terça-feira, 27 de junho de 2017

Manchetes do dia (27/06)

A manchete do bem: Festival de música erudita movimenta a cidade com dois concertos gratuitos.

As outras: Justiça proíbe vendas casadas de imóveis, Linha da maré alta sobe 1,8 m Nas últimas quatro décadas e Com 16 mortes no fim de semana, total de homicídios no ano é 1.181.

Bom dia a todos!

Fonte: Tribuna do Norte

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Os autores dos gols

Tadeu, atacante: "A gente sabia a dificuldade do campo, o que a gente ia enfrentar. Conversamos muito essa semana sobre tudo o que a gente ia enfrentar nesse jogo. Então a gente entrou de cabeça, mediante o que a gente tinha pra jogar hoje. Pude fazer meus gols, ajudar nosso time. A gente conseguiu classificar em 1.º lugar. Agora é focar a semana toda já nas decisões que não ter pela frente."

Richardson, zagueiro: "Acho que aqueles que vêm jogando e aqueles que vêm entrando vêm mostrando capacidade e estão dando conta do recado. Então, acho que se nós [mantivermos] essa pegada aí, nosso grupo vai chegar longe nesse campeonato." 

"A Arena vai ser pequena"

O técnico Leandro Campos foi entrevistado por Canindé Pereira ainda nos vestiários do estádio José Gomes da Costa.

Valorizar o resultado
"Dá pra fazer uma avaliação muito importante porque o América vindo pra um jogo num campo com um gramado com condições realmente péssimas pra prática do futebol, conseguindo essa superação em cima das dificuldades... É bom se destacar que a equipe do Murici esse ano só havia perdido pra equipe do Cruzeiro na Copa do Brasil aqui no seus domínios. Então é um resultado que nós temos que valorizar. Sabemos que as dificuldades que foram apresentadas, houve uma adaptação muito grande e um entendimento por parte dos atletas que nós não podemos simplesmente jogar com embasamento técnico. Precisaria haver realmente um desdobramento em relação a adaptação do campo - um campo pesado, um campo ruim, não deu pra se trabalhar a bola. E nós conseguimos nos impor através da força, da disposição, da vontade, procurando nos superar em relação a essa condição que nos foi oferecida hoje." 

Condição do gramado
"Infelizmente, nós somos obrigados a talvez fazer uma reclamatória porque não pode o Campeonato Brasileiro da Série D, independente de ser da Série D, jogar com condições de gramado como nós tivemos hoje aqui. Mas tudo isso eu penso que temos fatores positivos, naturalmente negativos também porque houve um desgaste excessivo porque é um campo que estava atolando. Não digo nem gramado, é lama até o tornozelo. Então hoje os jogadores fizeram um trabalho de força os 90 minutos. Isso aí realmente é uma condição, para o atleta profissional, muito difícil, trabalhar no seu limite de força. Nós vamos ter que realmente agora, juntamente com o departamento físico, nos organizar pra que esses atletas possam ter um repouso precavido. Sabemos que no próximo domingo já temos um compromisso muito importante, que é o jogo lá contra o Comercial, em Campo Grande. Esperamos que realmente nós consigamos fazer a recuperação. Foi muito positivo nós termos esses atletas que descansaram lá em Natal." 

A força do plantel
"Então o que mais me deixa satisfeito em relação à adaptação que nós tivemos hoje no campo é que o América tem plantel. E esse plantel mostrou hoje qualidade. Saíram 6 jogadores e entraram 6 jogadores e nós conseguimos manter essa conduta, essa postura, independentemente dos desfalques teoricamente. Então tudo isso aí pra nós serve como estímulo. É o reconhecimento (...) com relação ao grupo de atletas." 

