mal.

O senhor pode ser o segundo ex-presidente a ser condenado e preso por corrupção [o primeiro foi Lula].
Vou provar a minha inocência e, assim, demolir - volto a citar esse verbo - as acusações. As delações sem provas são usadas para incriminar pessoas. E delações feitas por pessoas que querem lavar os seus malfeitos à custa da reputação alheia. No momento sou pré-candidato à Presidência [o PTC anunciou posteriormente sua desistência] e pretendo apresentar meu programa ao julgamento do povo.

O senhor também considera a prisão do ex-presidente Lula uma injustiça?
Ao que parece, vem sendo cometida uma série de injustiças. O rito com que os processos dele vêm sendo tratados é turbinado. Além disso, avalio a pena como exagerada. O mesmo TRF-4 que nos proporcionou esse espetáculo absolutamente surrealista no domingo [ordens e contraordens sobre a prisão de Lula] recebe uma sentença de nove anos dada ao Lula e a aumenta em mais três anos sem apresentar nenhum fato novo.

Lula também não é corrupto?
Eu não acho que o Lula seja corrupto.

Como é passar por um processo de impeachment?
É um sofrimento terrível. Lembro que naquela época havia racionamento de energia. Eu apagava as luzes e ficava na sala da Presidência com apenas três lâmpadas acesas. Despachava de manhã cedo e, quando chegava a tarde, não havia nenhum pedido de audiência. Era eu sozinho, apenas aguardando o fim do dia, pegando o elevador com o ajudante de ordens. Pensei em suicídio duas vezes.

Essa experiência pesou na hora do seu voto pelo impeachment de Dilma?
Não. E não foi por falta de aviso. Era um filme que eu estava revendo. Faltando uma semana para a votação, fui ao Alvorada. Dilma estava feliz da vida. O estado de espírito era o de que não estava acontecendo nada e tudo seria resolvido. Ela foi cassada pela soberba, pela falta de humildade, por não aceitar sugestão de uma pessoa que só queria ajudar. Quando Antonio Palocci ainda era chefe da Casa Civil, pedi uma audiência com ele. Disse que estava preocupado com o andamento dos fatos no Congresso e que, se Dilma continuasse daquela maneira, as coisas caminhariam para o impeachment. Ele me olhou com uma expressão que não escondia certo desprezo.

O senhor concorda com a comparação segundo a qual o deputado Jair Bolsonaro seria um novo Collor?
Vejo apenas uma coincidência entre esta eleição e a de 1989: o número elevado de candidatos a presidente. Nas duas disputas, isso foi motivado pelo fato de os presidentes - José Sarney antes e Michel Temer agora - serem extremamente mal avaliados. Mas, em relação ao Bolsonaro, não vejo nenhuma semelhança. Eu não era um outsider. Minha família sempre esteve envolvida na política. Se o eleitorado for minimamente exigente, a tendência é que ele caia. Mas é bom observar. Quando a gente vê Bolsonaro falar barbaridades e ser aplaudido por um auditório seleto, percebe que alguma coisa está mudando na cabeça do povo.

Existe algo mais escalafobético do que confiscar a poupança?
Você tinha quantos anos nessa época, minha filha? Nunca houve confisco. Quando assumi, a inflação estava em 82% ao mês. Houve um bloqueio temporário de ativos. Precisávamos debelar o processo inflacionário. A única alternativa era o congelamento de preços. Era um caso de emergência.


Série D 18: Balanço das semifinais - volta

Foram 2 vitórias de mandantes.

Vão disputar as finais Ferroviário e Treze.

São José 2x1 Ferroviário - Matheuzinho, Karl e Edson Cariús
Treze 1x0 Imperatriz (2x1 nos pênaltis) - Maxuell Samurai

Manchetes do dia (24/07)

A manchete do bem: Oito pré-candidatos querem oficializar nomes ao governo.

As outras: FMI reduz projeção do PIB nacional para 2018 em 0,5%, Brasileiros pagaram R$ 475 bilhões em juros e Justiça do RN declara ilegal greve da Polícia Civil.

Bom dia a todos!

Fonte: Tribuna do Norte

Today's headlines (07/24)

The headline for good: North Korea starts dismantling key missile facilities, report says. 

The others: Wave after wave of garbage hits the Dominican Republic, In Mozambique, a living laboratory for nature's renewal and Congratulations, you are now a U.S. citizen. Unless someone decides later you're not.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Além do canudo

Depois do vídeo da pobre tartaruga sufocada por um canudo viralizar, o mundo parece ter acordado para o mal que o lixo plástico representa para os oceanos. 

Mas não é só o canudo o vilão e nem o plástico. De acordo com dados divulgados pela ONG International Coastal Cleanup, que em 2016 coletou lixo na costa dos cinco continentes da Terra, o canudo é apenas o 7.° em unidades recolhidas dos milhões de itens que ela arrecadou. Vi os dados na Veja da semana passada e fui buscar diretamente no site da ONG. Vamos à lista com números aproximados (para baixo):

  1. 1,86 milhão de bitucas de cigarro (1 milhão só na costa dos EUA), o que representa, se enfileiradas, uma linha de 153 quilômetros;
  2. 1,5 milhão de garrafas plásticas;
  3. 822 mil tampinhas plásticas de garrafa;
  4. 762 mil embalagens de alimentos (chocolate, por exemplo);
  5. 520 mil sacolas de supermercado;
  6. 419 mil tampas de copos descartáveis (aquelas postas em bebidas para viagem);
  7. 409 mil canudos;
  8. 390 mil garrafas de vidro;
  9. 368 mil sacolas plásticas de outros tipos que não a de supermercado;
  10. 365 mil embalagens de isopor para comida (quentinhas, etc.).
Precisamos repensar a reciclagem e até mesmo o uso desses materiais que não se degradam facilmente.

