Há pouquíssimos casos de obras-primas em dublagem, quando esta soa bem melhor do que a voz original. A mais brilhante que me vem a cabeça agora é Darth Vader de Star Wars. A voz em português era assombrosa, imponente. No original, Darth Vader não passava de um cara com a máscara.
Como disse, são casos raros. E por isso mesmo não suporto filmes dublados, especialmente os novos. O trabalho do ator original vai embora. Há casos em que até o roteiro fica prejudicado. Não valem a pena.
No caso das animações, então, a desgraça aumenta. Especialmente quando se trata de dublar crianças/adolescentes. Por isso me recuso a ver animaçõe (que adoro!) no cinema. A indústria cismou que Natal não tem espaço para pelo menos uma sessão semanal legendada. É triste.
Mas recebi ingressos para ver A Bailarina. Como ainda estava em meias-férias, peguei a sessão da almoço no Cinemark e fui conferir. Para minha surpresa, quase não havia crianças. E a indústria não acorda para o potencial desses filmes se legendados...
A voz da personagem principal é absolutamente irritante. Se alguém assiste à novela das 9 na Globo, é no estilo da filha de Cláudia Abreu - um horror de artificialidade. Ainda bem que é a única. Os outros personagens importantes têm vozes mais condizentes com uma voz natural.
A animação vale por ser ambientada na Paris que ainda construía a Torre Eiffel e finalizava o presente pelo centenário da independência americana - a Estátua da Liberdade. Também é interessante ver uma dança tão clássica como o balé ter suas dificuldades exibidas. É uma garota órfã que luta no estilo treinamento de Rocky Balboa para realizar seu sonho. Uma mudança de perspectiva super estimulante, mesmo com a vozinha terrível.
No fim, valeu a pena. E se os cinemas entendessem que adultos gostam de filmes de animação e também de legendas, certamente eu acompanharia com muito mais prazer tal estilo. Custava ter uma sessão semanal em horário desinteressante para os outros?
Fica a torcida.