A campanha do América
"Agora sabedores que, de 68 cubes, nós estamos entre os 32. Fomos o 1.º colocado geral, e isso é importante nós ressaltarmos. O América fez o seu papel, assumiu a responsabilidade, conseguiu o objetivo principal, que era uma preparação naturalmente  buscarmos o 2.º jogo pra dentro da Arena. Nós condicionarmos, se Deus quiser, a outra fase da competição, buscando também esse mando do 2.º jogo pra dentro de casa. Veja que nós trabalhamos muito bem dentro dessa condição que nós queríamos desde o inicio da Série D. Então, com calma, vamos descansar, vamos prestar o elogio a esse grupo de atletas, mas entendemos que nós não conseguimos nada ainda. O América, pra buscar seu objetivo, tem 6 batalhas, tem 6 batalhas pra conseguir o seu objetivo principal, que é o acesso. Então, nós não podemos parar agora. Nós temos sim é que dar sequência a todo esse desenvolvimento desse trabalho. Então são 6 jogos dificílimos e agora mais do que nunca." 

O incentivo da torcida
"Até parabenizar o torcedor que esteve presente hoje aqui. Acho sensacional esse sacrifício que foi feito do torcedor sair de Natal, vir de ônibus, com sacrifício, não dormindo à noite, pra ver o seu clube de coração. Então parabenizo esses torcedores e tenho certeza que o 2.º jogo lá na Arena, eu tenho certeza absoluta que a Arena vai ser pequena pra o torcedor que vai estar conosco, incentivando, pra buscarmos esse objetivo tão desejado, que é o acesso."

Murici 0x2 América

Que vergonha!

Vendo ontem o estado do gramado (?) do estádio onde o Murici manda seus jogos, fiquei me perguntando por onde andariam a Fenapaf e a CBF? 

A segunda vive de pedir laudos de estádios e impedir que clubes joguem em campos muito melhores do que o areal e o lamaçal vistos no estádio José Gomes da Costa. A primeira se estressa com jogos às 11h, mas parece que nunca ouviu falar do risco à saúde dos jogadores por ali, mesmo o Cruzeiro tendo dado publicidade a isso quando o gramado (?) estava em bem melhores condições do que a vista no jogo Murici 0x2 América.

Ontem, havia grandes partes do campo sem o menor sinal de qualquer coisa verde, que dirá grama!

A imprensa noticiou à época do jogo do Cruzeiro lá pela Copa do Brasil que o estádio é municipal, e com a seca, a prefeitura prioriza água para os moradores, por isso a morte da grama. Está certa prefeitura. Errado está quem libera um buraco daquele para uma partida de futebol.

Resta a vergonha alheia.

Today's headlines (06/26)

First, the headline for good: With Trump set to meet Narendra Modi, many U.S. Indians are hopeful.

Now, the others: Senate leaders try to appease members as support for health bill slips, After Puerto Rico's debt crisis, worries shift to Virgin Islands and Indian technology workers worry about a new threat: technology.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times

domingo, 25 de junho de 2017

Os novos grupos

B1
Atlético-AC x São Raimundo-PA

B2
Gurupi x Princesa do Solimões

B3
Rio Branco x Altos

B4
Santos x São Francisco

B5
Guarany de Sobral x Parnahyba

B6
Globo x Maranhão

B7
Juazeirense x Campinense

B8
Fluminense x Sousa

B9
América x Comercial

B10
Ceilândia x Jacobina

B11
União de Rondonópolis x URT

B12
Portuguesa-RJ x Aparecidense

B13
Boavista x Espírito Santo

B14
Operário x Villa Nova

B15
São Bernardo x Metropolitano

B16
São José x Brusque

Série D 17: Balanço da sexta rodada

Foram 17 vitórias de mandantes, 8 empates e 9 vitórias de visitantes.

O América acabou em 1.º lugar do seu grupo e teve a melhor campanha dentre todos os classificados da competição.

A1
Real Desportivo 0x1 Princesa do Solimões - Weverton, de pênalti
Atlético-AC 4x0 Trem - Eduardo, Januário, Careca e Polaco
1.º Atlético-AC - 13 (classificado)
2.º Princesa do Solimões - 12 (classificado)
3.º Trem - 9
4.º Real Desportivo - 1

A2
Gurupi 3x1 São Raimundo-PA - Bruno Morais-2, sendo um de pênalti, Régis e Thiago
Fast Clube 1x1 Baré - Leonardo e Guigui, contra
1.º Gurupi - 11 (classificado)
2.º São Raimundo-PA - 10 (classificado)
3.º Fast Clube - 7
4.º Baré - 3