Fraco, fraco

Talvez eu tenha escolhido um dia ruim para conhecer o Domingo na Arena. Talvez eu tenha chegado tarde demais às 18h. O fato é que quase nada me agradou no evento.

Na verdade, gostei da disponibilização do estacionamento interno a R$ 10. Não precisamos andar muito para chegar ao evento em si. Os funcionários da Arena também muito atenciosos. E acabam aqui os pontos positivos.

No quesito alimentação, não havia uma só opção saudável para diabéticos. Nada integral, nenhuma salada de frutas, nenhum suco natural. Nem mesmo refrigerante zero havia! Foi uma péssima ideia ter acreditado que acharia algo para jantar por lá.

Também nada de copo ou canudo. Quem quisesse tomar um refrigerante tinha que se contentar em meter a boca na lata mesmo.

Sobre os preços, nem reclamo mais. Comi um sanduíche que dizia que tinha um molho especial, só que não passava do velho molho rosé. Paguei R$ 10 para comer pão e molho fedorentos para o meu padrão (sabem aquela catinga de maionese?) e um hambúrguer de carne com sabor salgado e nada mais. Pelo menos tinha alface e tomate.

Sobre a música, acho que estou mais ranzinza do que o normal. Foi duro acompanhar um show em que os cantores, especialmente o homem, duelavam com os acordes da banda, ou melhor, das canções. Carisma havia, pelo menos. Não sei se o ambiente muito aberto e com bastante vento (fez frio) atrapalhou a afinação do trio, mas sofri durante boa parte da apresentação. 

Enfim, fiquei totalmente desapontada com o aspecto descuidado do Domingo na Arena. Nem de longe lembra um evento num local que já sediou uma Copa do Mundo.

Destaque

É bem verdade que o Salgueiro se mostrou um arremedo de equipe contra o ABC no Frasqueirão, mas isso não apaga a senhora partida do volante Anderson Pedra. Marcou bem, antecipou-se bem, fez boas viradas de jogo e até cadenciou a partida quando necessário. 

Para superar sua atuação de ontem, Anderson Pedra terá que repetir tudo isso no jogo seguinte e ainda marcar um gol. Eis o único jeito de chegar a uma atuação ainda mais impecável.

ABC 2x0 Salgueiro

Série C 18: Balanço da décima quinta rodada

Foram 5 vitórias de mandantes, 2 empates e 3 vitórias de visitantes.

O ABC teve público de 4.065 pessoas.

Grupo A
Náutico 1x0 Juazeirense - Ortigoza
Botafogo-PB 2x0 Santa Cruz - Marcos Aurélio-2, ambos de falta
ABC 2x0 Salgueiro - Higor Leite e Luan
Confiança 0x2 Remo - Gabriel Lima-2
Atlético-AC 1x1 Globo - Rafael e Romarinho
1.° Atlético-AC - 27
2.° Náutico - 26
3.° ABC - 21 (6 vitórias)
4.° Botafogo-PB - 21 (5 vitórias, 18 gols pró)
5.° Santa Cruz - 21 (5 vitórias, 17 gols pró)
6.° Confiança - 19 (21 gols pró)
7.° Globo - 19 (17 gols pró)
8.° Juazeirense - 16 (saldo -4)
9.° Salgueiro - 16 (saldo -6)
10.° Remo - 15 

Grupo B
Tombense 2x0 Ypiranga - Maicon, contra, e Rubens, de pênalti
Bragantino 0x1 Volta Redonda - Dija Baiano
Joinville 0x2 Botafogo-SP - Caio Dantas-2
Operário 1x1 Cuiabá - Bruno Batata e Jenison
Luverdense 3x0 Tupi - Rubinho, Paulinho, de pênalti, e Tiarinha
1.° Operário - 33
2.° Botafogo-SP - 30
3.° Cuiabá - 29
4.° Bragantino - 25
5.° Volta Redonda - 19
6.° Luverdense - 18 (saldo 1)
7.° Tombense - 18 (saldo -1)
8.° Ypiranga - 16
9.° Tupi - 14
10.° Joinville - 10

Segurança e economia

Pela primeira vez na história, o Facebook divulgou quais os assuntos mais debatidos pelos usuários brasileiros num determinado mês. 

Segundo reportagem da Tribuna do Norte desse domingo, em abril, 64 milhões de pessoas (127 milhões de brasileiros têm conta no Facebook - mais da metade da população do país) geraram quase 1 bilhão de interações.  

Destas, 262,2 milhões foram promovidas por 32,3 milhões de pessoas com o tema segurança. Economia gerou 165,8 milhões de interações entre 30,4 milhões de pessoas.

Educação ficou em 3.° com 119,9 milhões de interações entre 26,7 milhões de usuários; tecnologia em 4.° com 102 milhões de interações entre 19,4 milhões de pessoas; habitação em 5.° com 81,3 milhões de interações entre 19,7 milhões de usuários da rede.

Para as mulheres, o tema mais debatido foi saúde (65%), seguido de educação (64%) e habitação, economia, meio ambiente e gênero (62%).

Os homens debateram mais indústria (47%), segurança (43%), agricultura (41%) e turismo e transporte (40%).

Os números não são amostragem, e sim números totais da base de usuários do Facebook.