Vendo hoje cedo reportagem da Intertv Cabugi no CT do América mostrando a despedida de Felipe Surian, as imagens mostraram a presença de Moura e de Jussier Santos, mas nada do presidente Beto Santos.
Há algum tempo não tenho ido ao CT. Antigamente, o horário dava certo para acompanhar alguma coisa nas quartas e sextas. Atualmente, é praticamente impossível.
Na gestão de Beto Santos quem se faz mais presente no dia a dia do clube é o seu pai, Jussier Santos. É o que ouvimos nas entrelinhas de entrevistas de comissão técnica, jogadores ou até em conversas com frequentadores do CT. Jussier exerceria então uma espécie de presidência informalmente delegada por seu filho.
O América já viveu essa experiência de presidente ausente por outros compromissos não ligados ao clube. Foi em 2014. E essa ausência cobrou a conta em campo: mesmo com bom técnico e elenco de nível admirável, o América acabou rebaixado para a Série C. Minha memória não registrava mais quem passara a exercer a presidência de fato na época, mas o pessoal do Twitter me lembrou rapidinho: Jussier Santos. Foi até aquela confusão de Peninha ser vice-presidente e ser engolido por alguém sem cargo e que culminou com a renúncia dele (Peninha).
Como diria Karl Marx, a História só se repete como tragédia ou farsa. E olha só a situação do América com um arranjo assim de novo! A ilustrar a situação, temos a notícia da imprensa a respeito da viagem de 10 dias do governador Robinson Faria e sua comitiva à China. Chegaram na madrugada da última segunda-feira. Não precisa nem se esforçar muito para saber que o presidente do América fazia parte da comitiva. Ou seja, em grande parte da pausa de 11 dias que o América teve, e que seria fundamental para um início menos conturbado de trabalho sob novo comando técnico, o presidente estava em outros compromissos profissionais do outro lado do mundo. E quem exercia informalmente a presidência? Não era o vice, e sim Jussier Santos.
O fato de Beto Santos ter chegado na segunda-feira, dado entrevista coletiva com o governador na terça e ter demitido Felipe Surian na noite de quarta e concomitantemente anunciado a contratação e detalhes da chegada de Flávio Araújo são grandes indicadores dos motivos pelos quais Felipe Surian não foi demitido antes. Especialmente se lembrarmos a repercussão da demissão de Aluísio Guerreiro no ano passado na ausência do presidente, que também viajava à época.
Dá mesmo para se surpreender com a sucessão de péssimos resultados do ano passado para cá?
Infelizmente, o América vive de passado para uma ruma de coisas, menos para aprender com seus erros.
Só resta desejar muita sorte a Flávio Araújo.