A3
São Raimundo-RR 1x0 Rio Branco - Kelvyn
São Francisco 3x2 Genus - Elielton, Di Maria, Roberto, Gabriel e Tcharles
1.º Rio Branco - 13 (classificado)
2.º São Francisco - 9 (classificado)
3.º São Raimundo-RR - 5 (saldo -2)
4.º Genus - 5 (saldo -3)

A4
Santos 2x1 Cordino - Balão Marabá, Bruno Lopes e Pedro Gusmão
Altos 4x0 Tocantins - Joelson, de pênalti, Manoel, Esquerdinha e Eduardo
1.º Santos - 13 (classificado)
2.º Altos - 10 (classificado)
3.º Cordino - 7
4.º Tocantins - 4

A5
Guarany de Sobral 2x1 Ríver - Elivelton, Márcio Tarrafas e Humberto
Maranhão 3x0 Potiguar - Curuca e Gilliard-2
1.º Guarany de Sobral - 13 (classificado)
2.º Maranhão - 10 (classificado)
3.º Ríver - 9
4.º Potiguar - 2

A6
Globo 2x0 Parnahyba - Reinaldo e Gláucio, de cabeça
América-PE 1x1 Guarani de Juazeiro - Rinaldo Índio e Leilson
1.º Globo - 12 (classificado)
2.º Parnahyba - 9 (classificado)
3.º América-PE - 7 (saldo -2)
4.º Guarani de Juazeiro - 7 (saldo -3)

A7
Juazeirense 0x1 Coruripe - Roni
Central 0x1 Sousa -Thiago Almeida
1.º Juazeirense - 9 (saldo 3) (classificado)
2.º Sousa - 9 (saldo 2) (classificado)
3.º Coruripe - 7 (saldo -1)
4.º Central - 7 (saldo -4)

A8
Campinense 2x0 Atlético-PE - Reinaldo Alagoano-2
Fluminense 2x2 Itabaiana - Rafael Granja, João Neto e Victor Sapo-2, sendo um de cabeça
1.º Fluminense - 9 (classificado)
2.º Campinense - 8 (classificado)
3.º Atlético-PE - 7
4.º Itabaiana - 5

A9
Sergipe 2x0 Jacobina - Ramalho e Netinho
Murici 0x2 América - Tadeu e Richardson
1.º América - 15 (classificado)
2.º Jacobina - 9 (classificado)
3.º Sergipe - 6 (saldo -4)
4.º Murici - 6 (saldo -5)

A10
Anápolis 2x0 Ceilândia - Schwenck-2
Sinop 2x3 Comercial - Vinícius-2, Bruno Nunes, Adriano e Leandro, de pênalti
1.º Ceilândia - 10 (saldo 3) (classificado)
2.º Comercial - 10 (saldo 1) (classificado)
3.º Anápolis - 9
4.º Sinop - 3

A11
7 de Dourados 1x2 União de Rondonópolis - Jô, Ricardo e Maranhão
Luziânia 3x3 Aparecidense - Giovan, Jorginho, Pedro Henrique, contra, Tozin-2, ambos de pênalti, e Aleilson
1.º União de Rondonópolis - 11 (classificado)
2.º Aparecidense - 10 (3 vitórias) (classificado)
3.º Luziânia - 10 (2 vitórias)
4.º 7 de Dourados - 1

A12
URT 0x0 Portuguesa-RJ
Audax 2x2 Itumbiara - Marcus Vinícius, Bruno Lima e Jones-2
1.º Portuguesa-RJ - 14 (classificado)
2.º URT - 10 (classificado)
3.º Itumbiara - 8
4.º Audax - 1

A13
Desportiva 1x0 Portuguesa - Edinho 
Bangu 1x1 Villa Nova - Marlon e Rafael Freitas, de cabeça
1.º Villa Nova - 9 (classificado)
2.º Desportiva - 8 (saldo 0)
3.º Bangu - 8 (saldo -1)
4.º Portuguesa - 7


A14
Boavista 3x1 Caldense - Felipe Augusto, Lucas Perdomo, de pênalti, Caio e Luiz Eduardo, de cabeça
Red Bull Brasil 0x1 Espírito Santo - Nilo
1.º Boavista - 11 (classificado)
2.º Espírito Santo - 9 (classificado)
3.º Red Bull Brasil - 7
4.º Caldense - 6

