Sim, os elementos mais claros dos filmes franceses estão lá: gente louca, mulher obcecada por sexo, exposição meio sem nexo de gente nua... O início de Um Instante de Amor não deixa a menor dúvida de que se trata mesmo de um filme francês. E nem é a língua que passa o recado.
A vida de Gabrielle tem um "que" de tudo: loucura, sofrimento, falta de amor, paixão doentia. Intrigante, para dizer o mínimo.
A atuação de Marion Cotillard e de todos os companheiros de cena, em especial Alex Bredemühl, que faz o marido tolerante de um casamento arranjado e sem amor, agrada e prende a atenção de quem os observa.
Como filme francês, já sabemos que a estória terá uma virada louca e se encaminha para o fim quando menos esperamos (ou esperamos, se já estamos acostumados com o estilo). E se tenho reclamado da pressa de certos filmes americanos em contar logo a estória, esse não tem a menor sede de ir logo ao pote, tendo até algumas cenas absolutamente desnecessárias (de novo, outra característica dos filmes franceses), mas nem por isso filmadas com menos esmero.
No fim, gostei muito da experiência de Um Instante de Amor. Descontadas as neuras francesas, como a necessidade de expor em demasia e sem justificativa o corpo feminino, o filme não se arrasta e a sensação ao final é de que vimos algo bom.
Acho que estava precisando de algo assim depois da terrível experiência de Tudo e Todas as Coisas.