A15
São Paulo 3x4 XV de Piracicaba - Rafael Pilões-2, sendo um de bicicleta, Cleyton, de cabeça, Frontini, de pênalti, Tito-2 e Rodrigo
Brusque 1x0 Operário - Neguette
1.º Operário - 12 (classificado)
2.º Brusque - 10 (classificado)
3.º XV de Piracicaba - 9
4.º São Paulo - 4

A16
Foz do Iguaçu 1x1 Internacional - Gustavo, de cabeça, e Luís Menezes
São Bernardo 2x1 Novo Hamburgo - Vinícius Kiss, Thiago César, de falta, e Marcão
1.º São Bernardo - 13 (classificado)
2.º Internacional - 8
3.º Foz do Iguaçu - 6
4.º Novo Hamburgo - 5

A17
São José 1x0 Ituano - Kelvin
PSTC 0x1 Metropolitano - Thiago Cristian
1.º São José - 12 (classificado)
2.º Metropolitano - 10 (classificado)
3.º Ituano - 8
4.º PSTC - 4

100% vontade

Gramado péssimo requer vontade acima da técnica. Foi o que o América de Leandro Campos mostrou no charco onde o Murici manda seus jogos. Eu já vi árbitro não querer começar um jogo aqui no antigo Machadão porque o gramado estava encharcado (salvo engano, o pernambucano Wilson Souza de Mendonça num América x Ponte Preta em 2008). E quando não há gramado? Aparentemente, isso é mero detalhe para a CBF.

Sobre o jogo, não há muito o que comentar. Chutões para cima e jogadores mais lentos e pesados deram total conta do recado. Para ser um pouco mais justa, o time americano não se resumiu aos chutões, mas eles apareceram, sim, e na hora exata, sempre desafogando a defesa. E o América esteve sempre melhor no jogo, com a única exceção dos primeiros minutos de 2.º tempo. Foi nesse momento que Matheus encarnou um paredão. Titubeando no 1.º tempo, ele mais parecia um titular absoluto na 2.ª etapa e fez uma senhora defesa nos pés de Júnior Chicão.

A melhora veio na troca de um meia por um zagueiro. Richardson ainda selou a vitória pouco depois do gol do artilheiro Tadeu.

O América terminou a 1.ª fase como o melhor (15 pontos, 5 vitórias, 1 derrota, 13 gols prós, 4 contra e 9 gols de saldo, aproveitamento de 83,3%) dentre os 32 classificados. E esses pontos de vantagem podem ser de grande valia para garantir o mando de campo nas partidas de volta dessa ingrata fase de mata-mata. Mas só nisso. Agora, apaga tudo e começam outras batalhas.

Sobre a Série D, a peneira foi grande. Das 68 equipes, 36 encerraram neste domingo sua participação, dentre elas o Bangu de Roberto Fernandes. A partir de agora, a cada duas semanas, 50% dos restantes vão sendo eliminados. É só decisão!

E a torcida do América já sabe que a venda de ingressos começa amanhã.  E até 01/07 (próximo sábado), há desconto. O Setor Premium custa R$ 70/inteira e R$ 35/meia, o Setor Leste sai por R$ 50/inteira e R$ 25/meia, e o Setor Sul volta a ser aberto para um jogo na Arena ao custo de R$ 40/inteira e R$ 20/meia. Quem deixar para comprar na semana do jogo vai adquirir ingresso a R$ 80/inteira e R$ 40/meia (Premium), R$ 60/inteira e R$ 30/meia (Leste) e R$ 50/inteira e R$ 25/meia. Melhor se antecipar, né?

P.S.: melhor mesmo é se associar. Por apenas R$ 35/mês (o valor de um jogo), você garante o mês todo de acesso aos jogos durante 365 dias. E só paga durante 10 meses. De quebra, ainda garante um bom número de jogos da Série C 18. Ou alguém aí duvida da força dessa sinergia torcida-time?

Chiadeira autoexplicativa

Olhando para o "salve-se quem puder" que virou o mundo político brasileiro, com braço bastante esticado rumo ao Poder Judiciário, como se tem visto com decisões como a do TSE acerca da chapa Dilma-Temer e as denúncias através dos votos do Ministro Luís Roberto Barroso, acredito ser altamente interessante olhar para trás, especificamente para 08/03/17, quando a revista Veja publicou (páginas 48 e 49) artigo assinado pelo juiz Sérgio Moro a respeito das críticas que se levantavam contra as prisões oriundas da Operação Lava-Jato. 

As Prisões da Lava-Jato
As críticas às vezes severas contra as prisões preventivas da operação não encontram fundamento nem na quantidade nem na extensão - e talvez só existam porque, atrás das grades, há presos ilustres
Por Sérgio Moro (juiz federal da 13.ª Vara Criminal em Curitiba, responsável pela condução da Lava-Jato)

A presunção de inocência é um escudo tanto contra condenações injustas como contra punições prematuras. Contra condenações injustas, a presunção de inocência exige, para uma condenação criminal, prova categórica, acima de qualquer dúvida razoável. Segue-se o velho ditado de que é preferível ter vários culpados soltos a um único inocente condenado. Contra punições prematuras, significa que a prisão, pena moderna por excelência, deve seguir-se ao julgamento, e não precedê-lo. Na última perspectiva, o princípio também significa que as prisões antes do julgamento, ainda que não definitivo, as chamadas prisões preventivas, são excepcionais e devem ser longamente justificadas. Tem havido uma série de críticas a supostos abusos na decretação de prisões preventivas na Operação Lava-Jato. Escrevi este artigo para esclarecer alguns aspectos delas.

Existem atualmente sete acusados presos preventivamente na Operação Lava-Jato sem que tenha havido julgamento por sentença na ação penal. O total das prisões preventivas decretadas é bem maior, 79, mas elas foram paulatinamente revogadas ou substituídas por sentenças condenatórias. Apesar das discussões em torno dessa substituição, são diferentes a situação do preso provisório não julgado e a do preso provisório já julgado e condenado. Setenta e nove prisões preventivas, em quase três anos, é um número significativo, mas outros casos de investigações rumorosas, como a Operação Mãos Limpas, na Itália, envolveram um número muito superior de prisões provisórias, cerca de 800 nos três primeiros anos, entre 1992 e 1994, somente em Milão. De forma similar, 79 prisões preventivas em quase três anos é um número muito menot do que o de prisões preventivas decretadas em um ano em qualquer vara de inquéritos ou em varas de crime organizado em uma das grandes capitais brasileiras.

Não procede, portanto, a crítica genérica às prisões preventivas decretadas na Operação Lava-Jato, pelo menos considerando-se a quantidade delas.

Também não procede a crítica à longa duração das prisões. Há pessoas presas, é verdade, desde março de 2014, mas nesses casos já houve sentença condenatória e, em alguns deles, até mesmo o julgamento das apelações contra a sentença. Quanto aos presos provisórios ainda sem julgamento, as prisões têm no máximo alguns meses, o que não é algo extraordinário na prática judicial, e não raramente os julgamentos tardam pela própria atuação a defesa, por vezes interessada em atrasar o julgamento para alegar junto a ouvidos sensíveis a demora excessiva da prisão provisória. Outra crítica recorrente é que se prende para obter confissões. Entretanto, a maioria dos acusados decidiu colaborar quando estava em liberdade, e há acusados presos que resolveram colaborar e acusados presos que não colaboraram. Os dados não autorizam conclusão quanto à correlação necessária entre prisão e colaboração.

A questão real - e é necessário ser franco sobre isso - não é a quantidade, a duração ou as colaborações decorrentes, mas a qualidade das prisões, mais propriamente a qualidade dos presos provisórios. O problema não são as 79 prisões ou os atualmente sete presos sem julgamento, mas sim que se trata de presos ilustres. Por exemplo, um dirigente de empreiteira, um ex-ministro da Fazenda, um ex-governador e um ex-presidente da Câmara dos Deputados. Mas, nesse caso, as críticas às prisões preventivas refletem, no fundo, o lamentável entendimento de que há pessoas acima da lei e de que ainda vivemos em uma sociedade de castas, distante de nós a igualdade republicana.

Mesmo considerando-se as 79 preventivas e o fato de elas envolverem presos ilustres, é necessário ter presente que a Operação Lava-Jato revelou, segundo casos já julgados, um esquema de corrupção sistêmica, no qual o pagamento de propinas em contratos públicos consistia na regra do jogo. A atividade delitiva durou anos e apresentou caráter repetido e serial, caracterizando, da parte dos envolvidos, natureza profissional. Para interromper o ciclo delitivo, a prisão preventiva foi decretada de modo a proteger a ordem pública, especificamente a sociedade, outros indivíduos e os cofres públicos da prática serial e reiterada desses crimes.

Ocasionalmente, foram invocados outros fundamentos, como a necessidade de prevenir fuga ou a dissipação do produto do crime, ou de proteger a investigação contra a destruição ou a manipulação de provas. Cabe, nessa linha, lembrar que todos os quatro diretores da Petrobras presos preventivamente - e já condenados - mantinham milhões de dólares em contas secretas no exterior, não sendo possível ignorar, nesse caso, o risco de que fugissem ou, pior, de que, foragidos no exterior, ficassem com o produto do crime. Apesar das genéricas críticas a supostos excessos nas prisões preventivas, a análise circunstanciada revela que todas estavam bem justificadas.

Para ficar em um exemplo, foi decretada, em junho de 2015, a prisão preventiva de dirigentes de um grande grupo empresarial. Os fundamentos foram diversos, mas a garantia da ordem pública estava entre eles. Posteriormente, tais dirigentes foram condenados criminalmente, embora com recursos pendentes. As críticas contra essas prisões foram severas, tanto pelas partes como por interessados ou desinteressados, que apontaram o suposto exagero da medida diante da prisão de "pessoas conhecidas". Posteriormente, dirigentes desse grupo empresarial resolveram colaborar com a Justiça e admitiram o pagamento sistemático de propinas não só no Brasil, isso por anos, mas também em diversos países no exterior, bem como a participação em ajustes fraudulentos de licitações da Petrobras. Mais do que isso: confirmaram a existência no grupo empresarial de um setor próprio encarregado do pagamento de propina (Departamento de Operações Estruturadas) e que este permaneceu funcionando mesmo durante as investigações da Lava-Jato, tendo siso desmantelado apenas com a prisão preventiva dos dirigentes, em junho de 2015.

O caso é bem ilustrativo do equívoco das críticas, pois o tempo confirmou ainda mais o acerto da prisão. Foi a prisão preventiva, em junho de 2015, que causou o desmantelamento do departamento de propinas do grupo empresarial, interrompendo a continuidade da prática de sérios crimes de corrupção. Assim não fosse, o departamento da propina ainda estaria em plena atividade. O tempo confirmou que não houve nenhuma violação da presunção de inocência na prisão preventiva de pessoas culpadas e que persistiam na prática profissional de crimes.

Isso não significa que a prisão preventiva pode ser vulgarizada, mas ilustra que, em um quadro de corrupção sistêmica, com prática serial, reiterada e profissional de crimes sérios, é preciso que a Justiça, na forma do direito, aja com a firmeza necessária e que, presentes boas provas, imponha a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo, sem se importar com o poder político ou econômico dos envolvidos.

Se a firmeza que a dimensão dos crimes descobertos reclama não vier do Judiciário, que tem o dever de zelar pelo respeito às leis, não virá de nenhum outro lugar.

Enfim, críticas à atuação do Poder Judiciário são bem-vindas, pois nenhuma atividade pública deve ser imune a elas. Entretanto, as críticas genéricas às prisões preventivas na Lava-Jato não aparentam ser consistentes com os motivos usualmente invocados pelos seus autores. Admita-se que é possível que, para parte minoritária dos críticos, os motivos reais sejam outros, como a aludida qualidade dos presos ou algum desejo inconfesso de retornar ao "status quo" de corrupção e impunidade, mas, com esses, nem sequer é viável debater, pois tais argumentos são incompatíveis com os majestosos princípios da liberdade, da igualdade e da moralidade pública consagrados pela Constituição brasileira.